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Mary Baker Eddy: toda uma vida
dedicada à cura
[...] a Sra. Eddy escreveu ao
Conselho de Diretores d'A Igreja Mãe, com relação à necessidade de orar acerca
de fenômenos meteorológicos destrutivos:
... eu lhes faço esta proposta, para que pensem nessa possibilidade: que os
melhores Cientistas Cristãos de Boston e das proximidades sejam convocados a
orar uma vez por dia, sabendo que nenhum pensamento de terremoto, furacão ou
raio destrutivo entra no pensamento para causar dano, e que Aquele que reina
nos céus e guarda a terra, salva de todo mal. 7
Um ano e meio mais tarde, em 24 de
setembro de 1907, a Sra. Eddy escreveu em suas anotações que, quando ela orou,
"nuvens terríveis que cobriam o céu mudaram instantaneamente ... e caiu
uma chuva suave, aparecendo o arco-íris.” 8
Continue lendo para saber mais como Mary Baker Eddy vivia a realidade espiritual.
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Esta série de
artigos focaliza as curas que Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da
Ciência cristã, realizou. Elas começaram na infância e continuaram durante toda
a sua vida. Algumas dessas curas nunca foram publicadas.
A cruz (1905–1907)
Yvonne Caché Fettweis e Robert Townsend Warneck
Em 1905, Mary Baker Eddy já era
uma figura conhecida por todo o país. Os jornais da época cada vez mais
voltavam sua atenção para ela, como Fundadora e Líder do movimento da Ciência
Cristã. Boa parte desse interesse era um tanto hostil. Independentemente do que
ela enfrentasse, porém, a cura espiritual continuava a ter a primazia em seu
pensamento.
Em 25 de maio de 1905, a Sra. Eddy escreveu a um de seus alunos de longa
data:
O que eu preciso
para me ajudar na obra de minha vida, mais do que qualquer outra coisa, é de um
sanador como eu era quando estava na prática... Quanto a ti, alcança esse único
ponto, sê alguém que cura instantaneamente todo tipo de doença. Era o que eu
fazia e é o que tu deverias fazer. Nosso grande Mestre fazia isso e ordenou a
seus seguidores que fizessem o mesmo.
Tu também o podes
fazer e deves fazê-lo, a fim de ser Cientista Cristão. Dedica-te agora a esse
dever, vigia, ora, trabalha e tem fé! Sabe que tu podes ser aquilo que Deus
requer que sejas e és agora — Sua imagem e semelhança — refletindo a Deus, supremo
e único Sanador, refletindo a Deus, Vida, Verdade, Amor. 1
Quatro meses antes, a Sra. Eddy havia demonstrado exatamente o que ela queria dizer nessa carta. Em suas reminiscências, George Kinter, que trabalhava na casa da Sra. Eddy nesse período, conta o que aconteceu "numa noite de inverno, em janeiro ou fevereiro do ano de 1905".
A Sra. Eddy havia chamado diversas vezes seu secretário particular,
Calvin Frye, que trabalhava para ela havia bastante tempo. Não obtivera
resposta. Ela então pediu ao Sr. Kinter que fosse verificar o por quê. Ao
entrar no quarto de Frye, George o encontrou afundado numa poltrona: "O
Sr. Frye havia morrido, não tinha pulso, estava gelado e rígido."
Ao ser informada disso, a Sra. Eddy foi sem demora ao quarto do
secretário e "começou imediatamente a dar-lhe tratamento ... Ela negou o
erro, sem cessar, e declarou a Verdade com veemência e eloquência, durante uma
hora. Eu jamais ouvira, em nenhuma ocasião, algo assim... Lembro-me muito bem
de muitas de suas afirmações e ações":
Calvin, acorda e sê o homem que Deus criou! Tu não estás morto e sabes
disso! Quantas vezes já deste provas de que não existe morte! Calvin, tudo é
Vida! Vida! Vida sem morte. Dize: Deus é minha Vida... Declara: eu posso ajudar
a mim mesmo... Levanta-te. Sacode esse pesadelo da crença humana falsa e do
medo. Não permitas que o erro te mesmerize e te faça acreditar nas mentiras de
Satanás acerca do homem criado à imagem e semelhança de Deus! A obra de tua
vida não está completa. Eu preciso de ti. Nossa grande e abençoada Causa
precisa de ti.
A vida é
imorredoura como Deus mesmo é imorredouro, porque a Vida é Deus e tu és Seu
descendente espiritual. Calvin, não existe morte para o cristão, Cristo Jesus
aboliu a morte e este tratamento não pode ser invertido pelo erro.
Depois de uma hora, Calvin moveu-se um pouco e falou, bem baixinho:
"Não me chame de volta. Deixe-me ir, estou muito cansado." Ao que a
Sra. Eddy respondeu: "Sim, nós persistiremos em chamar-te de volta, pois
nem fostes embora. Só estivestes sonhando e agora que acordaste desse sono
irreal não estás cansado... Graças ao bom Deus, que é Mente, é o bem onipresente,
tu não te submetes às pretensões dos sentidos materiais."
Depois de mais meia hora, Calvin havia se recuperado completamente. O
restante da noite foi tranquilo e ele estava no seu posto na manhã seguinte,
fazendo seu trabalho normal para a Sra. Eddy. 2
Um mês depois dessa experiência, a Sra. Eddy recebeu a carta de uma
certa Mary Crane Gray, que acabara de conhecer a Ciência Cristã. O marido dela
havia enlouquecido após perder uma fortuna considerável em especulações
financeiras infelizes.
Os médicos haviam dito que o estado era incurável e recomendaram que
fosse internado em um asilo. Em vez disso, a Sra. Gray escreveu à Sra. Eddy,
suplicando-lhe que curasse o marido: "Derramei meu coração em uma carta de
dez páginas para a Sra. Eddy. Eu não sabia que ela não estava mais aceitando
casos. [Alguns dias] depois de ter enviado a carta, meu marido ficou
curado." Ele nem se lembrava de ter estado doente. A esposa contou-lhe que
ela escrevera à Sra. Eddy. Ele disse: "Vou imediatamente procurar um
emprego.” 3
A razão de a Sra. Eddy não estar mais na prática pública da cura era que
ela estava dedicando todo o seu tempo a ajudar a humanidade com seu trabalho de
Líder da Causa da Ciência Cristã. Ela instava continuamente seus seguidores a
deixar tudo por Cristo.
Em sua mensagem: "Escolhei vós", À Primeira Igreja de Cristo,
Cientista, em Boston (escrita por ocasião da dedicação da grandiosa Extensão do
Edifício Original que fora construído mais de dez anos antes), a Sra. Eddy
lembrou os Cientistas Cristãos da passagem bíblica: "Quem não toma a sua
cruz e vem após mim não é digno de mim.” 4
E depois escreveu: "Quantos estão seguindo o Guia dessa forma?
Somos seguidores da Verdade apenas quando seguimos verdadeiramente, em
mansidão, paciência e espiritualidade, abençoando o santo e o pecador com o
fermento do Amor divino que a mulher colocou dentro do cristianismo e da
medicina.” 5
Para a Sra. Eddy, esse "fermento do Amor divino" era a cura
cristã. Como havia escrito ao Primeiro Leitor d'A Igreja Mãe: "Acaso não é
a cura do doente a coisa melhor e mais elevada que é feita no campo? Sim, é;
nosso grande Mestre fez com que fosse assim”. 6
E a um conferencista da Ciência Cristã ela escreveu:
Vou dizer agora o
que é necessário, mais do que qualquer outra coisa, para assegurar a
perpetuação do atual êxito da Ciência Cristã e a continuação de seu progresso,
a saber, cura mais elevada e mais prática.
Cura definida e
imediata é a demonstração do que anuncias na teoria e a teoria sem a prática,
na religião e na filosofia, é pior do que nada, pois decepciona aquele que a
busca e destrói a evidência de sua veracidade, tornando a situação mais
desesperada do que a simples ignorância. 7
A Sra. Eddy não limitava a cura apenas a seres humanos. Em maio de 1906,
um Cientista Cristão das Filipinas escreveu-lhe sobre o tratamento para animais
e recebeu a seguinte resposta:
... cura os animais
assim como as pessoas. Quando eu estava na prática, curei animais e vi, em
todas as ocasiões, que eles são receptivos à Verdade. Deus deu ao homem
"domínio sobre todos os animais" e não temos autoridade alguma para
supor que Ele tenha revogado esse dom ou tenha tirado do homem a herança espiritual
que lhe cabe de direito. 8
Poucos dias depois de enviar essa carta, a Sra. Eddy escreveu ao
Conselho de Diretores d'A Igreja Mãe, com relação à necessidade de orar acerca
de fenômenos meteorológicos destrutivos:
... eu lhes faço
esta proposta, para que pensem nessa possibilidade: que os melhores Cientistas
Cristãos de Boston e das proximidades sejam convocados a orar uma vez por dia,
sabendo que nenhum pensamento de terremoto, furacão ou raio destrutivo entra no
pensamento para causar dano, e que Aquele que reina nos céus e guarda a terra,
salva de todo mal. 7
Um ano e meio mais tarde, em 24 de setembro de 1907, a Sra. Eddy
escreveu em suas anotações que, quando ela orou, "nuvens terríveis que
cobriam o céu mudaram instantaneamente ... e caiu uma chuva suave, aparecendo
o arco-íris.” 8
Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras era o livro texto
que produzia curas, livro que a Sra. Eddy escrevera no início da década de
1870. Depois disso, havia trabalhado continuamente para torná-lo mais claro
para os leitores.
“Um livro cuja mensagem mudou o mundo.” Women’s National Book Association – EUA.
[ e-mail:
vendas@cienciaesaude.com ]
Como resultado de seus esforços, haviam sido feitas seis revisões
importantes. Em outubro de 1906, ela escreveu a um de seus auxiliares:
"Tornou-se necessário publicar uma nova edição de Ciência e Saúde, pois
as matrizes tipográficas estão gastas. Tenho pensado bastante, dia e noite, em
revisar esse livro para tornar seu significado mais claro para o leitor que não
conhece a Ciência Cristã.” 11
Nos oito meses seguintes ela devotou-se a essa tarefa e, ao terminar,
acrescentou ao Prefácio: "Até 10 de junho de 1907 [a autora] nunca lera
esse livro inteira e consecutivamente a fim de elucidar seu idealismo.” 12
Ciência e Saúde era o resultado da revelação que Deus fizera
à Sra. Eddy acerca de Sua natureza e de Suas leis. Através dos anos, o livro
tem dado provas de sua origem divina com seu poder de curar aqueles "que honestamente
procuram a Verdade.” 13 e que o lêem.
Em novembro de 1907, a Sra. Eddy
lera uma entrevista que o fundador do Exército da Salvação, General William
Booth, concedera a um jornal. O artigo dizia que a saúde dele não era boa. Isso
fez com que a Sra. Eddy escrevesse a um Cientista Cristão da Inglaterra,
pedindo-lhe que "encontrasse um meio" de presentear o livro ao
general, acrescentando que "agora é a hora de curar este homem de fé”. 14
Em meio ao trabalho de revisão de Ciência e Saúde, surgiu
um dos maiores desafios que a Sra. Eddy jamais enfrentara. Começou como uma
competição de jornalismo sensacionalista entre a revista McClure's
Magazine e um jornal importante, o The New York World. Culminou
num processo judicial contra alguns auxiliares da Sra. Eddy e dignitários de
sua Igreja, movido, de forma ardilosa, em nome dela, por pessoas que se
autonomearam seus "curadores".
Esses "curadores" incluíam o filho dela, George, uma das
filhas dele, um sobrinho e um primo da Sra. Eddy, além de seu filho adotivo,
que se rebelara contra ela. Como "curadores", eles alegavam que a
Sra. Eddy estava mentalmente incapaz e vinha sendo explorada por pessoas ao seu
redor.
A abordagem metafísica com que a Sra. Eddy enfrentou o processo pode ser
constatada nas instruções que deu a uma pessoa a quem pedira que orasse sobre
esse caso:
"Ela queria que a crença em "processo judicial" fosse
tratada do ponto de vista da metafísica absoluta. Não queria que eu
determinasse qual seria o veredicto, mas que me ocupasse em saber que a Verdade
prevaleceria e que a Mente divina dirigiria o veredicto — e realmente o dirigiu”. 15 Depois que a Sra. Eddy foi entrevistada por uma junta de “Peritos” 16 designados pelo
juiz, o caso foi encerrado a favor dela.
Um acontecimento particularmente interessante, em conexão com esse
processo, foi a cura realizada pela Sra. Eddy, de um repórter que tinha câncer
na garganta e não podia mais falar. Ele havia chegado à procura de um escândalo
e foi embora completamente curado. Mais tarde, ele se tornou Cientista Cristão
e afirmou sentir "uma dívida de gratidão à Sra. Eddy por sua cura...” 17
No mesmo mês em que se encerrou o processo dos "Curadores", a
Sra. Eddy convidou para uma visita a Condessa de Dunmore, Cientista Cristã da
Inglaterra, que estava de passagem nos Estados Unidos com suas duas filhas. Uma
delas, Lady Victoria Murray, relatou depois:
Minha visita a
Pleasant View foi em [outubro de] 1907, com minha mãe e minha irmã, depois do
falecimento de meu pai... Foi inigualável a bondade e a simpatia com que fomos
tratadas na ocasião, especialmente minha mãe, que estava sofrendo bastante com
o senso de perda.
A Sra. Eddy,
"movida de compaixão", aliviou com ternura o pesar que minha mãe
sentia, elevando-a a um reconhecimento maior da Vida. Depois, voltando-se para
mim, ela perguntou se eu tinha alguma dúvida. "Sim", respondi,
"gostaria de saber como a senhora cura os doentes." Recostando-se
para trás na cadeira, ela disse, sorrindo: "Vou-lhe dizer. Eu curo hoje da
mesma forma como curava quando comecei.
Meu sistema
original era instantâneo. Os alunos não compreendiam mais do que um estudioso
de inglês compreende um idioma estrangeiro sem tê-lo aprendido. Eles, portanto,
colocavam as coisas em sua própria língua. O argumento usado na cura é
simplesmente afinação. Se seu violino estiver afinado, não será necessário
afiná-lo. Mantenha seu violino afinado." Essa última frase foi repetida em
tom imperioso e com bastante ênfase. 18
Não importava o que o mundo material jogasse a seus pés, fossem doenças,
tempestade, loucura, morte ou um ataque de natureza legal que punha em risco
tudo o que ela trabalhara para construir, Mary Baker Eddy encarava tudo como
oportunidade de cura. Para ela, eram oportunidades para mostrar ao mundo que
Deus é um Pai-Mãe sempre presente, um Médico infalível, e um Juiz perfeito.
1 História
da Igreja, documento H00094, Departamento de História da Igreja d'A Igreja Mãe. 2 Reminiscências
de George Kinter, História da Igreja. 3
Reminiscências de Mary Crane Gray, História da Igreja. 4 Mateus 10:38. 5 The First Church of Christ, Scientist, and
Miscellany, p. 4. 6 História
da Igreja, documento L10930. 7 História
da Igreja, documento L08548. 8 História
da Igreja, documento L14627. 9 História
da Igreja, documento V00698. Ver também Lyman B. Powell, Mary Baker
Eddy, A Lifesize Portrait (Boston:
The Christian Science Publishing Society, 1991), p. 234, e Irving C. Tomlinson,Twelve
years with Mary Baker Eddy (Boston: The Christian Science Board of
Directors, 1966), p. 203. 10 História
da Igreja, documento L15400. 11 História da Igreja, documento V03226. 12 Ciência e Saúde, p. xii. 13 Ibidem.
14 História da Igreja, documento
L13998. O General Booth viveu até os oitenta e cinco anos, vindo a falecer em
1912. 15 Reminiscências de
pessoas que conheceram Mary Baker Eddy, (Boston: The Christian Science
Publishing Society, 1986), p. 115. 16 Os
"Peritos" eram um juiz, um psiquiatra (na época chamado
"alienista") e um advogado neutro. Eles foram encarregados de
verificar a competência da Sra. Eddy na condução de seus próprios interesses
financeiros. 17 Tomlinson,
p. 65. 18 Reminiscências de
Victoria Murray. História da Igreja.
Fonte: revista O Arauto da Ciência Cristã, edição de fevereiro de 1997. The Christian Science Publishing Society, todos os direitos
reservados.
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