terça-feira, 3 de janeiro de 2012

FESTEJOS DE REIS

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Foto: Trilha na Floresta Atlântica -  atividade de lazer  da  

1ª Oficina Bíblica de Férias: “Como estudo a Lição-Sermão”

Janeiro de 2011 -  Garuva, SC, Brasil.

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 Festejo de Reis

 I. Cultura: Terno de Reis.

II. Comentários sobre relatos bíblicos:

- As três gerações do Cristianismo primitivo

- O Evangelho Segundo Mateus

- Quem visitou Jesus primeiro? Os pastores ou os magos?

- Magos em Belém: culturas diferentes à busca de Deus (Mt 2:1-12).

III. Para pensar: citação do livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras de Mary Baker Eddy.

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FESTEJOS DE REIS

 

I.Cultura

TERNO DE REIS

Folia de Reis é um festejo de origem portuguesa ligado às comemorações do Natal, trazido para o Brasil ainda nos primórdios da formação da identidade cultural brasileira, e que ainda hoje mantém-se vivo nas manifestações folclóricas de muitas regiões do país.

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Mauro Pereira - Terno de Reis (janeiro de 2008) acrílica sobre tela

 

Origens

Na tradição cristã, a passagem bíblica em que Jesus foi visitado por reis magos, converteu-se na tradicional visitação feita pelos três "Reis Magos", denominados Melchior, Baltasar e Gaspar, os quais passaram a ser referenciados como santos a partir do século VIII.

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Fixado o nascimento de Jesus Cristo a 25 de dezembro, adotou-se a data da visitação dos Reis Magos como sendo o dia 6 de janeiro que, em alguns países de origem latina, especialmente aqueles cuja cultura tem origem espanhola, passou a ser a mais importante data comemorativa católica, mais importante, inclusive, que o próprio Natal.

Na cultura tradicional brasileira, os festejos de Natal eram comemorados por grupos que visitavam as casas tocando músicas alegres em louvor aos "Santos Reis" e ao nascimento de Jesus; essas manifestações festivas estendiam-se até a data consagrada aos Reis Magos, 6 de janeiro. Tradição que mantém-se viva em muitas regiões do país, sobretudo nas pequenas cidades dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro, Goiás, Santa Catarina, dentre outros.

 

 

Terno de Reis Estrela da Alegria

                  Terno de Reis Estrela da Manhã - Florianópolis, SC.

 

 O "Terno" de Reis ou "Folia" de Reis

No Brasil a visitação das casas, que dura do final de dezembro até o dia de Reis, é feita por grupos organizados, muitos dos quais motivados por propósitos sociais e filantrópicos. Cada grupo, chamado em alguns lugares de Folia de Reis, em outros Terno de Reis, é composto por músicos tocando instrumentos, em sua maioria de confecção caseira e artesanal, como tambores, reco-reco, flauta e rabeca (espécie de violino rústico), além da tradicional viola caipira e do acordeão, também conhecida em certas regiões como sanfona, gaita ou pé-de-bode.

Além dos músicos instrumentistas e cantores, o grupo muitas vezes se compõe também de dançarinos, palhaços e outras figuras folclóricas devidamente caracterizadas segundo as lendas e tradições locais. Todos se organizam sob a liderança do Mestre da Folia e seguem com reverência os passos da bandeira, cumprindo rituais tradicionais de inquestionável beleza e riqueza cultural.

Terno de Reis Família Fielsons             Terno de Reis: Família Fielsons - Florianópolis, SC.

As canções são sempre sobre temas religiosos, com exceção daquelas tocadas nas tradicionais paradas para jantares, almoços ou repouso dos foliões, onde acontecem animadas festas com cantorias e danças típicas regionais, como catira, moda de viola e cateretê. Contudo ao contrário dos Reis da tradição, o propósito da folia não é o de levar presentes mas de recebê-los do dono da casa para finalidades filantrópicas, exceto, obviamente, as fartas mesas dos jantares e as bebidas que são oferecidas aos foliões.

 

Grupos incrementados

Uma das formas de sobrevivência da manifestação folclórica, especialmente nas grandes cidades, foi a incorporação nos Ternos de elementos figurativos, com a finalidade de promover apresentações para turistas e para os próprios habitantes.Trazendo alegria para todos.

Em algumas regiões as canções de Reis são por vezes ininteligíveis, dado o caos sonoro produzido. Isto ocorre quase sempre porque o ritmo ganhou, ao longo do tempo, contornos de origens africanas com fortes batidas e com um clímax de entonação vocal. Contudo, um componente permanece imutável: a canção de chegada, onde o líder (ou Capitão) pede permissão ao dono da casa para entrar, e a canção da despedida, onde a Folia agradece as doações e a acolhida, e se despede.

 Grupo Eira - Terno de Reis                    Terno de Reis: Grupo Eira – Florianópolis,SC.

No Sul de Minas um grupo de Folia de Reis é composto da Bandeira ou Estandarte que é decorado com figuras alusivas ao menino Jesus, ou mesmo com palavras relativas à data. Outro componente importante é o Bastião que se veste de modo característico, mascarado e sempre porta uma espada, este tem a função de folião propriamente dito, levando alegria por onde a folia passa, e como que abrindo caminho para a passagem da Folia que de certa forma representa os próprios Reis Magos.

O Bastião tem também a função de citar textos bíblicos e recitar poesias alusivas. Na sequência o grupo de vozes se organiza em Mestre, Ajudante, Contrato, Tipe, Retipe, Contratipe, Tala, ou Finório. Na verdade esses nomes se referem a uma organização das vozes em tons e contratons, durante a cantoria, o que leva a formação de um coro muito agradável aos ouvidos.

O Mestre, por sua vez, tem papel especial de iniciar o canto, que é feito em versos e de improviso, agradecendo os donativos da casa visitada. Os outros componentes então repetem os versos, cada qual em sua voz, na cadência definida pelo Mestre, acompanhados pelos instrumentos que tocam.

A apresentação dos grupos, em Santa Catarina, é feita em três partes: chegada, anúncio e despedida. Normalmente, os principais cantadores formam um trio: o triplo ou tripa (que canta fino, de falsete), o repentista (que faz os versos de improviso) e o baixão (cantor solo, segunda voz). Além disso, três são os instrumentos que se destacam nas cantorias: viola, rabeca e pandeiro. Atualmente, alguns grupos incluem o acordeon nas apresentações.

Fonte: Wikipédia.

 

PRESERVANDO O FOLCLORE CATARINENSE

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  II. Comentários sobre relatos bíblicos 

 

Os estudos bíblicos se constituem numa vibrante área de pesquisa que publica de forma intensa. Isso deve-se ao facínio que os textos antigos exercem sobre os leitores contemporâneos, seja como texto de saber histórico, seja como texto que sempre se mostra aos leitores de forma renovada.

Por isso, a Bíblia é estudada numa riqueza de perspectivas, abordagens, métodos  e hermenêuticas. Ao interesse pelo texto bíblico soma-se a busca por sua origem, da mesma forma que pelos textos que lhe são vizinhos: os apócrifos, pseudepígrafos, os Manuscritos do Mar Morto. (Gabrielle Boccaccini - leciona no Departamento de Estudos do Oriente Próximo da  Universidade de Michigan, EUA.)

 

As três gerações do Cristianismo primitivo

Comunidades cristãs primitivas, referem-se  às primeiras comunidades desde sua origem após a paixão, morte e ressureição de Jesus até a redação do último escrito do Segundo Testamento, em torno do ano 140. Todo esse tempo pode ser dividido em três etapas.

A primeira é conhecida como época apostólica. É a primeira geração de seguidoras e seguidores de Jesus de Nazaré. São aqueles que conheceram Jesus ou que aderiram a ele ainda nos primeiros anos do movimento cristão. A época apostólica vai  desde o ano 30 até em torno de 67, quando provavelmente os primeiros seguidores de Jesus já haviam morrido ou haviam sido mortos.

Esse período apostólico(entre 30 e 67) pode ser dividido em dois momentos claramente distintos. O primeiro é anterior à assembleia de Jerusalém em 49, também  conhecida por concílio de Jerusalém. Tal como do tempo de Jesus, não temos nenhum escrito bíblico desse período. O que sabemos, além das informações do historiador judeu Flávio Josefo, vem de escritos posteriores.

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O lavatório – Tintoretto

O segundo momento da época apostólica vai desde o concílio de Jerusalém até em torno de 67. É o tempo áureo da missão de Paulo e sua equipe pastoral.

O segundo período das comunidades primitivas é a chamada época subapostólica. É o tempo da segunda geração de cristãos. Esse tempo corresponde aos anos que vão desde, mais ou menos, 67 até por volta de 97, quando então inicia o período pós-apostólico, isto é, a terceira geração de comunidades cristãs.

A primeira geração de cristãos pertencentes às comunidades    que mais tarde deram origem ao Evangelho de Mateus certamente viveram inicialmente na Judéia. Entre os apóstolos, Pedro é seu grande protagonista.

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Anthonis van Dyck - Die Ausgießung des Heiligen Geistes

Entre os evangelhos, é  Mateus quem mais importância dá à figura de Pedro (Mt 16:17-19).  Ao copiar de Marcos a profissão de fé de Pedro (Mc 8:27-30), Mateus acrescentou os versículos 17-19. De fato, Mateus é o  Evangelho das comunidades de herança dos apóstolos e familiares de Jesus.

Chamados de comunidades de Tiago aquelas que foram fundadas pelos apóstolos como Pedro, ou que atribuem sua origem a eles. Um dos líderes importantes dessas igrejas foi Tiago, irmão de Jesus (Gl 1:18-19; 2:9; At 15:6-21). Quando ele foi martirizado em 62, seu irmão Judas o substituiu na direção das igrejas de Jerusalém.

Diferentemente das comunidades de herança paulina, eram igrejas em que as pessoas vindas do Judaísmo eram a grande maioria. A tradição judaica ainda ocupava um lugar central. Estavam ainda muito ligadas à observância da Lei.

Podemos classificar como herança das igrejas dos apóstolos e de Tiago o Evangelho segundo Mateus, a Carta de Tiago e a Carta de Judas. Tanto Tiago como Judas além de  familiares de Jesus(Mc 6:3) dirigiam as comunidades de Jerusalém. 

 

O Evangelho Segundo Mateus

Cada  evangelho teve sua   redação a partir da compreensão sobre a pessoa de Jesus de quem o escreveu. Mateus vê Jesus como Emanuel, o Deus-conosco no mundo e na história para nos ensinar o caminho da justiça. É, junto com o mestre da justiça, que podemos construir um mundo melhor.   

Data, local e destinatários

O Evangelho de Mateus foi escrito no final dos anos 80 d.C. Certamente, as comunidades que o editaram viviam na Palestina, talvez na Galileia, numa região em que predominavam igrejas formadas por pessoas de origem judaica.

Com a guerra judaico romana, muitos membros  dessas comunidades da Judéia mudaram-se para a direção da Galileia, Síria ou outros lugares. Essa imigração se intensificou com a perseguição sofrida por parte de lideranças das sinagogas nos anos 80 e 90.  Nessa época, os judeus-cristãos foram expulsos das sinagogas pelos rabinos fariseus que passaram a liderar o Judaísmo a partir de 70. Muitos cristãos da Judéia devem ter se estabelecido na Galileia e na Síria.

Observa-se também  no Evangelho de Mateus, além do conflito com a sinagoga, tensão com cristãos vindo de outras  culturas. Como no caso das comunidades paulinas que defendiam uma nova justiça divina, dada gratuitamente por Deus a quem crê em Jesus.

Confira ainda algumas das seguintes citações e perceba como as comunidades destinatárias de Mateus são formadas por pessoas sem terra (5:1-5), desempregadas(20:1-16), migrantes(2:13-23; 4:13-16 , 24-25; 19:1), perseguidas(5:10-12; 23:13-32) e pobres(11:25-26; 6:25-34; 15:32; 25:31-46).

Autores e fontes

Seus autores devem ser escribas judeus-cristãos, convertidos ao cristianismo (Mt3:52).  Em meados do segundo século, os pais da Igreja homenagearam Mateus(Mt 9:9; 10:3), atribuindo a ele este evangelho. Ao agirem desta forma, queriam colocar a obra sob a autoria de um discípulo de Jesus.

Os autores deste Evangelho, isto é, a escola dos rabinos cristãos, naturalmente eram profundos conhecedores das Escrituras judaicas. O texto que usaram para fazer transcrições para seu escrito é da versão grega das Escrituras, a Septuaginta. Além  do Evangelho de Lucas e Marcos, como texto-base. Bem como a fonte “Q”, inserindo 230 versículos desta obra.

Fonte “Q”

Na pesquisa bíblica, existe uma hipótese de que houve na Galiléia uma corrente cristã que apresentava Jesus como um Messias sábio e mestre. Essa tendência valorizava seus ditos, suas palavras e seu ensino. Não davam tanto valor à sua paixão, morte e ressureição. Seria um movimento ligado a círculos sapienciais que, apesar de seu radicalismo em seguir de perto o mestre, apresentam um Jesus que não incomoda as instituições opressivas da época. 

Segundo a hopótese, e há evidencias literárias para isso, essa corrente cristã teria produzido o documento “Q”. É assim chamado, porque esta é a primeira letra da palavra alemã Quelle (fonte).

Até hoje, pelo menos, nada a respeito foi encontrado. Se existiu, está perdido. Essa fonte seria o segundo documento usado por Mateus e Lucas  ao escreverem nos anos 80  d.C. O primeiro foi o Evangelho de Marcos cujo material já era conhecido há uns 15 anos antes. O conteúdo da fonte “Q” seriam os textos comuns a Mateus e Lucas, porém ausentes em Marcos.

Comentário final

Convém destacar, que um dos objetivos de Mateus é deixar claro que o Evangelho é para todos os povos na medida em que o centro dessa universalidade seja o Judaísmo. Os demais povos devem “vir do oriente e do ocidente e se assentar à mesa do Reino dos Céus com Abraão, Isaac e Jacó” (Mt 8:11).

As igrejas mateanas estão abertas as pessoas de outras culturas, apresentando Jesus como Emanuel - “Deus  conosco” (Mt1:23).

Fonte:

1. BOCCACCINI, Gagriele. Além da hipótese essênica: a separação dos caminhos entre Qumran e o judaísmo enóquico. São Paulus, 2010.

2. STORNIOLO, Ivo. Como ler o Evangelho de Mateus. São Paulo: Paulus. (Série “Como ler a Bíblia”).

3. GASS, Ildo Bohn. As comunidades da segunda geração cristã. São Leopoldo: CBEI (Curso Bíblico por Correspondência: Módulo 12).

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Quem visitou Jesus primeiro? Os pastores ou os magos?

 

Historicamente, não é possível determinar a questão.

O fato é que a comunidade de Mateus, que tem como intenção manifestar Jesus aos povos (epifania),  apresenta os magos estrangeiros  visitando  e  acolhendo  o  messias na criança de  Belém.  A comunidade de Lucas, no entanto, anunciando a boa-nova ao pobres, apresenta os pastores  como primeiros destinatários da notícia do nascimento do menino na manjedoura da gruta de Belém.

Na     sequência, apresentamos  um comentário  de Marcelo  Barros na forma de    uma  bela carta à comunidade do evangelista  Mateus.

 

Magos em Belém: culturas diferentes à busca de Deus

(Mt 2,1-12)
Marcelo Barros

O texto foi extraído do Livro "Conversando com Mateus".

 

Irmãs e irmãos da comunidade de Mateus,

Quero conversar com vocês como se estivéssemos uns diante dos outros e vocês fossem conterrâneos deste final de século conturbado e tão carente de esperanças. No começo, pensei em escrever uma carta pessoal a Mateus, mas nenhum livro da Bíblia é de cunho somente individual.

Além disso, embora desde os tempos mais antigos todos atribuam a Mateus a honra de ser o redator deste livro, nem ele assinou nem chama o texto de Evangelho (como Marcos inicia dizendo: "Início do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus"). Então, escrevo a vocês da comunidade, que participaram da experiência que gerou o texto de Mateus. (...)

Ao contar a visita dos magos a Jesus Menino, vocês não pretendiam narrar um relato histórico ou um fato jornalístico. Quiseram significar o encontro de Jesus com os outros povos e culturas.

Fizeram isso comentando textos bíblicos como Isaías 60, o salmo 72 e a profecia de Balaão (Nm 22-24). Vocês os comentam como os rabinos faziam, contando histórias (midrash), e nos presen­tearam esse relato tão bonito.

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O poema do discípulo de Isaías (Is 60) e, talvez, mesmo o salmo vêm de uma época na qual Jerusalém estava sendo reconstruí­da. Os recursos eram poucos e, em comparação ao que era antes de ser destruída pelos babilônios, era uma aldeia.

O profeta vê o sol nascer sobre a cidade e proclama a promessa de Deus de que, um dia, Jerusalém será luminosa e cheia de glória e os reis das nações a ela acorrerão trazendo presentes.

Num contexto de sofrimento e de revalorização da identidade do povo pobre, aquela visão nada tinha de etnocentrismo. Era universalista. Aplicando essa profecia aos magos que vêm homenagear a criança pobre que nasceu em Belém, vocês a tornam mais universal ainda.

Embora não tenham dito que os magos eram reis e santos, como a tradição soube acrescentar, vocês contaram que eles gostavam das estrelas e vieram de longe, do oriente, atrás de uma estrela e em busca do Rei dos judeus que acabara de nascer neste mundo.

Com esse novo comentário narrativo de textos bíblicos (mídrash), desde o início do Evangelho, vocês associam as culturas e religiões diferentes à busca de Deus, ao reconhecimento de Jesus como "Rei dos Judeus" e ao acolhimento do Reino de Deus (ou dos céus, como vocês o chamam).

Na cultura judaica na qual a comunidade estava inserida, não deve ter sido fácil para vocês reconhecerem que até a astrologia e a interpretação dos sonhos podem conduzir pessoas como os magos ao Senhor. (Chouraqui chama os magos de "astrólogos'' ¹¹).

Na região da Síria e da Ásia Menor era praticada a religião do deus Mitra. Era um sincretismo de antigos cultos ao sol. Os fiéis de Mitra contavam que o seu deus nasceu numa caverna na noite de 25 de dezembro (solstício do inverno e festa do sol que renasce do frio e da escuri­dão das noites cada vez mais longas).

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Adoração – Masaccio

Aliás, por acaso, os sacerdotes de Mitra se chamavam "magos", porque eram homens que lidavam com os astros e com os mistérios da vida.

Será que, ao contar a bela história dos magos que vieram a Belém adorar o menino Jesus, vocês quiseram assumir algo da história de Mitra e transpô-la para o contexto cristão? Hoje, falamos muito de inculturação. Mas ainda há muitos bispos e pastores que têm preconceito contra sincretismo. Será que, nessa história, vocês da comunidade de Mateus queriam nos ensinar que há um tipo de sincretismo que é válido e compreensível?

 

Nota: O artigo Magos em Belém: culturas diferentes à busca de Deus não representa a opinião deste Blog nem de nenhuma das igrejas do Movimento da Ciência Cristã.  Foi publicado para  refletirmos sobre a importância do estudo da Bíblia em seu contexto histórico, nas dimensões política, social, cultural e econômica. Conforme recentes  descobertas sobre fatos nela registrados e opinião de estudiosos do texto bíblico,  com o objetivo de alcançarmos o significado espiritual das Escrituras.

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III. Para pensar

 “Para os que se apóiam no infinito sustentador, o dia de hoje está repleto de bençãos. O pastor vigilante avista os primeiros tênues clarões da aurora, antes de surgir a plena radiação do novo dia. Foi assim que a pálida estrela brilhou aos pastores-profetas; e assim atravessou a noite e chegou onde, na obscuridade do berço, estava o menino de Belém, o arauto humano do Cristo, a Verdade, que iria esclarecer à compreensão toldada o caminho da salvação por Cristo Jesus, até que, através da noite do erro, despontasse a aurora e brilhasse a estrela-guia do ser. Os Magos foram levados a ver e a seguir essa estrela d’alva da Ciência divina, que ilumina o caminho da harmonia eterna”.

“É chegada a hora dos pensadores. A Verdade, independente de doutrinas e sistemas consagrados pelo tempo, bate ao portal da humanidade.”

Ciência com Chave das Escrituras - vii:1-15, Mary Baker Eddy.

 

ESTRELA DE BELÉM

Estrela de Belém,  ilustração de James F. Gilman

para o  poema Cristo e o Natal de Mary Baker Eddy.