terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

TEUS PECADOS ESTÃO PERDOADOS

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1ª Oficina Bíblica de Férias 

Garuva, SC, Brasil, janeiro de 2011  

 Atividade Cultural: Museu Nacional da Imigração, Joinville, SC.    

Casa enchaimel, típica da colonização alemã em Santa Catarina.

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I. Comentários sobre relatos bíblicos:

Os estudos bíblicos se constituem numa vibrante área de pesquisa que publica de forma intensa. Isso deve-se ao facínio que os textos antigos exercem sobre os leitores contemporâneos, seja como texto de saber histórico, seja como texto que sempre se mostra aos leitores de forma renovada.

Por isso, a Bíblia é estudada numa riqueza de perspectivas, abordagens, métodos  e hermenêuticas. Ao interesse pelo texto bíblico soma-se a busca por sua origem, da mesma forma que pelos textos que lhe são vizinhos: os apócrifos, pseudepígrafos, os Manuscritos do Mar Morto.

Gabrielle Boccaccini - leciona no Departamento de Estudos do Oriente Próximo da  Universidade de Michigan, E.U.A..

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TEUS PECADOS ESTÃO PERDOADOS!!:

 O PRIMEIRO CONFLITO PROVOCADO PELO

ANÚNCIO DA BOA NOVA

 MARCOS 2,1-12

 

Texto extraído do livro "Caminhando com Jesus" - Série A Palavra na Vida, de autoria de Carlos Mesters e Mercedes Lopes (CEBI - Centro de Estudos Biblicos). 

 

“O que entrou no mundo como fruto de ações livres para o mal pode ser expulso do mundo através de ações livres para o bem!”

 

Nos anos 70 d.C., época em que Marcos escreveu, havia muitos conflitos na vida das comunidades, mas elas nem sempre sabiam como comportar-se diante das acusações que vinham da parte das autoridades romanas e dos líderes dos judeus. O conjunto de cinco conflitos de Marcos 2,1 e 3,6 serviam como uma espécie de cartilha para orientar as comunidades, tanto as de ontem como as de hoje. Pois o conflito não é um acidente de percurso, mas sim parte integrante da caminhada.

 

COMENTANDO:

Marcos 2:1-2 O povo procura Jesus e quer ouvir a Palavra de Deus

Depois de uma das suas viagens pelas aldeias da Galiléia, Jesus estava de volta em Cafarnaum. Quando o povo soube disso, foi todo o mundo para lá. Juntou muita gente na porta da casa. Jesus acolheu a todos e começou a ensinar. O que será que ele ensinava?

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Jesus anunciava a Boa Nova de Deus (Mc 1,14). Falava ao povo sobre Deus e, para isso, usava exemplos da vida (parábolas) e da história do povo (Bíblia). O povo conhecia a vida e a Bíblia, mas Jesus falava delas de um jeito novo, diferente. Falava a partir da experiência que ele mesmo tinha de Deus e da vida. Jesus vivia em Deus. Ele deve ter tocado o coração do povo que gostava de ouvi-lo (Mc 1,22.27). Deve ter falado muito bonito sobre Deus.

A partir da pregação de Jesus, Deus, em vez de ser um juiz severo que de longe ameaça o povo com castigo e inferno, tornava-se, de novo, uma presença amiga no meio do povo, uma Boa Nova.

 

Marcos 2:3-5 A solidariedade dos amigos consegue o perdão dos pecados para o paralítico

Enquanto Jesus está falando, chega um paralítico, carregado por quatro pessoas. Jesus é a única esperança deles. Por isso, não hesitam em subir no telhado e tirar as telhas. Significa que a casa não era das melhores. Deve ter sido um barraco coberto de folhas. Eles descem o homem em frente a Jesus. Sinal de muita solidariedade.

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Jesus, vendo a fé deles, diz ao paralítico: Teus pecados estão perdoados! Naquele tempo, o povo achava que defeitos físicos (paralíticos) fossem todos castigo de Deus por algum pecado.

Os doutores ensinavam que tal pessoa ficava impura e tornava-se incapaz de aproximar-se de Deus. Por isso, os doentes, os pobres, os paralíticos e tantos outros se sentiam rejeitados por Deus!

Mas Jesus não pensava assim. Ele achava o contrário. Aquela fé tão grande era, para ele, um sinal de que o paralítico estava sendo acolhido por Deus. Por isso, Jesus declarou: "Teus pecados estão perdoados!" Ou seja, "Você não está afastado de Deus!" Com esta afirmação Jesus negou que a paralisia fosse um castigo pelo pecado do homem.

 

Marcos 2:6-7 Jesus é acusado de blasfêmia pelos donos do poder

A afirmação de Jesus era contrária ao catecismo dos doutores da lei. Não combinava com a ideia que eles tinham de Deus. Por isso, reagiram e, dentro dos seus corações, acusaram Jesus: "Ele blasfema!" Conforme o ensino deles, era só Deus que podia perdoar os pecados. E era só o sacerdote que podia declarar uma pessoa perdoada e purificada.

Como é que esse Jesus de Nazaré, homem sem estudo, leigo, um simples operário, carpinteiro, andava declarando as pessoas perdoadas e purificadas dos pecados?

Mas havia ainda um outro motivo que os levava a criticar Jesus. Eles devem ter pensado: "Se for verdade o que esse Jesus está falando, nós vamos perder nosso poder! Vamos perder também nossa fonte de renda."

 

Marcos 2:8-11 Ao curar, Jesus prova que tem poder de perdoar os pecados

Jesus percebeu que eles o condenavam. Por isso, pergunta: "O que é mais fácil: dizer: 'Teus pecados estão perdoados!' ou dizer: 'Levanta-te e anda?'"  Evidentemente, é muito mais fácil dizer: "Teus pecados estão perdoados!"

Pois ninguém pode verificar se  de fato o pecado foi ou não perdoado. Mas se eu digo: "Levanta-te e anda!", aí todos poderão verificar se tenho ou não esse poder de curar.

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Por isso, para mostrar que tinha o poder de perdoar os pecados em nome de Deus, Jesus disse ao paralítico: "Levanta-te, toma o teu leito e vai para casa!" Curou o homem!

Assim provou, através de um milagre, que a paralisia do homem não era um castigo de Deus e mostrou que a fé dos pobres é uma prova de que Deus os acolhe no seu amor.

 

Marcos 2:12  A reação do povo - Nunca vimos tal coisa!

O paralítico se levanta, pega seu leito, começa a andar, e todos anunciam:

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Nunca vimos coisa igual! Este milagre revelou três coisas muito importantes:

1) As doenças das pessoas não são consequências dos seus pecados. Os doentes não devem achar que estão sendo castigados por Deus.

2) Jesus abriu um novo caminho para Deus. Aquilo que o sistema chamava de impurezanão era empecilho para as pessoas se aproximarem de Deus.

3) O rosto de Deus revelado através da atitude de Jesus era bem diferente do rosto severo do deus revelado pela atitude dos doutores.

Isto lembra a fala de um drogado que se recuperou e agora participa de uma comunidade em Curitiba. Ele disse: "Fui criado na religião católica. Deixei de participar. Meus pais eram muito praticantes e queriam que nós, os filhos, fôssemos como eles.

A gente era obrigado a ir à igreja sempre, todos os domingos e festas. E quando não ia, eles diziam: 'Deus castiga!' Eu ia a contragosto, e quando fiquei adulto, fui deixando aos poucos. Eu não gostava do Deus dos meus pais. Não conseguia entender como Deus, criador do mundo, ficasse em cima de mim, menino da roça, ameaçando com castigo e inferno.

Eu gostava mais do Deus do meu tio que não pisava na Igreja mas que, todos os dias, sem falta, comprava o dobro de pão de que ele mesmo precisava para dar para os pobres!"

 

ALARGANDO:

Doença e Pecado

Como dissemos, naquele tempo, se ensinava que todo sofrimento era fruto de algum pecado. Por isso, diante do cego de nascimento, Pedro perguntava: "Quem pecou, ele ou seus pais para ele nascer cego?" (Jo 9,1-3). Jesus respondeu: "Nem ele nem seus pais". Jesus desliga o pecado da pessoa doente.

 Ele não permite que as autoridades religiosas manipulem a religião, pois elas, em nome do sistema, jogavam na cara do paralítico: "Você é um pecador!" Jesus faz ao contrário: "Você não é pagador! Deus o acolhe, mesmo sendo paralítico. Sua doença não é fruto do seu pecado!"

Ter a coragem de fazer esta afirmação diante das autoridades presentes era uma revolução!

Uma mudança muito grande! O povo vibrava com Jesus, porque ficava mais livre! Este é um lado da medalha. Tem o outro lado.

De fato, muito sofrimento é fruto de algum pecado. Por exemplo, o sofrimento da mãe que chora o assassinato do filho. Jesus tem algo a dizer sobre este outro lado.

Certa vez, teve um desastre em Jerusalém. Uma torre caiu e matou 18 pessoas (Lc 13,4). Em outra ocasião, Pilatos matou um grupo de galileus e misturou sangue deles com o sangue dos sacrifícios (Lc 13,1). Jesus perguntava: "Vocês acham que eles eram mais pecadores do que os outros habitantes de Jerusalém?

Eu lhe digo que não, mas se não houver arrependimento, mudança, muita gente ainda vai morrer do mesmos jeito" (Lc 13,2.4). Não houve arrependimento nem mudança e, 40 anos depois, Jerusalém foi destruída: muitas torres caíram e muito sangue foi derramado!

 Em outras palavras, muitos dos males que sofremos não são uma fatalidade, mas sim consequência de ações pecaminosas. Outros são fruto da cultura. Outros ainda são fruto do sistema neoliberal que nos foi imposto e que nos oprime.

Por isso, os males que sofremos são um apelo à conversão. Apelam para a nossa responsabilidade. O que entrou no mundo como fruto de ações livres para o mal pode ser expulso do mundo através de ações livres para o bem!

 

Nota: O  texto  TEUS PECADOS ESTÃO PERDOADOS!!: O PRIMEIRO CONFLITO PROVOCADO PELO ANÚNCIO DA BOA NOVA,  MARCOS 2,1-12 - não representa necessariamente a opinião deste blog nem de nenhuma das igrejas do Movimento da Ciência Cristã. Foi publicado para  refletirmos sobre a importância do estudo da Bíblia em seu contexto histórico, nas dimensões política, social, cultural e econômica. Conforme recentes  descobertas sobre fatos nela registrados e opinião de estudiosos do texto bíblico,  como objetivo de alcançarmos o significado espiritual das Escrituras.

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  II. Para pensar:

“Jesus ilustrou o Princípio divino e o poder da Mente imortal, curando a doença e o pecado, e destruindo os fundamentos da morte.” C&S 171:14

A base de toda saúde, impecabilidade e imortalidade é o grande fato de que Deus é a única Mente; e é preciso não só crer nessa Mente, mas também compreendê-la.” C&S 339:26-29

“Com um só Pai, isto é, Deus, toda a família humana consistiria de irmãos; e com uma Mente só, ou seja, Deus, ou o bem, a fraternidade dos homens consistiria de Amor e Verdade, e teria a unidade do Princípio e o poder espiritual que constituem a Ciência Divina.” C&S 469:32-5

Ciência e Saúde com Chave das Escrituras

 de Mary Baker Eddy

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

UMA ESPIRITUALIDADE DE CURA

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 Fotos: banho no rio Três Barras -  atividade de lazer  da

1ª Oficina Bíblica de Férias: “Como estudo a Lição-Sermão”

Janeiro de 2011 -  Garuva, SC, Brasil.

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Conteúdo desta postagem:

 

I. Comentários sobre relatos bíblicos:  

 - Uma espiritualidade de cura (Alberto Nolan)

 

II. Para pensar:citação do livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras de Mary Baker Eddy

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I. Comentários sobre relatos bíblicos

 

Os estudos bíblicos se constituem numa vibrante área de pesquisa que publica de forma intensa. Isso deve-se ao facínio que os textos antigos exercem sobre os leitores contemporâneos, seja como texto de saber histórico, seja como texto que sempre se mostra aos leitores de forma renovada.

Por isso, a Bíblia é estudada numa riqueza de perspectivas, abordagens, métodos  e hermenêuticas. Ao interesse pelo texto bíblico soma-se a busca por sua origem, da mesma forma que pelos textos que lhe são vizinhos: os apócrifos, pseudepígrafos, os Manuscritos do Mar Morto. Gabrielle Boccaccini - leciona no Departamento de Estudos do Oriente Próximo da  Universidade de Michigan, EUA.)

 

Uma espiritualidade de cura

 

Alberto Nolan

 

O autor focaliza a espiritualidade de Jesus e analisa, com dados atuais da exegese, o seu perfil religioso, apresentando-o como modelo a ser seguido. A obra Jesus Hoje  –  Uma espiritualidade de liberdade radical, Editora Paulinas,  compõem-se de quatro partes, de onde este texto foi selecionado.

 

O ponto de partida da espiritualidade de Jesus, a experiência de Deus como abbá, incluía a consciência de que Deus era um Pai amoroso para todos os seres humanos. Deus ama e perdoa todos os homens, mulheres e crianças de forma incondicional. Era com essa convicção que Jesus se aproximava das pessoas de seu tempo.

Embora fosse um crítico radical da sociedade em que vivia, Jesus nunca julgava ninguém. Não atribuía culpas a ninguém, tampouco acusava ou condenava indivíduo algum.

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      O Cristo e a mulher adultera – Rodolf Bernardelli,

          Mármore, 1881, Museu Nacional de Belas Artes.

 

Nunca o encontramos fazendo sermões de moral, procurando bodes expiatórios ou imputando culpas fosse a que fosse. A sua atitude diante das pessoas de sua época que tinham o rótulo de “pecadoras” era extraordinariamente diferente da atitude de outros líderes religiosos. Estes julgavam e condenavam as prostitutas, os publicanos, as pessoas que não jejuavam nem respeitam as leis relativas à alimentação e às ablusões e aqueles que não respeitavam o sábado nem os outros mandamentos.    

Ao virar os conceitos do seu tempo de pernas para o ar, Jesus rejeitava qualquer forma de religião legalista ou moralista. Ainda hoje, há pessoas que veêm a religião   apenas como um sistema de  e principios morais sancionados por Deus. Deus faz as leis, julga-nos segundo elas e, na vida futura, distribuirá as recompensas e os castigosos  apropriados. Podemos encontrar a mesma cultura da atribuição de culpas entre aqueles que não são absolutamente religiosos. Sempre que há algum problema, as pessoas costumam olhar à sua volta em busca de alguém a quem acusar. Procuram um bode expiatório.

 

Albert Nolan,  nasceu em Cape Town (África do Sul) em 1934. Ingressou na Ordem dos Dominicanos em 1954, e estudou em Roma, onde obteve seu doutorado. Teólogo renomado, autor de diversas obras, desempenhou um papel significativo na luta contra o apartheid. Em 2003, foi agraciado com a ordem Luthuli, concedido pelo governo sul-africano por sua luta em prol da democracia e dos direitos direitos humanos.

 

Nota: O  texto Uma espiritualidade de cura não representa necessariamente a opinião deste blog nem de nenhuma das igrejas do Movimento da Ciência Cristã. Foi publicado para  refletirmos sobre a importância do estudo da Bíblia em seu contexto histórico, nas dimensões política, social, cultural e econômica. Conforme recentes  descobertas sobre fatos nela registrados e opinião de estudiosos do texto bíblico,  como objetivo de alcançarmos o significado espiritual das Escrituras.

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II. Para pensar:

 “O sanador a quem falte compaixão por seu semelhante, carece de afeição humana, e temos autoridade apostólica para declarar: “Aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.” Não tendo essa afeição espiritual, falta ao sanador fé na Mente divina e ele não tem aquele reconhecimento do Amor infinito, que é o único a conferir o poder curativo”. 

Ciência e Saúde com Chave das Escrituras – 366:11-18, Mary Baker Eddy

 

 

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

FILHOS DE ISRAEL

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Conteúdo desta postagem:
- As doze tribos de Israel e seus símbolos

- As tribos de Israel e suas características bíblicas

- Algumas definições do Glossário do livro Ciência e Saúde com a Chave das   Escrituras, de Mary Baker Eddy, referente a história  das tribos de Israel

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1º  Oficina  Bíblica  de  Férias  realizada em janeiro de 2011 -
Garuva, SC, Brasil.


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AS DOZE TRIBOS DE ISRAEL
E SEUS SÍMBOLOS
 
 

Atividade realizada durante a 1ª Oficina Bíblica de Férias, “Como Estudo a Lição-Sermão”, realizada em janeiro de 2011:

Comparar as características das tribos de Israel, identificadas na leitura da  bíblica, com o significado espiritual definido por Mary Baker Eddy, no Glossário de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras.
 
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  1º Oficina Bíblica de Férias: “Como Estudo a Lição Sermão”
 

Gênesis 49 nos diz que Jacó reuniu seus filhos para dar-lhes sua bênção final e declarar-lhes o que iria acontecer nos dias posteriores (profecias). O verso 28 começa assim: “Estas foram as doze tribos de Israel”. Estima- se que aproximadamente 400 anos se passaram entre o final de Gênesis e o começo do Êxodo.

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Então, não foram os filhos de Jacó, senão seus descendentes, aqueles que guiaram seu povo, através do deserto à Terra Prometida. Quando o povo se estabeleceu em Canaã, eles começaram a trabalhar e a fazer crescer as colheitas e tinham que se defender dos ladrões e dos exércitos invasores.

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Através dos anos, as distinções tribais foram se desvanecendo, enquanto que os israelitas cresciam como uma nação. Durante o tempo de Jesus, somente os levitas, a tribo sacerdotal encarregada do templo, mantinha um papel significativo na vida do povo.
 

 
As tribos de Israel e suas características bíblicas


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RUBEM
Apesar de ser o primeiro filho de Jacó, ele perdeu o direito à metade da herança e de liderar a família. Jacó disse, “Rúben, tu és meu primogênito, minha força, e as primícias do meu vigor, o mais excelente em poder, impetuoso como a água, não serás o mais excelente”. Gênesis 49:3-4.
 
SIMEÃO
Simeão era o segundo filho de Jacó. Ele e seu irmão Levi vingaram-se do príncipe que prejudicou a sua irmã. Eles roubaram as mulas, ovelhas e ainda mulheres e crianças de seu povo. O portal que está na bandeira representa a cidade de Siquém, onde Simeão mostrou sua crueldade. Jacó disse, “Maldito seja o seu furor, pois era forte, e a sua ira, pois era dura..” – Gênesis 49:7

LEVI
Levi foi o terceiro filho de Jacó, foi amaldiçoado junto com seu irmão Simeão. Jacó disse: “...Dividi-los-ei em Jacó, e os espalharei em Israel” – Gênesis 49:7 u.p. Posteriormente, os descendentes de Levi obedeceram a Moisés e se mantiveram firmes a Deus. Então Moisés lhes deu uma bênção especial e foram designados como sacerdotes - Êxodo 32:25-29. O desenho da bandeira apresenta o coração do peito (Efod) que usavam os sacerdotes israelitas. Cada pedra representa uma das tribos de Israel.
 
JUDÁ
O nome Judá significa “louvado”, um nome adequado para o quarto filho de Jacó. Judá foi um dos filhos favoritos de Jacó, um líder entre seus irmãos. Ele inclusive se ofereceu como fiador quando seus irmãos imploraram a José por grãos. Jacó abençoou a Judá dizendo: “Judá, teus irmãos te louvarão; a tua mão estará sobre a cerviz de teus inimigos, os filhos de teu pai se inclinarão a ti” – Gênesis 49:8. Por isso que a bandeira tem um leão – porque é o símbolo da força e do poder.

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Cerâmica de Socorro Torquato
 

ZEBULOM
A Bíblia fala pouco de Zebulom. O livro de Gênesis nos diz de quão valentes e dispostos foram Zebulom e Naftali até de arriscarem suas vidas por causa de Deus. Zebulom era um esperto em combate. O símbolo para Zebulom é um barco porque Jacó abençoou a Zebulom dizendo, “Zebulom habitará na praia dos mares, e servirá de porto de navios...” – Gênesis 49:13
 
ISSACAR
Issacar foi um estudioso do Torá, enquanto seu irmão menor Zebulom trabalhava como comerciante para ajudá-lo nos estudos. A tribo de Issacar recebeu terras férteis entre duas montanhas. Em Gênesis 49:14-15, Jacó disse: “Issacar é um jumento de fortes ossos, de repouso entre os rebanhos de ovelhas. Viu que o repouso era bom, e que a terra era deliciosa; baixou os ombros à carga, e sujeitou-se ao trabalho servil”. O jumento nesta bandeira simboliza sua humildade e o trabalho duro do povo de Issacar.
 
O nome de Dã significa “juízo”. Sansão, a quem Deus abençoou com uma força maravilhosa, procedia da tribo de Dã. Jacó prediz que o povo de Dã se tornaria contra o povo de Deus. Jacó disse, “Dã será uma serpente junto ao caminho, uma víbora junto à vereda, que morde os talões do cavalo, e faz cair o seu cavaleiro por detrás” – Gênesis 49:17. Por isso vemos uma serpente na bandeira de Dã.
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                                                        Cerâmica de Socorro Torquato
 

GADE
Por causa dos inimigos que molestavam continuamente a tribo de Gade e como eles eram sempre os que conseguiam vencer o inimigo, esta tribo chegou a ser conhecida como a dos guerreiros ferozes. Ao pronunciar Jacó sua bênção disse, “Gade, uma guerrilha o acometerá, ... por sua retaguarda” – Gênesis 49:19. A barraca na bandeira simboliza um acampamento militar como uma lembrança da força militar de Gade.
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                                                         Cerâmica de Socorro Torquato
 


ASER
O nome Aser significa “feliz”. Aser foi um granjeiro agricultor. Sua tribo foi abençoada e ofereceu ajuda a Gideão e ao rei Davi. Jacó abençoou a Aser dizendo, “.. o seu pão será abundante, e ele motivará delicias reais” – Gênesis 49:20. A palmeira nesta bandeira simboliza os cultivos férteis de Aser.

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                                                          Cerâmica de Socorro Torquato
 


NAFTALI
Sobre Naftali, em sua benção, Jacó disse, “Naftali é uma gazela solta; ele profere palavras formosas” – Gênesis 49:21. A profecia e a bênção se referem a ligeireza característica da tribo, que possuía a característica do cervo. A tribo de Naftali era rápida em despachar suas tropas para a batalha; diferente de outras tribos que permaneciam em suas terras.

JOSÉ
Mesmo sendo odiado por seus irmãos, foi o filho favorito de Jacó o qual recebeu bênçãos generosas. As tribos de Efraim e Manassés, descendiam dos dois filhos de José, que algumas vezes se lhes chamavam de forma conjunta, as tribos de José. Jacó disse, “José é um ramo frutífero, ramo frutífero junto à fonte... as bênçãos de teu pai excederão às bênçãos de meus pais até ao cimo dos montes eternos...” Gênesis 49:22,26 pp) por isso vemos o trigo como símbolo de fertilidade e prosperidade em sua bandeira tribal.

BENJAMIM
Jacó caracterizou a Benjamim como de uma atitude viciosa e guerreira, como o lobo de sua bandeira. Muitos benjamitas ferozes se registram durante os períodos da história israelita. Jacó disse, “Bejamim é lobo que despedaça, pela manhã devora a presa, e à tarde reparte o despojo” – Gênesis 49:27.


 
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  1º Oficina Bíblica de Férias
 

Algumas definições sobre tribos de Israel  do Glossário do livro

Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras,
de Mary Baker Eddy

 

Abraão. Fidelidade; fé na Vida divina e no eterno Principio de ser.
 
Filhos de Israel. Os representantes da Alma, não do sentido corpóreo; os descendentes do Espírito, os quais, tendo lutado contra o erro, o pecado e os sentidos, são governados pela Ciência divina; algumas das idéias de Deus vistas como homens, as quais expulsam o erro e curam os doentes; os descendentes de Cristo.
 
Jacó. Um mortal corpóreo que inclui duplicidade arrependimento, sensualismo. Inspiração; a revelação da Ciência, na qual os assim chamados sentidos materiais cedem ao sentido espiritual de Vida e Amor.

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  1º Oficina Bíblica de Férias
 


Gade (filho de Jacó). A Ciência; o ser espiritual compreendido; apressar-se rumo a à harmonia.
 
Aser (filho de Jacó). Esperança e fé; compensação espiritual; os males da carne repreendidos.


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    1º Oficina Bíblica de Férias
 

José. Um mortal corpóreo; um sentido mais alto da Verdade, que repreende a crença mortal, ou erro, e mostra a mortalidade e a supremacia da Verdade; afeto puro que abençoa os seus inimigos.
 
Judá. Uma crença corpórea material que progride e desaparece; aparecimento da compreensão espiritual acerca de Deus e do homem.
 
 Levi (filho de Jacó). Uma crença corpórea e sensual; o homem mortal; negação da plenitude da criação de Deus; despotismo eclesiástico.
 
Issacar (filho de Jacó). Uma crença corpórea; o descendente do erro; inveja; ódio; egoísmo; obstinação; luxúria. Dã (filho de Jacó). O magnetismo animal; a assim chamada mente mortal que domina a mente mortal; o erro, que realiza os desígnios do erro; uma crença que faz de outra a sua presa.
 
Rubem (filho de Jacó). Corporalidade; sensualidade; engano; mortalidade; erro.
 
Benjamim (filho de Jacó). Crença física concernente à vida, à substância e à mente; saber humano, ou a assim chamada mente mortal, dedicada à matéria; orgulho; inveja; fama; ilusão; uma crença errônea; erro que se disfarça em possuidor de vida, força, animação e do poder de agir. Renovação dos afetos; holocausto de si mesmo; um estado melhorado da mente mortal; a introdução de uma origem mais espiritual; um lampejo da ideia infinita do Princípio infinito; um símbolo espiritual; aquilo que conforta, consola e sustenta.

 
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       Templo da Primeira  Igreja de Cristo, Cientista de Joinville, SC, Brasil :
         1º Oficina Bíblica de Férias: “Como Estudo a Lição Sermão”



FILHOS DE ISRAEL. […] algumas das idéias de Deus vistas como homem, 
as quais expulsam o erro e curam os doentes;
 os descendentes de Cristo”. 
Mary Baker Eddy

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Sugestão de leitura:




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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

JESUS SEMPRE COMEÇA A CURAR LIBERTANDO DE UM DEUS OPRESSOR

 

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 Fotos: banho no rio Três Barras e brincadeira na chuva – atividades de lazer da

 

1ª Oficina Bíblica de Férias: “Como estudo a Lição-Sermão”

Janeiro de 2011 -  Garuva, SC, Brasil. _____________________________    

Conteúdo desta postagem:

 I. Comentários sobre relatos bíblicos:  

 

- Nos Evangelhos não se aprende doutrina mas sim uma forma de

estar no mundo (Entrevista com José Antonio Pagola)

- Jesus sempre começa a curar libertando de um Deus      opressor:  Aquele que cura (José Antonio Pagola)

 II. Para pensar: citação do livro Ciência e Saúde com a Chave das

                               Escrituras de Mary Baker Eddy. )

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I. Comentários sobre relatos bíblicos

 

Os estudos bíblicos se constituem numa vibrante área de pesquisa que publica de forma intensa. Isso deve-se ao facínio que os textos antigos exercem sobre os leitores contemporâneos, seja como texto de saber histórico, seja como texto que sempre se mostra aos leitores de forma renovada.

Por isso, a Bíblia é estudada numa riqueza de perspectivas, abordagens, métodos  e hermenêuticas. Ao interesse pelo texto bíblico soma-se a busca por sua origem, da mesma forma que pelos textos que lhe são vizinhos: os apócrifos, pseudepígrafos, os Manuscritos do Mar Morto.(Gabrielle Boccaccini - leciona no Departamento de Estudos do Oriente Próximo da  Universidade de Michigan, EUA.)

 

Nos Evangelhos não se aprende doutrina mas sim uma forma de estar no mundo

 

Parte final da entrevista com José Antonio Pagola, da reportagem de Cristina Turrau, publicada no sítio “Diario Vasco”, 26-01-2012, tradução de Moisés Sbardelotto:

 

Não são poucas pessoas que vivem o seu interior com imagens falsas de Deus que lhes faz viver sem dignidade e sem verdade. Sentem-No, não como uma presença amistosa que convida a viver de forma criativa, mas como uma sombra ameaçadora que controla a sua existência.

 

[...] A mensagem de Jesus é de plena atualidade, o senhor defende.

Eu me dou conta de que as pessoas, nesta sociedade que parece superficial, sentem a necessidade de viver de uma maneira diferente, sem saber exatamente como. Buscamos uma vida mais digna, saudável e feliz, algo que não é fácil. E o que eu tento demonstrar é que Jesus oferece um horizonte mais humano e uma esperança. Assim perceberam os primeiros cristãos.

 

Com seus livros, o senhor busca ser um mediador?

Trabalho com grupos distintos, falo com as pessoas e observo que não se busca mais técnica, nem mais ciência, nem mais doutrina religiosa. Buscamos algo, mas não sabemos como formular essas questões que levamos dentro.

 

Quais são as diferenças entre os quatro Evangelhos?

Os Evangelhos são quatro pequenos escritos. O primeiro é o de Marcos, que aparece em torno do ano 70, provavelmente depois da destruição de Jerusalém. Depois vêm os de Mateus e de Lucas, entre os anos 70 a 90. E, por último, já passado o ano 100, aparece o de João. Mas podemos dizer que os autores não são apóstolos. A elaboração dos textos é muito complexa. Eu analiso a vida de Jesus a partir de quatro relatos que nasceram da sua recordação. E cada um deles tem sua própria maneira de ressaltar, sublinhar e ordenar essas recordações.

 

Dê-nos uma pincelada de especialista:

 

Marcos.

É o Evangelho mais breve. Pode ser lido em uma hora. Ocupou um lugar muito discreto ao longo da história. E, no entanto, há um interesse crescente nele, porque nos oferece a figura de Jesus com mais frescor. Ele remonta a tradições antigas, e Mateus e Lucas o utilizaram para os seus evangelho.

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Mateus.

É o evangelho mais longo e, em boa parte, segue Marcos, mas acima de tudo se caracteriza por seus grandes discursos. É o do Sermão da Montanha, das Bem-aventuranças ou das parábolas de Jesus, inesquecíveis. É o mais rabínico, provavelmente obra de um judeu que se tornou cristão.

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Lucas.

Eu o recomendo para quem queira ler um evangelho inteiro e de uma vez só para ter uma ideia de como Jesus foi lembrado. Tem o evangelho da infância, muito poético. E é onde se destaca a bondade de Deus, sua compaixão e misericórdia, por exemplo, na parábola do filho pródigo.

 Christ in the House of His Parents<br />Sir. John Everett Millais  Cristo na casa de seus parentes – Sir. John Everett Millais

 

João.

É um evangelho mais complexo, com uma cristologia muito elaborada. É mais teológico do que os demais.

 

Por que o lado humano de Jesus assusta?

Jesus atrai, mas é perigoso, porque é muito radical. Se você se aprofundar na ideia de que os últimos serão os primeiros, ou que você não pode servir a Deus e ao dinheiro, a vida muda. Jesus é muito sedutor, mas arriscado. Como disse algum agnóstico, é difícil dizer que ele não tem razão. [...]

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JESUS SEMPRE COMEÇA A CURAR  LIBERTANDO DE UM DEUS OPRESSOR

 

Aquele que cura

 

José Antonio Pagola

por IHU - Instituto Humanitas Unisinos

 

Segundo Marcos, a primeira aparição pública de Jesus foi a cura de um homem possuído por um espírito maligno na sinagoga de Cafarnaum. É uma cena impressionante, narrada para que, desde o início, os leitores descubram a força de Jesus que cura e que liberta.

É sábado e o povo encontra-se reunido na sinagoga para escutar o comentário da Lei explicada pelos escribas. Pela primeira vez Jesus vai proclamar a Boa Nova de Deus precisamente no lugar onde se ensina oficialmente ao povo as tradições religiosas de Israel.

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As pessoas ficam surpreendidas ao escutá-lo. Têm a impressão de que até agora estiveram a escutar notícias velhas, ditas sem autoridade. Jesus é diferente. Não repete o que ouviu a outros. Fala com autoridade. Anuncia com liberdade e sem medos de um Deus Bom.

De repente um homem «põe-se a gritar: Vieste acabar conosco?». Ao escutar a mensagem de Jesus, sentiu-se ameaçado. O seu mundo religioso derruba-se. Diz-nos que está possesso por um «espírito imundo», hostil a Deus. Que forças estranhas o impedem de continuar a escutar Jesus? Que experiências más e perversas lhe bloqueiam o caminho até o Deus Bom que lhe anunciam?

Jesus não se acovarda. Vê o pobre homem oprimido pelo mal, e grita: «Cala-te e sai dele». Ordena que se calem essas vozes malignas que não o deixam encontrar-se com Deus nem consigo mesmo. Que recupere o silêncio que cura o mais profundo do ser humano.

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O narrador descreve a cura de forma dramática. Num último esforço para destruí-lo, o espírito «retorceu-o e, dando um grito muito forte, saiu». Jesus conseguiu libertar o homem da sua violência interior. Pôs fim às trevas e ao medo a Deus. Daí em diante poderá escutar a Boa Nova de Jesus.

Não são poucas pessoas que vivem o seu interior com imagens falsas de Deus que lhes faz viver sem dignidade e sem verdade. Sentem-No, não como uma presença amistosa que convida a viver de forma criativa, mas como uma sombra ameaçadora que controla a sua existência. Jesus sempre começa a curar libertando de um Deus opressor.

As Suas palavras despertam a confiança e fazem desaparecer os medos. As Suas parábolas atraem para o amor à Deus, e não para a sustentação cega da lei. A Sua presença faz crescer a liberdade, não os servilismos; suscita o amor à vida, não o ressentimento. Jesus cura, porque ensina a viver apenas da bondade, do perdão e do amor que não exclui ninguém. Cura porque liberta do poder das coisas, do autoengano e da egolatria.

 

José Antonio Pagola, teólogo e ex-vigário geral da diocese de San Sebastián, na Espanha, apresentou nesta quarta-feira, 25 de janeiro de 2012, em Donostia, seu livro El camino abierto por Jesús: Marcos (Ed. Desclée de Brouwer). Tornou-se um best-seller que está sendo publicado nestes dias em croata, francês e russo.

 

Nota: Os  textos postados (Entrevista: Evangelhos não se aprende doutrina mas sim uma forma de estar no mundo; Jesus sempre começa a curar libertando de um Deus opressor -  Aquele que cura de José Antonio Pagola)  não representam necessariamente a opinião deste blog nem de nenhuma das igrejas do Movimento da Ciência Cristã. Foram publicados para  refletirmos sobre a importância do estudo da Bíblia em seu contexto histórico, nas dimensões política, social, cultural e econômica. Conforme recentes  descobertas sobre fatos nela registrados e opinião de estudiosos do texto bíblico,  como objetivo de alcançarmos o significado espiritual das Escrituras.

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II. Para pensar:

“Igreja, mais do que qualquer outra instituição, é, no momento, o cimento da sociedade, e deveria ser o baluarte  da liberdade civil e religiosa”. (Miscellaneous Writings 1883-1896, pág.144 - Mary Baker Eddy)

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