terça-feira, 27 de março de 2012

MODELO DE INSTALAÇÃO E O SISTEMA DAS DOZE TRIBOS DE ISRAEL

 

 

MODELO DE INSTALAÇÃO E O SISTEMA

DAS DOZE TRIBOS DE ISRAEL

 

Guia de Leitura aos Mapas da Bíblia

Euclides Martins Balancin – Editora Paulus

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    Árvore geneológica de personagens bíblicos

 

1. Modelo de instalação

Existem três teorias para explicar como os israelitas se instalaram no território de Canaã:

a. Conquista: É a hipótese tradicional e, aparentemente, parece ser a melhor forma de compreender a rápida emergencia de Israel em Canaã: no prazo de uma geração, os iraelitas conseguiram aniquilar os habitantes anteriores da região e foram capazes de preencher o vazio com sua própria cultura e religião. O território foi repartido e as doze tribos o ocuparam imediatamente.

Essa explicação se apóia em dados bíblicos. A própria arqueologia, ao comprovar a destruição de cidades cananéias nesse período e, a seguir, uma nova ocupação, ajudou a sustentar essa hipótese.

b. Imigração: Aos poucos, porém, os estudiosos foram percebendo que as próprias tradições bíblicas não eram tão unânimes a respeito de uma conquista rápida. Textos mostram a dificuldade de ocupação e parecem demonstrar que houve uma entrada mais lenta e pacífica na terra. Tal instalação, segundo os defensores do modelo, se deu desde os tempos dos patriarcas até à época de Davi.

Esses estudiosos negam uma evidencia arqueológicas de conquista rápida da terra pelos israelitas. O ponto dessa teoria é que ela trabalha com provas  seletivas, sem considerar a perspectiva bíblicas global.

 

Ocupação da terra de Canaã

 

c. Revolta: Este modelo trabalha sobre o contexto histórico-socioeconômico de Canaã: o grupo proveniente do deserto, trazendo a crença num Deus libertador, exerceu uma influência ideológica aglutinadora dos movimentos camponeses que já fervilhavam em Canaã contra as cidades-estado. Unidos, tornaram-se uma força muito grande dentro do território, a ponto de levar a termo a revolta contra os reis opressores. Este modelo, portanto, não encara a instalação como um conflito entre cananeus e israelitas, mas entre camponeses oprimidos, ajudados pelo grupo que se libertou do Egito, contra as cidades-estado opressoras. Muitos passaram a aceitar Javé como o se Deus. Os levitas, que trouxeram a fé no Deus do êxodo, se tornaram os ideólogos da nova sociedade.

Planta da Cidade-Estado em Canaã

 

2. O sistema das doze tribos de Israel 

Com o sucesso da revolta, o sistema de sociedade  que existia em Canaã  foi mudado. O novo sistema pode ser reconstituído da seguinte maneira(cf. o quadro “sistema das doze tribos”):

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Existia uma CONFEDERAÇÃO ou LIGA DE TRIBOS, que articulava as outras unidades autonomas: tribo (shebt), associação protetora (mishphah; no quadro sigla AP) e casa-do-pai (be’ab; no quadro sigla C).

Através de assembléias, homens adultos de todas as tribos se reuniam periodicamente para celebrar a Aliança, produzir as ideologias orientadoras, elaborar e propagar leis, juntamente com os levitas, que eram encarregados das atividades cerimoniais e da formação das tradições. Se a assembléia era reunida para a guerra, recrutavam-se homens das tribos que queriam cooperar. Existia provavelmente um juiz de todo o Israel, para uniformizar as leis e julgar os casos remetidos pelas tribos.

A tribo também fazia suas assembléias para a celebração cultual, a produção de tradições regionais tribais, e para decidir o início de uma guerra regional. Na tribo também eram realizadas assembléias de anciões. Estes decidiram a favor da guerra ou da paz e, talvez, serviam como tribunal de apelação; organizavam a distribuição de excedentes aos mais carentes. Os levitas também eram ativos na tribo. 

A associação protetora (AP), composta de mais ou menos 50 casas-do-pai (C), era coordenada pelos chefes dessas casas. Eles tratavam do auxílio econômico mútuo, recrutamento militar, celebrações cultuais, execução de leis em consonância com a tribo e a confederação, e dos acordos matrimoniais.

A casa-do-pai (C) era a unidade primária residencial e econômica, incluindo um total de mais ou menos 45 ou 50 pessoas entre esposas, filhos, filhas solteiras e parentes por afinidade. Reproduzia, através do matrimônio, os tabus existentes; era em grande parte auto-suficiente na produção, distribuição e consumo dos produtos agrícolas e pastoris; exercia a educação e o controle social, inculcando as obrigações básicas e as convicções ideológicas de todo israelita. Era na casa-do-pai que se celebrava a Páscoa.

Conclusão: Nesse novo sistema da Liga das Tribos eram fundamentais as assembléias, tanto em nível religioso(ideológico), como econômico e político. Outra figura sobressalente no sistema eram os levitas, verdadeiros preservadores e transmissores da fé javista, seja através do culto como da educação. Por isso, eles não possuíam território próprio, mas estavam presentes em todas     as tribos embora sua origem seja de época incerta, tinham como finalidade assegurar o direito do réu  se proteger enquanto não houvesse um processo legal sobre a acusação movida contra ele.

No periodo em que vigorou o sistema das doze tribos, os filisteus e as cidades-estado cananéias que ainda resistiam e procuravam manter o sistema anterior, se tornaram sempre empecilho e perigo para a preservação do novo modo de sociedade instaurado por aqueles que se regiam pela fé em Javé, o Deus libertador.

3. Data mais importante 

Cerca de 1200 a.C.: os filisteus no sul da região costeira de Canaã.

4.Lista de Juízes

a. Juízes Maiores (= líderes carismático)

     Otoniel (Jz 3:7-11)

     Aod (Jz 3:12-30)

     Débora e Barac (Jz 4-5)

     Gedeão (Jz 6-7)

     Jefté (Jz 10:6-12,7)

     Sansão (Jz 13-16)

a. Juízes Menores (exerciam função judicial)

     Samgar (Jz 3:31)

     Tola (Jz 10:1-2)

     Jair (Jz 10:3-5)

     Abesã (Jz 12:8-10)

      Elon (Jz 12:11-12)

      Abdon (Jz 12:13-15)

 

4.Bibliografia

BRIGHT, J., História de Israel, pp 164-234.

CAZELLES, H., História política de Israel, pp. 70-117. 

HARRINGTON, W. J., Chave para a Bíblia pp. 87-96.

GOTTWALD, N. K., As tribos de Iahweh, pp. 201-440, 495-710.

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quinta-feira, 1 de março de 2012

AMIGO DOS EXCLUÍDOS

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   1ª Oficina Bíblica de Férias

Garuva, Santa Catarina, Brasil

       Janeiro de 2011

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I. Comentários sobre relatos bíblicos:

Os estudos bíblicos se constituem numa vibrante área de pesquisa que publica de forma intensa. Isso deve-se ao facínio que os textos antigos exercem sobre os leitores contemporâneos, seja como texto de saber histórico, seja como texto que sempre se mostra aos leitores de forma renovada.

Por isso, a Bíblia é estudada numa riqueza de perspectivas, abordagens, métodos  e hermenêuticas. Ao interesse pelo texto bíblico soma-se a busca por sua origem, da mesma forma que pelos textos que lhe são vizinhos: os apócrifos, pseudepígrafos, os Manuscritos do Mar Morto.

Gabrielle Boccaccini - leciona no Departamento de Estudos do Oriente Próximo da  Universidade de Michigan, E.U.A..

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AMIGO DOS EXCLUÍDOS

Marcos 1:40-45

 

por Instituto Humanitas Unisinos (IHU)

 

“O homem leproso representa a solidão e o desespero de tantos estigmatizados”  -  o teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto de Marcos 1:40-45.

 

Jesus era muito sensível ao sofrimento de quem encontrava no Seu caminho, marginalizados pela sociedade, desprezados pela religião ou rejeitados pelos setores que se consideravam superiores moral ou religiosamente.

É algo que Lhe sai de dentro. Sabe que Deus não discrimina ninguém. Não rejeita nem excomunga. Não é só dos bons. A todos acolhe e bendiz. Jesus tinha o hábito de levantar-se de madrugada para orar. Em certa ocasião revela como contempla o amanhecer: "Deus faz sair o Seu sol sobre bons e maus". Assim é Ele.

Por isso, por vezes, reclama com força que cessem todas as condenações: "Não julgueis e não sereis julgados". Outras, narra pequenas parábolas para pedir que ninguém se dedique a "separar o trigo e o joio" como se fosse o juiz supremo de todos.

Mas o mais admirável é a Sua atuação. O rasgo mais original e provocativo de Jesus foi o Seu hábito de comer com pecadores, prostitutas e gente indesejável. O fato é insólito. Nunca se tinha visto, em Israel, alguém com fama de "homem de Deus" comendo e bebendo animadamente com pecadores.

Os dirigentes religiosos mais respeitáveis não o puderam suportar. A sua reação foi agressiva: "Aí tendes a um comilão e bêbado, amigo de pecadores". Jesus não se defendeu. Era certo. No mais íntimo do Seu ser sentia um respeito grande e uma amizade comovedora para com os rejeitados da sociedade ou da religião.

Marcos recolhe no seu relato a cura de um leproso para destacar essa predileção de Jesus pelos excluídos. Jesus atravessa uma região solitária. De repente aproxima-se um leproso. Não vem acompanhado por ninguém. Vive na solidão. Leva na sua pele a marca da sua exclusão. As leis condenam-no a viver afastado de todos. É um ser impuro.

De joelhos, o leproso faz a Jesus uma súplica humilde. Sente-se sujo. Não lhe fala de doenças. Só quer ver-se limpo de todo estigma: «Se queres, podes limpar-me». Jesus comove-se ao ver a Seus pés aquele ser humano desfigurado pela doença e o abandono de todos. Aquele homem representa a solidão e o desespero de tantos estigmatizados. Jesus «estende a Sua mão» procurando o contato com a sua pele, «toca-lhe» e diz-lhe: «Quero. Ficar limpo».

Sempre que discriminamos a partir da nossa suposta superioridade moral a diferentes grupos humanos (vagabundos, prostitutas, toxicómanos, sidoticos, imigrantes, homossexuais...), ou os excluímos da convivência negando-lhes o nosso acolhimento, estamos a afastar-nos gravemente de Jesus.

 

Nota: O  texto AMIGO DOS EXCLUÍDOS  não representa necessariamente a opinião deste blog nem de nenhuma das igrejas do Movimento da Ciência Cristã. Foi publicado para  refletirmos sobre a importância do estudo da Bíblia em seu contexto histórico, nas dimensões política, social, cultural e econômica. Conforme recentes  descobertas sobre fatos nela registrados e opinião de estudiosos do texto bíblico,  como objetivo de alcançarmos o significado espiritual das Escrituras.

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II. Para pensar:

“Jesus ajudou a reconciliar o homem com Deus, dando ao homem um conceito mais verdadeiro do Amor, o Princípio divino dos ensinamentos de Jesus, e esse conceito  mais verdadeiro do Amor redime o homem da lei da matéria, do   pecado e da morte, pela lei do Espírito -  a lei do Amor divino.”

Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras

de Mary Baker Eddy - 19:7