"A revista O Arauto da
Ciência Cristã tem se superado a cada mês em beleza e conteúdo. A qualidade dos
artigos tem me agradado muito, principalmente os da edição do mês de maio de
2008, pois ensinam como aproveitar melhor o tempo, algo com o qual parece difícil
de se lidar quando se está na terceira idade, como eu.
O artigo "É a luz que dissipa as sombras", de Ruth
Elizabeth Jenks, aborda muito bem esse assunto e mostra
que o tempo não passa de ilusão e de uma limitação que criamos para nós mesmos.
Esse artigo traz uma verdadeira
lição que
quebra as limitações impostas pela barreira do tempo, as quais parecem se
tornar cada vez maiores com o avançar da idade.
Esse texto é maravilhoso e
inspirador, pois me abriu a mente e me fortaleceu para combater todo e qualquer limite. Agradeço à equipe do Arauto pelo bom
trabalho na elaboração da revista e por levar adiante a mensagem sanadora da
Ciência Cristã.
Maria
do Carmo Silva de Souza,
Salvador, Bahia.
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É a luz que dissipa as sombras
Ruth Elizabeth Jenk
O tempo parece desencadear-se naturalmente no
escritório onde Betty Jenks exerce sua
prática de cura da Ciência Cristã, em Boston, EUA, à medida que o telefone toca
e ela recebe chamados provenientes das vinte e quatro zonas meridionais, as
quais dividem o tempo nas vinte e quatro horas do dia, ao redor do mundo.
Algumas pessoas telefonam de lugares nos quais ainda é ontem, outras de onde é hoje e outras de
lugares onde já é amanhã.
O que é esse conceito ilusório, comumente
conhecido como “daqui para ali?” Recentemente, o The Christian Science Journal publicou
o que Betty Jenks pensa sobre algumas idéias
populares a respeito do passar das horas, dos dias, dos anos.
Sem perder tempo, ela considerou
cientificamente cada um desses mitos.
Mito: O tempo é um fato da
vida. Simplesmente temos de conviver com ele.
Pode ser. Mas, como vamos conviver com ele?
Vamos começar com esta pergunta importante: O que é o tempo? Quando ele começa?
Em que ele se fundamenta?
A forma pela qual registramos o tempo é
através de calendários e relógios, todos com base em dias, anos, horas e
minutos. O que dizer a respeito do dia? Uma ilusão. Qualquer coisa que se baseie em uma
ilusão, pode ser real ou verdadeira?
A ilusão, naturalmente, é a de que o sol
nasce e se põe, a cada 24 horas. Contudo, o sol não nasce nem se põe. O sol não
se move, é a terra que faz isso.
Todavia, esse “movimento do sol” é como as
primeiras civilizações começaram a marcar o tempo. Então, com o passar do
tempo, o mundo aceitou essa estrutura arbitrária, como um modo eficiente de
governar nossos dias.
Entretanto, se considerado como o fator
governante em nossa vida, a ilusão da teoria de 'dia-e-noite’ nos faz sentir
confinados e sujeitos a extremos, desde ao tédio e ao vazio, até a uma pressão
dominadora. Mary Baker Eddy expôs esse conceito de tempo como algo a não ser
ignorado.
Ao contrário, precisamos despertar para a
necessidade de o tempo ser nosso servo ao invés de nosso dono. Ela escreveu: “A
organização e o tempo nada têm a ver com a Vida” (Ciência e Saúde, p. 249).
Ela também nos oferece a definição espiritual
de tempo no Glossário de Ciência e Saúde: “Medidas mortais; limites, dentro dos
quais estão reunidos todos os atos, pensamentos, crenças, opiniões e
conhecimentos humanos...” (p. 595). É essa ideia de estarmos limitados que nos
submete à pressão, ao medo e à frustração.
Não somos vítimas de limitações. Pelo
contrário, Ciência e Saúde explica: “Os objetos do tempo e dos
sentidos desaparecem na iluminação da compreensão espiritual, e a Mente mede o
tempo de acordo com o bem que se desdobra” (p. 584).
Ao adquirirmos uma perspectiva iluminada a
respeito do tempo, como não tendo começo nem fim e, portanto, sem medidas,
podemos de fato “conviver com ele” e transcendê-lo, mesmo sob essa assim chamada
perspectiva limitada.
Mito: Considerar o tempo como
irreal não é prático.
Na verdade, podemos ser muito mais práticos trabalhando no infinito! Se
tentarmos ser organizados, estaremos conjeturando que isso levará 20 minutos,
três dias ou dois anos. Se formos espiritualmente metódicos, estaremos ouvindo
a Deus, e a ideia do que for necessário fazer virá naquele exato momento, de
forma espontânea, pois se trata de revelação.
Aí pensamos: “Como foi que fiz isso”? Essa
abordagem é muito mais poderosa do que a tradicional: “Começarei aqui e,
possivelmente, terminarei ali”.
Considerar o tempo como uma ilusão é, de
fato, a única abordagem prática para a vida. Essa compreensão realmente nos
capacita a controlar nossos dias com um enfoque disciplinado. Percebemos a
natureza ilusória de tentar manipular nossa experiência dentro de um período
que fica delimitado entre a vida e a morte.
Dessa maneira, descobrimos que podemos nos
libertar do mito que diz que começamos com o nascimento e imediatamente temos
de tentar evitar a morte. A palavra mortalidade provém da raiz latina “mort”, que
significa morte.
Contudo, como cristãos, na verdade
compreendemos, por meio da Bíblia e pela ressurreição e ascensão de Jesus, que
a vida é eterna e que, portanto, ela não existe na mortalidade. Tendo Deus como
nossa única origem, a Vida é expressa em alegria, atividade, equilíbrio,
controle, propósito.
Não existe nenhuma conjetura envolvida aqui.
Quando compreendemos esses fatos espirituais, ficamos livres de dúvidas e
medos, e não nos sentimos dependentes de situações negativas, que parecem estar
além da nossa capacidade de fazer algo a respeito.
Portanto, quando o tempo é visto a partir
dessa perspectiva espiritual, ele é um fato da vida com o qual podemos conviver.
Mito: Não há horas suficientes
no dia.
Não há nenhuma dúvida de que, quando alguém
tem de trabalhar 14, 15 horas por dia e depois ir para casa, preparar refeições
e tomar conta de crianças, isso pode impor uma grande sensação de estresse,
quase de injustiça.
O que podemos fazer a respeito? Em francês, a
palavra retidāo é traduzida em uma única palavra:
“justiça”. A Bíblia diz: “O efeito da justiça será paz, e o fruto da justiça,
repouso e segurança, para sempre” (Isaías 32:17). Então, com esse conceito em
mente, não pensaremos: “Ah,
trabalhei 14 horas hoje e agora tenho de ir para casa para fazer isso e
aquilo”.
Percebemos que podemos fazer do tempo um
pequeno deus, curvamo-nos diante dele e o adoramos, como se disséssemos ao
tempo: “você está contra mim e me ameaçando”. Tudo bem, talvez tenha sido um
longo dia, mas não precisamos sofrer por causa disso.
Quando nunca temos tempo para nós mesmos ou
mesmo para um descanso decente, precisamos compreender que todos os dias têm o
mesmo número de horas; a diferença consiste no que fazemos com elas! É muito
mais fácil nos livrar do fardo da “injustiça” e aceitar cada hora como
completa, repleta de alegria, do necessário vigor e de gratidão.
Quando nos sentimos sobrecarregados com a
falta de tempo, esse é o exato momento de desafiar o mito de sermos escravos de
relógios e calendários.
Nosso direito inato é sermos os filhos de
Deus, o Amor divino, e, quando começamos com essa premissa, provamos em nossa
vida diária estas palavras de conforto de Mary Baker Eddy: “Por meio do Amor
divino chegasse a um governo mais semelhante ao correto, o caminho fica claro, o
progresso procede mais rapidamente, e alcança-se a alegria do consenso
harmonioso” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A
Primeira Igreja de Cristo Cientista e Vários Escritos], p. 292).
Ora, esse é o verdadeiro uso para o tempo!
Quando submetemos nossos dias ao governo de Deus, o caminho é delineado, o
processo é abreviado e a alegria da realização está exatamente aqui.
Mito: A aposentadoria envolve
tempo demais e propósito de menos.
Os anos de aposentadoria talvez nos
presenteiem com a antiga e venerável sugestão de que o corpo começa a diminuir
a atividade ou mesmo a se deteriorar, e que nossas faculdades mentais também
estão sujeitas a esse declínio. Dificilmente uma perspectiva feliz.
Tal expectativa invalida o pensamento ativo e
nos deixa em um estado de autopiedade, de devaneios, de procrastinaçāo, de
tédio, e tudo isso nos enche de medo e dúvida. Até mesmo começamos a achar que
é hora de desistir. Por quê?
Tudo por causa da opinião mortal. Gosto da
definição de opinião no Oxford
English Dictionary [Dicionário
Inglês de Oxford]. Ela diz, em parte: “uma crença suficientemente forte para
causar impressão, mas não forte o suficiente para ser verdade”.
A impressão talvez possa ser forte, mas ela
só se concretizará se consentirmos nela. Quando tinha 19 anos, dei meu
consentimento às opiniões sobre envelhecimento, sem que me apercebesse. Foi um
ano péssimo, porque todas as minhas amigas tinham ido para a faculdade, eu
estava sem dinheiro e presa a um emprego sem perspectivas em uma fábrica.
Não via nenhum futuro, nenhuma esperança ou
propósito, apenas uma vida solitária pela frente e carregada de autopiedade.
Quando fiz vinte anos, várias idéias e oportunidades começaram a surgir
inesperadamente. Daí em diante, sabia que havia superado e contestado esse
momento de “velhice” e nunca mais tive de passar novamente por isso!
Essa experiência me ensinou que nem o tempo,
nem a idade precisam ser um fator em nossa perspectiva. Ninguém pode negar que,
quando estamos solitários, existe a tentação de nos sentirmos condenados por
aquilo que parece ter nos separado dos amigos, da família ou de nossas atividades,
ou então de sentir que não temos mais nenhum propósito.
Contudo, a maioria de nós pensa em encontrar
um “propósito”, como sendo “uma razão para viver”. Isso é ridículo! Ter um
propósito é se dedicar a uma constante descoberta de nosso desejo inato e
contínuo de abençoar a nós mesmos, ao abençoarmos os outros.
Desde a mais tenra infância, a alegria de
descobrir e desejar compartilhar essas descobertas com os outros é muito
natural. Entretanto, ficamos entediados à medida que progredimos nessa assim chamada
estrutura “tempo” e, freqüentemente, ficamos sensíveis a qualquer rejeição que
signifique algum fracasso de nossa parte.
Preservar nossa expectativa e inocência
infantil nos capacita a continuar em nosso propósito de compartilhar com os
outros o bem que percebemos e sentimos. De fato, a aposentadoria deve ser um
período de maturidade espiritual em nossa vida, o qual nos proporciona um
sentido mais amplo de tranqüilidade e realização, que jamais conhecemos.
No entanto, como chegar a isso? Recebi um telefonema
de uma senhora que não é Cientista Cristã, mas que é ávida leitora do jornal The Christian Science Monitor. Ela chegara àquela fase da vida, sobre
a qual muito está sendo escrito. Ela faz parte da chamada geração dos “boomers”
(pessoas nascidas no pós-guerra, entre 1945 e 1947), que agora enfrentam a
aposentadoria.
Ela ligou para me contar como estava
empolgada com o editorial que aparecera na edição daquele dia, chamando atenção
a respeito do crescente interesse dos “boomers” em procurar abençoar os outros,
e das inúmeros oportunidades que surgiam para isso. Ela estava muito inspirada
e animada com um interesse renovado em não ceder nem desistir, mas, ao contrário, com um interesse em dar de si.
A cada dia, os noticiários nos proporcionam
inúmeros motivos para que cada um de nós permaneça, em espírito de oração,
conectado a toda a humanidade, a família de Deus. Esse propósito individual
inclui compartilharmos o progresso, as realizações, as necessidades, as
tristezas, as secas, as guerras, os sucessos econômicos e as derrotas de nossa
família mundial. Aposentar-se? Do quê? Um novo começo está à mão, livre de
todas as opiniões relativas ao tempo.
Quando
nos sentimos sobrecarregados com a falta de tempo, esse é o exato momento de
desafiar o mito de sermos escravos de relógios e calendários.
Mito: Uma doença é mais difícil
de curar, quando está se manifestando há muito tempo.
Os Cientistas Cristãos são modestos em suas
pretensões, mas seguros de que a persistência e a constância têm sua
recompensa. Mais cedo ou mais tarde, todos chegarão a compreender que “a
paciência realiza sua obra perfeita” (Ciência e Saúde, p. 454).
Quando compreendermos que Deus é a fonte
primária de poder, o tempo não terá nenhuma importância. Precisamos encontrar
essa convicção e, para mim, é exatamente o que significa a palavra paciência.
Se eu estiver preparando um bolo de carne e
estiver faminta, eu o levo ao forno e penso: “Ah,
mas estou com fome agora”. Contudo,
se eu quiser tirá-lo do forno em dez minutos, hum, terei de comê-lo cru! Ter
convicção é saber que, quando eu voltar à cozinha, em 45 minutos, a refeição
estará pronta.
A expectativa de seu cozimento está lá porque
a ideia já estava completa antes de eu ter colocado o bolo de carne no
forno. Na verdade, o mesmo acontece com a cura física, isto é, a cura está
completa antes de o indivíduo sequer começar a orar.
A ideia de esperar fica entranhada no conceito de tempo,
em vez de no âmbito do pensamento. Entretanto, quando temos a liberdade em
nosso pensamento, porque o próprio pensamento é por si mesmo livre e não pode
ser limitado por nada, nos elevamos acima das restrições do conceito de tempo
ou, até mesmo, da história.
Portanto, como podemos dizer: “Faz dois anos
que tenho esta doença”. Como dois anos? A doença jamais continua, porque nunca
começou. Uma vez que a doença é uma ilusão, ela não tem nenhuma substância
real, é uma mentira. Tudo bem, você orou durante dois anos, contudo o problema
não foi vencido.
As pessoas tendem a se sentir desafiadas por
isso, mas que ótima oportunidade para uma oração constante para desafiar essa
mentira! Quando somos crianças e vamos à escola, somos motivados a pensar, a
descobrir.
Talvez vacilemos um pouco ao separar as
respostas certas das erradas, mas, no momento em que percebemos que 2+2=4,
nunca mais aceitaremos qualquer outra conclusão, porque provamos o que é
verdadeiro.
O tempo nunca é um fator na cura, porque, em
realidade, não existe nenhum passado e nenhum futuro. Isso é verdadeiro a
despeito de como consideramos o conceito de tempo. Não podemos recuperar um
único momento do passado e o amanhã está sempre fora do nosso alcance. Não
podemos alcançá-lo antes que ele chegue. Só vivemos e podemos vivenciar o agora.
Essa compreensão dissipa o medo. Sendo eu uma
pessoa que suportou três diferentes curas que exigiram “tempo”, a última
durante dois anos, posso de fato dizer, parafraseando os comentários do
Apóstolo Paulo, que eu, também, pude me regozijar na aflição. Isso porque
cresci em minha convicção da certeza confortante de Jesus, de que: “...para
Deus tudo é possível” (Mateus 19:26); não é uma promessa vazia.
Mito: Não temos tempo
suficiente para orar.
Mas, será que temos confiança suficiente para
deixar nossas decisões aos cuidados de Deus? Freqüentemente, não é melhor
seguir em frente e fazer o que tem de ser feito? Deus nos deterá se o que
fizermos não for o correto. Ao orar, não perguntamos: “Será que esta é uma
decisão correta”?
Se confiamos em Deus, você não acha que Ele
nos deterá se não for a idéia correta? Algumas vezes, somos tentados a permitir
que a indecisão e a confusão do: “Não sei o que fazer” fique se arrastando.
Então, procrastinamos, justificando nossa
demora, dizendo: “Vou orar especificamente para isso”! Eu digo: “vá, faça!”
Saiba quem você é! A Sra. Eddy diz: “Há uma só maneira de fazer o bem, e essa é fazê-lo! Há uma só maneira de ser bom, e essa é ser bom”! (Retrospecção e Introspecção, p. 86).
Não oramos dizendo: “Serei bom e farei o que é bom”! A oração não se refere
ao tempo. Ela é açāo! Orar não é tomar
um tempinho do nosso dia para fazer algo. Claro, naturalmente, todos precisamos
parar e orar, da mesma forma que mal conseguimos viver sem comer.
Todos precisamos do nosso alimento
espiritual. Contudo, não estamos orando por “coisas”, o que significa que
sequer estamos orando para tomar decisões. Oramos para compreender que já
estamos habitando no bem que nos é divinamente concedido.
A semente é completa, uma ideia completa
dentro de si mesma, tal como uma cenoura. Ela começa como uma sementinha
marrom, mas quando a plantamos, não dizemos: “Vou arranjar um pouco de tinta
laranja e um pouco de tinta verde. Vejamos, a cor laranja vem primeiro e depois
a verde fica na ponta de cima”.
A semente já tem as cores dentro de si mesma,
dentro da sementinha marrom. Ela só precisa ser cultivada e cuidada. É assim
que cada ideia correta vem a nós e, em seguida, vem a fruição.
Mito: Algumas pessoas têm morte
prematura.
O que é morte prematura? Quando é
“oportuno" permitir que a morte assuma o comando? É aos 80, 90 ou mesmo
aos 100 anos? Se concordarmos com um tempo determinado, e vivermos além desse
prazo, teremos morte inoportuna, porque passamos do tempo estabelecido para a
morte oportuna. Tudo isso está sustentado pela crença de que a morte é um
processo ou um acontecimento.
O medo da morte desafia todas as coisas
“vivas” com uma luta para preservar aquilo que parece ser a “vida” dessas
coisas. Até mesmo o bulbo de uma tulipa se retrai quando uma geada está
iminente ou um animal foge quando sente o perigo mesmo antes que a ameaça se
torne evidente.
Entretanto, a declaração de Jesus de que ele
veio para que tenhamos vida e a tenhamos mais abundantemente (ver João 10:10)
de modo algum indica que precisamos ter morte oportuna ou inoportuna. Ele
venceu completamente a morte, não apenas para os outros, mas para si mesmo. Seu
exemplo ao vencer o túmulo baniu para sempre o conceito de que a morte é uma
realidade.
É o medo de morrer, o veneno da existência
mortal, que nos impede de sequer vislumbrar o fato de que a continuidade de
nosso ser está assegurada, por ser ininterrupta.
A mensagem de Jesus é clara: Agora é o tempo em que cada um de nós pode
se libertar de qualquer crença na morte ou experiência da morte como sendo
oportuna ou inoportuna. Em realidade, nenhum poder chamado “morte” pode jamais
ameaçar nossa capacidade de viver abundantemente agora.
Com todos esses mitos, uma coisa sobressai
para mim. Cada um deles se baseia em uma ilusão. Embora todos nós nos lembremos
do nosso passado e curiosamente especulemos a respeito do nosso futuro, tentar
consertar esse passado ou delinear o futuro é ignorar a realidade. A vida é
sempre o agora.
Para mim, isso tudo é semelhante a ser
enganado por uma sombra. Digamos que você acabou de pintar a parede de sua sala
de visitas, com uma bela cor amarela, alegre e aveludada. À noite, você põe de
volta todos os móveis em seus devidos lugares e vai para a cama, com um
extraordinário senso de satisfação.
Na manhã seguinte, você vai admirar seu
trabalho e descobre uma longa faixa cinzenta em um dos lados da estante,
exatamente acima dela. Você fica arrasado. Seu primeiro impulso é pegar a lata
de tinta e pintar aquele pedaço novamente. Mas, em seguida, se a tinta for
lavável, você decide que talvez você possa pegar um balde com sabão neutro e
lavar aquela faixa.
Você se aproxima para examinar aquela faixa
cinzenta mais de perto e, de repente, constata algo: é apenas uma sombra e nunca tocou a parede. A sombra não
tem nenhuma substância, muito embora pareça que tenha. Você se sente um pouco
tolo, mas muito aliviado. A sombra não tinha nenhum poder para fazer nada, nem
estragar ou arruinar qualquer coisa. Existe uma maneira e somente uma única
maneira dela ser removida, com mais luz, uma vez que em plena luz, não existe
nenhuma sombra.
Portanto, o que destrói qualquer mito? Um
pensamento mais iluminado. Não faz nenhuma diferença se o mito é chamado de
idade, medo de alguma doença, um passado acorrentado ou um futuro limitado.
Todas essas ameaças à nossa paz e
estabilidade ainda assim são apenas sombras, sem nenhum começo no tempo e sem
nenhum tempo necessário para sua restauração e cura. Mais luz dissipará essas
sombras, revelando a realidade, ou seja, aquilo que existe agora e que sempre
existiu.
Ruth Elizabeth Jenks: membro
do Conselho de Conferências da Ciência Cristã, dedicou seu tempo integral ao
ministério de cura da Ciência Cristã desde 1959, tendo sido professora de
Ciência Cristã desde 1970.
Fonte: “O Arauto da Ciência Cristã, edição de maio de 2008 - © 2013 The Christian
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