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"Somente na proporção em que os governos dos países cristãos baseiam suas administrações no mais elevado nível do pensamento cristão, os direitos de seus cidadãos são adequadamente protegidos e defendidos. Se uma autoridade governamental falhar ao administrar sua justiça, seja por negligência, ou deliberadamente, a Ciência Cristã oferece uma maneira pela qual cada cidadão pode, individualmente, provar que há um poder divino que, aplicado com compreensão, opera as mudanças necessárias. [...]
O que fazer se uma autoridade pública tirânica controla o governo, e a injustiça lavra desenfreadamente? Como se pode tornar prática a aplicação da justiça nesse caso?"
Para saber as respostas para estas perguntas,
leia um artigo muito estudado por cientistas cristãos do Brasil, na década de 1970.
Publicado pelo O Arauto da Ciência Cristã.
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Justiça Aplicada ao Governo
NEILSON P. WELLS
A justiça é a pedra fundamental de um govêrno justo. A luta para conseguir liberdade individual, de acôrdo com a lei, vem ocorrendo contìnuamente através dos séculos. Se bem que tenha havido retrocessos nessa luta, e, por vêzes, o progresso haja diminuído de ritmo até quase estacionar, devido a autoridades despóticas, os passos para frente jamais cessaram completamente. Através das páginas da história, não existem registros mais inspiradores do que essa luta.
O que é a justiça verdadeira? A Ciência Cristã conclui que a verdadeira justiça é espiritual, não é humana. É proclamada, sustentada e mantida por Deus. Portanto, é eterna, inflexível e suprema. O mais elevado conceito de justiça humana modela-se segundo a justiça divina.
A Bíblia acha-se repleta de referências a um Deus justo, um Deus que não faz acepção de pessoas, e é um administrador imparcial da justiça divina. Um dos trechos bíblicos que reafirmam isso, diz: “Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são juízo; Deus é fidelidade, e não há nêle injustiça; é justo e reto” (Deuteronômio 32:4).
Cristo Jesus ensinou o significado divino de justiça quando disse (João 5:30): “Na forma por que ouço, julgo. O meu juízo é justo porque não procuro a minha própria vontade, e, sim a daquele que me enviou.”
Somente na proporção em que os governos dos países cristãos baseiam suas administrações no mais elevado nível do pensamento cristão, os direitos de seus cidadãos são adequadamente protegidos e defendidos. Se uma autoridade governamental falhar ao administrar sua justiça, seja por negligência, ou deliberadamente, a Ciência Cristã oferece uma maneira pela qual cada cidadão pode, individualmente, provar que há um poder divino que, aplicado com compreensão, opera as mudanças necessárias.
Essa religião vem suprindo uma nova forma de se conseguir a ação da justiça no govêrno. Expõe os perigos de não se compreender que evitar a justiça e desculpar a conduta criminosa, sob qualquer forma, nunca ajuda o criminoso, mas deixa-o livre para repetir a ofensa contra a sociedade, e a continuar desenfreado em seu curso decadente. A violência não toma o lugar das formas legais de justiça. O desafio à lei conduz, em última instância, à anarquia, enquanto que a obediência à lei torna possível dar os passos legais corretos a fim de sanar as injustiças.
A Ciência Cristã mostra como a autoridade pública justa pode ser mantida ao exercer a justiça. Podemos declarar, com compreensão, que a ação da justiça pública está sob o contrôle da Mente única, Deus. A mente mortal mesmérica, o magnetismo animal ou o pensamento egoísta e negativo não pode governar sua administração, nem ocasionar êrro de julgamento.
O Senhor Deus onipotente reina nos afazeres dos homens. O govêrno está sobre os ombros do Seu Cristo. A orientação divina dá origem a decisões a serem tomadas, não de um ponto de vista pessoal, mas de uma base de pensamento orientada por Deus, a respeito do que é melhor para um maior número de indivíduos.
O que fazer se uma autoridade pública tirânica controla o govêrno, e a injustiça lavra desenfreadamente? Como se pode tornar prática a aplicação da justiça nesse caso? Compreendendo firme e ativamente que Deus é tudo, é onipotente, onipresente e onisciente. Que Deus está sempre à disposição e é bom, não importa o que o testemunho dos sentidos proclamem.
Sabendo que o que não é de Sua criação perfeita, é mera suposição da mente mortal ou carnal e não a verdade do ser. O pensamento elevado acima do temporal e material para a compreensão do homem como a imagem e a semelhança espiritual de Deus, encontra-se sujeito sòmente a Seus decretos, intocado pelas discórdias mortais. Dessa forma o mal torna-se cada vez mais irreal para nós. Na verdade, êle é realmente inexistente.
Conseguimos ser livres da injustiça graças ao reconhecimento de que é verdadeiro sòmente aquilo que é real. Mantendo nosso pensamento aliado a Deus, declarando o fato de que nossa identidade está isenta de atritos, teremos a capacidade de rejeitar a crença de que a injustiça possa perpetuar-se em nossa existência.
À medida que o pensamento disciplina-se dessa maneira, as incômodas pressões da injustiça afetam, cada vez menos, a nossa existência humana. Então, vemos que a neblina da mente mortal é apenas ficção, e revela-se-nos a sempre-presente realidade de Deus, o Espírito, e Seu reflexo, o homem. À medida que compreendemos melhor os fatos do govêrno divino, a realidade da justiça divina se torna aparente e as reformas que se fazem necessárias nas atividades governamentais, começam a se concretizar.
Ora, consideremos o conceito de justiça que o futuro pode apresentar aos cidadãos do mundo. Em The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany (A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Miscelânea, p. 265) Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, respondeu a uma pergunta sôbre o que deveria significar o último dia de Ação de Graças do século dezenove.
Significa, diz ela, entre outras coisas, “que o espírito do Cristo lavará da terra o sangue humano; que a civilização, a paz entre as nações e a fraternidade dos homens será estabelecida, e a justiça não pleiteará em vão em favor dos direitos sagrados dos indivíduos, dos povos e das nações.” E, mais adiante, “que a agricultura, a manufatura, o comércio e a riqueza devem ser governados pela honestidade, a diligência e a justiça, abrangendo tôdas as classes e todos os povos.”
Com a descoberta da Ciência Cristã, uma nova dimensão foi acrescentada ao conceito de justiça comumente aceito, e expressa-se da seguinte maneira: Deus a dispensar justiça aos homens, Sua descendência; e o homem, graças à sua compreensão espiritual da Divindade, conhecendo e demonstrando a sua liberdade, livre de ameaças, como o filho perfeito de um Pai-Mãe perfeito.
Nas sociedades democráticas, a forma de justiça ministrada pelas autoridades governamentais assemelha-se à forma de justiça praticada em suas próprias vidas pelos membros da sociedade, individualmente. Cada indivíduo é responsável por sua atitude em relação ao seu próximo. Os efeitos cumulativos da justiça ou da injustiça praticada pelos indivíduos afetam diretamente o pensamento dos que se acham investidos de autoridade.
Assim, cada membro da sociedade tem um papel vital no avanço da idéia de justiça em sua comunidade. A justiça é contagiante. Uma palavra ou ação correta traz um conceito mais elevado de distribuição justa a todos os que são atingidos por seu exemplo.
Cada um de nós é capaz de seguir esta simples injunção: Que cada homem aja com justiça para com seu próximo. Se fôsse esta realmente a pedra angular da edificação do caráter de cada indivíduo, quanto mais longe alcançaria e quão expansiva seria a influência das vidas assim dedicadas!
No livro de Miquéias, lemos (6:8): “Êle te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus?” Mrs. Eddy diz: “Os indivíduos, tal como as nações, unem-se harmoniosamente, baseados na justiça, e isso se concretiza quando o eu desaparece no Amor - ou seja, o próprio plano de salvação elaborado por Deus. «Agir com justiça, e amar a misericórdia, e andar humildemente» é o padrão da Ciência Cristã” (Miscellany — Miscelânea, p. 283).
Os estudantes de Ciência Cristã que ativamente praticam sua religião, já estão demonstrando em suas próprias existências que suas atitudes mentais com respeito ao funcionamento da autoridade pública afetam grandemente suas vidas e suas relações com a comunidade. Estão provando que têm o dever cívico de apoiar uma administração honesta em seus esforços para governar corretamente.
Se a administração mudar de rumo e uma era de injustiça surgir, assim mesmo, os estudantes de Ciência Cristã podem manter um equilíbrio e uma liberdade mentais baseados na natureza pura e eterna do homem como uma idéia de Deus. E comprovam que tal atitude mental pode elevar a humanidade para fora do esfôrço e da tensão de tal período e ajudar na concretização das reformas que se fazem necessárias. Assim, a Ciência Cristã avista um futuro radiante de justiça, e um surto de progresso a surgir para o bem da raça humana.
Mrs. Eddy escreve em Miscellaneous Writings (Escritos Diversos, p. 277):
“A justiça espera, e está acostumada a esperar; e o direito conquista a vitória eterna.”
Fonte: O Arauto da Ciência Cristã, edição em português, de outubro de 1970. Publicado originalmente, em janeiro de 1969, no The Christian Science Journal. The Christian Science Publishing Society, todos os direitos reservados.
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