domingo, 23 de junho de 2013

COMPREENDENDO A TRINDADE QUE CURA



Compreendendo 
a trindade que cura


CORINNE  LaBARRE



Uma graciosa flor silvestre de três pétalas, conhecida como trílio branco, aparece no começo da primavera em muitas áreas onde o arvoredo lhe oferece um lugar protegido. A forma triangular de suas três pétalas, sua equidistância e tamanho igual, motivaram seu outro nome: “Iírio da trindade”, simbólico do poderoso relacionamento espiritual que Jesus compreendia e designou como Pai, Filho e Espírito Santo.1


Cada um dos ensinamentos do Mestre tem importância especial em relação ao seu trabalho de cura. O significado espiritual da trindade está subjacente ao relacionamento entre o homem e Deus, seu Pai-Mãe — Vida, Verdade, Amor. Uma compreensão dessa união espiritual é essencial para curar nos dias atuais.
Um enunciado completo desse relacionamento aparece em Ciência e Saúde, onde a Sr.a Eddy escreve o seguinte: “A Vida, a Verdade e o Amor constituem a Pessoa trina e una chamada Deus — isto é, o Princípio triplamente divino, o Amor.
Representam uma trindade em unidade, três em um — idênticos em essência, embora multiformes em função: Deus, o Pai-Mãe; Cristo, a idéia espiritual de filiação; a Ciência divina, ou o Santo Consolador. Esses três expressam na Ciência divina a natureza tríplice e essencial do infinito.Indicam, também, o Princípio divino do ser científico, a relação inteligente de Deus com o homem e o universo".2 
Essa trindade é indivisível; não pode ser rompida. A inteireza de Deus, Sua unicidade e totalidade, inclui Sua expressão infinita na filiação imortal do homem e no consolo que essa compreensão espiritual produz.
A Ciência Cristã mostra que a compreensão que se tem da trindade — Pai, Filho e Espírito Santo, ou Vida, Verdade e Amor — colabora na destruição das crenças em separação ou morte, na cura de erros chamados doenças e na expulsão de temores ou pecado.
Jesus geralmente empregava o termo “Pai” como o nome que ele dava a Deus. Demonstrou sua compreensão da filiação divina e da união que há entre o homem e Deus. 
Essa compreensão espiritual de que o homem é filho de Deus, o Espírito, que tanto hoje como outrora vem à consciência humana, é a ação do Espírito Santo, Consolador divino, prometido por Cristo Jesus. A Sr.a Eddy diz:
 “Nosso Mestre compreendia que a Vida, a Verdade e o Amor são o Princípio trino e uno de toda teologia pura; e também, que essa trindade divina é o único remédio infinito contra a tríade oposta, a doença, o pecado e a morte"3
Uma das normas básicas da teologia da Ciência Cristã consiste em começar sempre a partir de Deus. Para o raciocínio correto, para a inspiração, para a demonstração, começamos como Cristo Jesus sempre o fazia — e como a Sr.a Eddy, nos seus escritos, ensina-nos a fazer: começamos a partir de Deus, nosso Pai.

Começar a partir de Deus significa examinar a fundo a origem, a substância e a ação de todo ser real. Significa discernir a natureza da causa espiritual, a preexistência, coexistência e eternidade de toda consciência originária da Mente divina.

Significa construir a sólida convicção de que o Princípio governa harmoniosamente sua criação, mantendo a identidade e individualidade de todas as suas idéias. Significa sentir o poder do Espírito motivando a retidão e a bondade a tomarem forma em pensamento, palavra e ação.
O estudo dos sete sinônimos para o único Deus, os quais a Sr.a Eddy descobriu terem sido especificamente mencionados ou dados a entender na Bíblia, espiritualiza o pensamento e contribui para produzir a cura na Ciência Cristã. Esse estudo leva-nos conscientemente para perto de Deus.
Quando chegamos a compreendê-Lo espiritualmente, achamos nEle o nosso verdadeiro ser que reflete a pureza da filiação divina. Em verdade somos “herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo".4

Essa verdade é o sentido espiritual, inerente em cada um de nós como filhos amados de Deus. A Ciência que torna isso real para o sentido humano, é o Consolador, “o Espírito da verdade"5
Compreender a Ciência em que Deus é Vida, Espírito, Mente, significa descobrir que Sua criação está sempre vindo à luz espiritualmente e que, portanto, não está sujeita à morte. A morte é a crença numa criação que nunca existiu, a mitologia de que a vida está na matéria, separada de Deus que é a Vida.
Logo, a compreensão de que Deus é Vida, e a aplicação científica dessa compreensão começam agora já a destruir a crença na morte ou no medo à morte. Assim como não existe pai sem filho, não há criador sem criação, nem causa sem efeito.
O nascimento humano de Jesus indicava a paternidade de Deus. Isso aboliu parcialmente as leis materiais do nascimento. Jesus era o filho de uma virgem. Não tinha pai terrestre e não pretendia tê-lo. 
Por compreender a eterna união do Cristo, sua identidade espiritual, com Deus, o Pai, ele pôde dizer: “Antes que Abraão existisse, eu sou"6, exemplificando a lei do reflexo, o homem feito à imagem e semelhança de Deus, tal como o primeiro capítulo do Gênesis o apresenta.
A verdade, a realidade de que o homem é filho de Deus — inseparável do Espírito — é estabelecida em nosso pensamento pela compreensão dessa lei. A causa espiritual só pode ter um efeito espiritual. No sentido de que o homem é a evidência, ou o reflexo de Deus, podemos dizer que o homem é o santuário do Deus vivente"7.   
Esse santuário que é inteiramente espiritual, é a única identidade, ou corpo, que o homem tem. Portanto, os erros acerca do corpo, como doença, enfermidade, acidente ou dor, não podem ser verdadeiros. São crenças acerca da matéria e não a verdade acerca do Espírito ou do reflexo do Espírito.
A história de Deus, e do homem feito à Sua imagem e semelhança, a verdadeira história do terno relacionamento entre o filho e o seu Pai-Mãe, o Amor, é a história que a humanidade mais almeja ouvir.
A ação dessa verdade, quando desponta na consciência humana é o Espírito Santo, o Consolador, a Ciência divina do Cristo, trazendo à luz, na compreensão atual, a perfeição do homem baseada no Princípio divino, o Amor. 
Essa é a revelação que atende ao anseio de todo coração faminto que busca a certeza de que a bondade está à mão, e de que ela está a salvo dos temores do homem pecador e mortal.
O que procuramos quando nos sentimos separados do bem? Acaso não será o Amor que restaura nosso sentido espiritual e que nos faz saber que tudo está bem? 
Esse Amor que é Deus, a Vida, chega até nós através do Cristo, a Verdade, e é o poder ou Princípio de toda cura, rompendo o medo mesmérico de que estamos separados do bem, separados de Deus.
O medo e outros aspectos da crença mortal e pecaminosa trazem uma sensação de sofrimento sempre necessitada de um Consolador. O amor que consola e que se expressa em muitos dos salmos e dos hinos da Ciência Cristã, provou muitas vezes ter produzido um influxo de cura.
A cura sempre se dá quando o pensamento atinge um conceito mais divino, quando se torna mais espiritual.
A consciência da união inseparável entre o homem e Deus, a qual se adquire pela compreensão da trindade, a unidade multiforme “em função”, dá-nos uma visão mais clara da natureza da consciência espiritual e verdadeira. Em certo sentido, podemos dizer que é a Vida que triunfa contra a morte, a Verdade divina que corrige o erro chamado doença, e o Amor que expulsa o pecado. 
Mas o Amor não poderia expulsar o pecado, a não ser que o Amor também fosse a Verdade, e o poder imortal da Vida é a própria essência do Amor em ação. A Pessoa infinita e única, ou Princípio, da trindade divina inclui tudo em Um, o que impossibilita a separação.
Façamos com que a presença e o poder da trindade indivisível permeiem as minúcias de nossa vivência diária e de nosso trabalho de cura, assim como a Sr.a Eddy anima a fazer: 
“A Verdade, a Vida e o Amor são formidáveis, onde quer que neles se pense, onde quer que sejam sentidos, onde quer que deles se fale ou escreva — do púlpito, na sala do tribunal, à beira dos caminhos ou em nossos lares. São os vencedores que jamais serão vencidos.” 
E acrescenta: “O Amor formou essa trindade, Verdade, Vida, Amor, a trindade que homem nenhum pode despedaçar"8.

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O que habita
no esconderijo do Altíssimo,
e descansa à sombra do Onipotente,
diz ao Senhor:
Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu,
em quem confio


Salmos 91:1, 2

1 V. Mateus 28:19; 2 Ciência e Saúde, pp. 331–332; 3 Miscellaneous Writings, p. 63; 4 Romanos 8:17; 5 João 14:17; 6 8:58; 7 2 Cor. 6:16;  8 The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 185.
  

Fonte: revista “O Arauto da Ciência Cristã”, edição de setembro de 1976. The Christian Science Publishing Society - © 2013, todos os direitos reservados.

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