sábado, 20 de outubro de 2012

SOBRE O PURO E O IMPURO

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SOBRE O PURO E O IMPURO

JESUS REALIZA O GRANDE DESEJO DO POVO:

ESTAR EM PAZ COM DEUS

MARCOS 7, 1-23

 

Carlos Mesters e Mercedes Lopes

 

O evangelho deste final de semana é comprido. Fala dos costumes religiosos da época de Jesus, muitos dos quais já tinham perdido seu sentido e até atrapalhavam a vida do povo, ameaçando as pessoas com castigo e inferno.

Enxergavam pecado em tudo! Por exemplo, comer sem lavar as mãos era considerado pecado. Mesmo assim, estes costumes eram conservados e ensinados, ou por medo, ou por superstições. Vamos conversar sobre isso!

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The Divine Comedy, Inferno, Canto XVIII, Botticelli -

1480 - Berlin, Staatliche Museen

 

SITUANDO

Neste círculo, olhamos de perto a atitude de Jesus frente à questão da pureza. Anteriormente, Marcos já tinha tocado neste assunto da pureza: em Mc 1,23-28, Jesus expulsou um espírito impuro. Em Mc 1,40-45, ele curou um leproso. Em Mc 5,25-34, curou uma mulher considerada impura. Em vários outros momentos, ele tocou em doentes e deficientes físicos, sem  medo de ficar impuro. Agora, aqui no capítulo 7, Jesus ajuda o povo e os discípulos a aprofundar este assunto da pureza e das leis da pureza.

Desde séculos, os judeus, para não contrair impureza, eram proibidos de entrar em contato com os pagãos e de comer com eles. Mas nos anos 70, época de Marcos, alguns judeus convertidos diziam: "Agora que somos cristãos temos que abandonar estes costumes antigos que nos separam dos pagãos convertidos!" Outros, porém, achavam que deviam continuar a observar as leis de pureza. A atitude de Jesus, descrita no evangelho de hoje, ajudava-os a superar o problema.

 

COMENTANDO

Marcos 7,1-2: Controle dos fariseus e liberdade dos discípulos

Os fariseus e alguns escribas, vindos de Jerusalém, observavam como os discípulos de Jesus comiam pão com mãos impuras. Aqui há três pontos que merecem ser assinalados:

1) Os escribas são de Jerusalém, da capital! Significa que tinham vindo para observar e controlar os passos de Jesus.

2) Os discípulos não lavam as mãos para comer! Significa que a convivência com Jesus os levou a criar coragem para transgredir normas que a tradição impunha ao povo, mas que já não tinham sentido para a vida.

3) O costume de lavar as  mãos, que, até hoje, continua sendo uma norma importante de higiene, tinha tomado para eles um significado religioso que servia para controlar e discriminar as pessoas.

 

Marcos 7,3 - 4: A Tradição dos Antigos

A "Tradição dos Antigos" transmitia as normas que deviam ser observadas pelo povo para ele conseguir a pureza exigida pela lei. A observância da pureza era um assunto muito sério. Eles achavam que uma pessoa impura não poderia receber a bênção prometida por Deus a Abraão. As normas de pureza eram ensinadas para abrir o caminho até Deus, fonte da paz.

Mas, na realidade, em vez de ser uma fonte de paz, elas eram uma prisão, um cativeiro. Para os pobres, era praticamente impossível observá-las. Eram centenas de normas e leis. Por isso, os pobres eram desprezados como gente ignorante e maldita que não conhece a lei (Jo 7,49).

 

Marcos 7,5: Escribas e fariseus criticam o comportamento dos discípulos de Jesus

Os escribas e fariseus perguntam a Jesus: Por que os teus discípulos não se comportam conforme a tradição dos antigos e comem o pão com as mãos impuras? Eles fingem estar interessados em conhecer o porquê do comportamento dos discípulos.

Na realidade, criticam Jesus por ele permitir que os discípulos transgridam as normas de pureza. Os fariseus formavam uma espécie de irmandade cuja principal preocupação era observar todas as leis de pureza. Os escribas eram os responsáveis pela doutrina. Ensinavam as leis referentes à observância da pureza.

 

Marcos 7, 6-13: Jesus critica a incoerência dos fariseus

Jesus responde citando Isaías: Este povo me honra só com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Insistindo nas normas de pureza, os fariseus esvaziavam os mandamentos da lei de Deus. Jesus cita um exemplo concreto. Eles diziam: o fulano que oferecer ao Templo os seus bens não pode usar esses bens para ajudar os pais necessitados. Assim, em nome da tradição esvaziavam o quarto mandamento, que manda amar pai e mãe.

Até hoje, tais pessoas parecem muito observantes, mas é só por fora. Por dentro, o coração delas fica longe de Deus! Como diz o canto: "Seu nome é Jesus Cristo e passa fome, e vive à beira das calçadas. E a gente quando vê passa adiante, às vezes para chegar depressa à Igreja!"

No tempo de Jesus, o povo, na sua sabedoria, não concordava com tudo que se ensinava. Esperava que, um dia, o  messias viesse indicar um outro caminho para alcançar a pureza. Em Jesus se realiza esta esperança.

 

Marcos 7,14-16: Jesus abre um novo caminho para o povo se aproximar de Deus

Ele diz para a multidão: "Não há nada no exterior do ser humano que, entrando nele, possa torná-lo impuro!" (Mc 7,15). Jesus inverte as coisas: o impuro não vem de fora para dentro, como ensinavam os doutores da lei, mas sim de dentro para fora.

Deste modo, ninguém mais precisa se perguntar se esta ou aquela comida ou bebida é pura ou impura. Jesus coloca o puro e o impuro num outro nível, no nível do comportamento ético. Ele abre um novo caminho para chegar até Deus e, assim, realiza o desejo mais profundo do povo.

 

Marcos 7,17-23: Em casa, os discípulos pedem explicação

Os discípulos não entenderam bem o que Jesus queria dizer com aquela afirmação. Quando chegaram em casa, pediram uma explicação. Jesus estranhou a pergunta dos discípulos. Pensava que eles tivessem entendido a parábola. Na explicação aos discípulos, ele vai até ao fundo da questão da pureza. Declara puros todos os alimentos! Ou seja, nenhum alimento que de fora entre no ser humano pode torná-lo impuro, pois não vai até o coração, mas vai para o estômago e acaba na fosse, e, conforme o pensamento da época, o que entrava na fossa não era considerado impuro.

 

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Mas o que torna impuro, diz Jesus, é aquilo que de dentro do coração sai para envenenar o relacionamento humano. E ele enumera: prostituição, roubo, assassinato, adultério, ambição, etc.

Assim, de  muitas maneiras, pela palavra, pelo toque e pela convivência, Jesus foi ajudando as pessoas a conseguir a pureza.

Pela palavra, purificava os leprosos, expulsava os espíritos impuros e vencia a morte, que era a fonte de toda a impureza. Pelo toque em Jesus, a mulher excluída como impura ficou curada. Sem medo de contaminação, Jesus comia junto com as pessoas consideradas impuras.

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ALARGANDO

As leis da pureza no tempo de Jesus

O povo daquela época tinha uma grande preocupação com a pureza. A lei e as normas de pureza indicavam as condições necessárias para alguém poder comparecer diante de Deus e se sentir bem na presença dele. Não se podia comparecer diante de Deus de qualquer jeito. Pois Deus é Santo. A Lei dizia: "Sede santos, porque eu sou santo!" (Lv 19,2). Quem não era puro não podia chegar perto de Deus para receber dele a bênção prometida a Abraão.

A lei do puro e do impuro (Lv 11 a 16) foi escrita depois do cativeiro da Babilônia, cerca de 800 anos depois do Êxodo, mas tinha suas raízes na mentalidade e nos costumes antigos do povo da Bíblia. Uma visão religiosa e mítica do mundo levava o povo a apreciar as coisas, as pessoas e os animais a partir da categoria da pureza (Gn 7,2; Dt 14,13-21; Nm 12,10-15; Dt 24,8-9).

No contexto da dominação persa, nos séculos V ou IV antes de Cristo, diante da dificuldade para reconstruir o templo de Jerusalém e para a própria sobrevivência do clero, os sacerdotes que estavam no governo do povo da Bíblia ampliaram as leis de pureza e a obrigação de oferecer sacrifícios de purificação pelo pecado.

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Paul Gauguin - Eve

 

Assim, depois do parto (Lv 12,1-8), da menstruação (Lv 15,19-24) ou da cura de uma hemorragia (Lv 15,25-30), as mulheres tinham que oferecer sacrifícios para recuperar a pureza. Pessoas leprosas (Lv 13) também deviam oferecer sacrifícios. Uma parte destas oferendas ficava para os sacerdotes (Lv 5,13).

No tempo de Jesus, tocar um leproso, comer com publicano, comer sem lavar as mãos, etc, tudo isso tornava a pessoa impura, e qualquer contato com esta pessoa contaminava os outros. Por isso, as pessoas "impuras" deviam ser evitadas. O povo vivia acuado, sempre ameaçado pelas tantas coisas impuras que ameaçavam a vida. Era obrigado a viver desconfiado de tudo e de todos.

Agora, de repente, tudo mudou! Através da fé em Jesus, era possível conseguir a pureza e sentir-se bem diante de Deus sem que fosse necessário observar todas aquelas leis e normas da "Tradição dos Antigos".

Foi uma libertação! A Boa Nova anunciada por Jesus tirou o povo da defensiva, do medo, e lhe devolveu a vontade de viver, a alegria de ser filho e filha de Deus, sem medo de ser feliz!

 

Fonte: Texto extraído do livro CAMINHANDO COM JESUS. Coleção A Palavra  na Vida 182/183. De Carlos Mesters e Mercedes Lopes.

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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

PIONEIROS DA CIÊNCIA CRISTÃ NO BRASIL

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Raio de Sol no Paraná_2007_Visita  Jardim Botânico_Curitiba_PR_Edésio Ferreira Filho

Jardim Botânico de Curitiba, PR:

Participantes do Acampamento para Cientistas Cristãos e seus Amigos -

Raio de Sol no Paraná /2007

 

 

PIONEIROS DA CIÊNCIA CRISTÃ NO BRASIL

 

Na  edição de outubro 2012 / volume 62 / número 10  da  revista  O Arauto da Ciência  Cristã   foi  publicada a entrevista  “A bênção do Cristo: a Ciência Cristã no Brasil “  de  Rosalie E. Dunbar com Orlando Trentini.

Nesta conversa, o entrevistado fala  de sua infância e  sobre fatos relacionados ao surgimento da Ciência Cristã no Brasil, memórias que fazem parte de reminiscências escritas por ele anteriormente. Além de compartilhar “algumas ideias de como a compreensão  do Cristo sustenta nossa capacidade de curar”

Orlando Trentini,  Praticista  e  Professor de Ciência Cristã  desde 1969 e 1979, respectivamente, escreveu o  Histórico dos primórdios da Ciência Cristã ou Christliche Wissenschaft no Brasil, quando visitava  Rio Vista - Califórnia, EUA, em dezembro de 2006.

Este histórico  fez parte da mensagem enviada por Orlando Trentini   aos participantes do  ACAMPAMENTO PARANAENSE PARA CIENTISTAS CRISTÃOS E SEUS AMIGOS -   RAIO DE SOL no Paraná/ 2007, realizado em Mandirituba, PR, entre 04 a 07 de janeiro de 2007.

 

BANER RAIO DE SOL no Paraná 2007_Eldo José da Costa Ferreira

 O Acampamento reuniu cientistas cristãos,  jovens e adultos,  que  ponderaram sobre as qualidades espirituais vivenciadas pelas pessoas que introduziram a  Ciência Cristã em diversas localidades do   Brasil [detalhes publicados neste blog em 22 de novembro de 2010].

Vale a pena ler a entrevista publicada  na revista O Arauto da Ciência Cristã  bem como a histórico sobre as origens da Ciência Cristã no Brasil escrito pelo Professor Trentini.

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A bênção do Cristo:

a Ciência Cristã no Brasil

 

As primeiras pessoas que levaram a Ciência Cristã para o Brasil eram provenientes da Alemanha, América do Norte, Suíça e Inglaterra. Entre os alemães, havia Helene  Marie Von Schramm e seu marido, Otto Albert Schmidt, que se estabeleceram em Blumenau [SC]. Ali foi organizada uma Sociedade da Ciência Cristã, oficialmente reconhecida em 1932”. 

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                          Primeira Igreja de Cristo, Cientista, Blumenau - SC

 

“No início do ano de 1932, Otto Albert Schmidt atendeu a um pedido de cura vindo de um lugarejo rural encravado na mata, região hoje conhecida como Panambi, no sul do Brasil. Durante 55 dias, ele cobriu uma grande distância, sendo que a maior parte do percurso foi feito a pé. Havia muitas pessoas necessitando de cura e todas foram curadas. Entre elas, estavam os pais de minha mãe”.  Orlando Trentini, CSB : O Arauto da Ciência Cristã/outubro de 2012.

 

“Na década de 1950, havia em Porto Alegre, RS, um grupo de estudiosos de Ciência Cristã, o qual se reunira à volta do casal Otto Albert Schmidt e Helena Maria Von Schramm Schmidt. Juntos, estudavam todos os dias a Lição Bíblica. Esse casal estava sempre disposto a ajudar, por meio da oração, aqueles que o solicitassem e a mostrar a importância do estudo da Lição Bíblica, conforme apresentada no Livrete Trimestral da Ciência Cristã. As curas se sucediam com naturalidade, eram rápidas e permanentes”. Orlando Trentini, CSB: O Arauto da Ciência Cristã, Ano 62, nº 06, página 17. 

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Histórico dos primórdios da Ciência Cristã
ou Christliche Wissenschaft no Brasil

Orlando Trentini, CSB 

  

 

UMA CURA INFANTIL NOTÁVEL, GRAÇAS À CIÊNCIA CRISTÃ

Quando eu tinha uns 4 anos  adoeci e fiquei inconsciente, aconteceu numa sexta- feira. Todo o dia meu pai e minha mãe oraram com a Lição Bíblica [da Ciência Cristã] e com o Arauto [O Arauto da Ciência Cristã], assim também durante a noite. No sábado, meu pai foi a cavalo até a casa do vovô Holderbaum para pedir que um dos filhos fosse até Panambi [RS] pedir para o Sr. Otto Albert Schmidt vir até a nossa casa por que o Orlando estava precisando de oração.

Casal Schmidt

Helene Marie Von Schmidt e Otto Albert Schmidt

 

Quem foi até Panambi, foi o tio Oscar. Deve ter chegado lá já depois do meio dia. E já não dava para o sr. Schmidt vir e voltar no mesmo dia, pois no dia seguinte, domingo, ele era o Segundo Leitor e  Helene Marie Von Schmid era a Primeira Leitora [dirigente do culto dominical na Igreja da Ciência Cristã], ele também tocava o violino para cantarmos os hinos. À tarde vinham pessoas dos arredores para falar com eles. Mas mandou avisar pelo tio Oscar que na 2ª feira, logo cedo, estaria chegando para me ver. E que ele já estava orando para mim.

   Panambi, RS, década de 1930:  local da atual Praça Maurício Cardoso

 

   Panambi, RS, década de 1950:  Praça Maurício Cardoso   

            Acervo  do   Museu e Arquivo Histórico Professor Hermann Wegermann -

      Panambi, RS. 

 

No domingo de manhã, o terceiro dia que eu estava inconsciente, veio a tia do meu pai, tia Carolina Winck, e foi até a minha cama e viu que estava difícil a situação para o Orlando. Assim começou a falar para meus pais, pensando em prepará-los para o meu falecimento. Falou:

- O Orlando sempre foi uma criança doentinha, vocês levaram ele para o médico mas não foi curado, depois vocês levaram ele para a religião mas ele também não foi curado, deixa agora que Deus leve o Seu filho de volta para Si.

Quando ela falou isso, meu pai, falou energicamente com ela, que Deus era a Vida e Deus estava presente, portanto, a Vida estava presente e o Orlando reflete Vida perfeita. Tia faça o favor de se retirar de minha casa, pois a senhora têm pensamentos de morte.

Ela ainda fez protestos de que só queria ajudar, e meu pai ainda acrescentou:

– Se a senhora quer ajudar vá para a casa, pegue o seu livro Ciência e Saúde [Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras de Mary Baker Eddy] e leia, e ore, então estará ajudando a nós e ao Orlando.

Ela foi para casa, e abriu Ciência e Saúde e abriu ao acaso na página 206: 20-22, 27-29 e ela começou a ler até que chegou onde diz:

“Acaso envia Deus a doença, dando à mãe um filho pelo curto espaço de alguns anos, para depois tirá-lo pela morte? Em vez de mandar a doença e a morte, Deus as destrói e traz à luz a imortalidade?” Quando ela leu isso, ela começou a chorar e pensou:

- Meu sobrinho estava certo, Deus é a Vida do Orlando e Deus não quer que ele morra. Continuou lendo, e depois me esqueceu.

À tarde estavam meus avós maternos no quarto e meus pais, estavam orando, quando eu recobrei a consciência e pedi:

- Mamãe eu quero comer, estou com fome.

Ficaram muito contentes e foram buscar a comida. Dormi de novo e acordei mais tarde e pedi mais comida. Dormi a noite toda, e quando Otto chegou na 2ª feira de manhã, eu estava brincando, em frente de nossa casa.

A cura foi completa e permanente. Cada ano eu tinha menos faltas à escola, até que aos quinze anos não faltei nenhum dia de aula o ano todo. Fiz uma retrospectiva,  dos quinze aos quarenta anos eu perdi em torno de meio dia de trabalho, em vinte e cinco anos, por estar na cama com gripe.

                                                 Orlando Trentini, CSB 

 

Depois desta cura, minha mãe abriu o armário da cozinha e viu que ainda tinha muitos frascos de remédios. Decidiu, que não ajudavam a não ficar doente, e não ajudavam a recuperar a saúde, portanto, ela iria confiar em Deus de modo total. Separou todos os frascos ainda fechados e colocou numa bacia pequena e pediu que eu os levasse até a vizinha que tinham um salão de baile, Família Faldin Derr.

Quando entreguei a bacia com os frascos a vizinha disse:

– Mas e vocês, que vai acontecer com vocês sem remédios? Eu respondi:

– Nós vamos confiar em Deus.

Enquanto eu fui na vizinha minha mãe pegou todos os frascos já abertos e os levou numa outra bacia para o córrego onde lavava a roupa. A água passava sobre uma rocha que se estendia para dentro do córrego e ela jogou os vidros nessa pedra de modo que se rompessem e logo após a água formava um pequeno redemoinho, lento, onde tinha sempre uns peixinhos. Ela ficou olhando o remoinho e como a água ficou colorida por causa dos remédios, Os peixinhos desapareceram, e ela ficou olhando até que a água clareasse novamente. E pensou:

- Agora nos colocamos totalmente nas mãos de Deus e Seu cuidado.

Família Trentini002      Família Trentini – provavelmente década de 1950, em Porto Alegre, RS.

 

Muitas famílias tiveram curas em nossa área. Eu não lembro o nome delas nem quais as curas, mas ao perguntar um dia ao Otto, na década de 50 se ele lembrava de alguma cura. Ele disse que muitas pessoas foram curadas, e que lembra de uma, em particular, em que ele estava na carroça com um colono, a junta de bois a estava puxando, quando a carroça passou por um buraco ou sobre uma pedra e deu um solavanco forte e o filho pequeno caiu para fora e a roda de trás passou por sobre o menino.

Ele me contou, que parecia que o menino tivesse morto. Mas ele e os pais continuaram em oração até que o menino deu sinais de vida. E ele ficou mais alguns dias com a família até que o menino ficasse completamente curado. Orlando Trentini, dezembro de 2006, Rio Vista, Califórnia, EUA.

 

Leia o texto completo do  Histórico dos primórdios da Ciência Cristã ou Christliche Wissenschaft no Brasil  em   http://www.trentinicsb.com.

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