________________________________________
www.marybakereddylibrary.org
A Equipe de Cooperadores do
ACAMPAMENTO
ITINERANTE PEABIRU
deseja a todos
Feliz Natal e
Próspero Ano Novo!
______________________
Acalentar o espírito do Natal traz bênçãos e cura
Com a proximidade do Natal, muitas pessoas talvez estejam focadas na compra dos presentes e em receber e passar momentos agradáveis com amigos e familiares. Sem dúvida, o Natal é uma oportunidade de expressar e receber perdão, amor e carinho. Mas, será que vivenciar esses sentimentos está limitado a uma data específica? Pode uma compreensão espiritualizada sobre o Natal trazer um senso mais genuíno de felicidade e satisfação? […] Ouça um depoimento na edição da web do Arauto da Ciência Cristã.
______________________
Natal
Eduardo Hoonaert
Não se sabe praticamente nada acerca das circunstâncias concretas do nascimento de Jesus. Certamente não foi no dia 25 de dezembro, data da festa do solstício no império romano. No século IV, essa data foi estabelecida para comemorar o nascimento de Jesus. Quanto ao lugar de seu nascimento, os evangelhos de Mateus e Lucas mencionam Belém, cidade natal de Davi, para dar a entender que Jesus seria ‘filho de Davi' e ‘rei da Israel'.
Noite Sagrada de Carlo Maratti
Hoje os especialistas são quase unânimes em afirmar que Jesus nasceu mesmo em Nazaré. Não conhecemos tampouco as circunstâncias em que ele tenha nascido (numa gruta ou num presépio, por exemplo). Os evangelistas constroem suas narrativas sem precisão historiográfica, porque eles escrevem para animar pessoas a participar do movimento. O que lhes interessa são as idéias e iniciativas de Jesus, que o fizeram o personagem mais importante da história ocidental.
No século XIX surgiu por toda parte interesse por um conhecimento mais científico da vida de Jesus. Com isso, um número crescente de cristãos descobre que sabe pouco sobre a biografia propriamente dita de Jesus de Nazaré, mas que dispõe de informações suficientes para captar seu espírito, idéias e objetivos, o que é mais importante.
O que se pode dizer sobre os primeiros anos de Jesus cabe em poucas palavras: Jesus (Jeschua) nasceu entre os anos 7 e 3 antes de Cristo, em Nazaré, na época um conjunto de grutas com aproximadamente duzentos habitantes. O ambiente era de pobreza.
O nome “Nazaré” origina-se da raiz hebraica “nezer”, que significa “broto”, “renovo” ou “ramo”. O profeta Zacarias anunciou o seguinte acerca do Messias de Israel, 520 anos antes do nascimento de Jesus: “e dize-lhe: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Aqui está o homem cujo nome é Renovo; ele brotará do seu lugar e edificará o templo do Senhor” (Zc 6:12).
O povo da Galiléia pagava 14% de seus rendimentos a Roma e 21% ao templo de Jerusalém. O contraste entre ricos e pobres era enorme. Os camponeses se alimentavam basicamente de pão de trigo ou cevada, que levavam consigo ao campo. De vez em quando aparecia peixe no cardápio ou ainda sopa de malva. Carne quase nunca.
Os esqueletos da época revelam falta de ferro e proteínas. Jesus provavelmente freqüentou uma escola de rabinos, pois sabia ler a bíblia. No quarto capítulo do evangelho de Lucas, ele aparece como leitor na sinagoga. Sendo filho de artesão (não necessariamente carpinteiro), ele deve ter conseguido seu primeiro emprego com a idade de quatorze - quinze anos, indo trabalhar com o pai em Séforis (a 5 km de Nazaré) ou em Tiberíades (outra cidade moderna construída por Herodes) em obras de construção civil.
Não faltava trabalho na época, pois tanto os romanos como os vassalos herodianos eram grandes construtores, como comprovam escavações arqueológicas na Palestina (Massada, o templo, teatros, aquedutos, circos, fortalezas, piscinas públicas, casas com serviço de água corrente).
Massada
Não se sabe se Jesus era casado. Nos evangelhos, ele é chamado ‘rabi', e os rabinos normalmente o eram. Os evangelhos não dizem nada a respeito. O que se escreve hoje sobre um possível romance entre Maria de Mágdala e Jesus é baseado no evangelho de Filipe, um texto do século III, não confiável de um ponto de vista historiográfico.
Sumamente importante é que, num determinado momento, Jesus rompe com a família e se alia ao profeta João Batista, protagonista de um movimento não-violento de oposição à opressão social e dependência colonial. Aí começa um novo capítulo de sua vida.
Esses parcos dados biográficos combinam bem com as imagens que a cultura popular produz em torno da festa de Natal. Fruto da emoção e da imaginação de sucessivas gerações de cristãos, o Natal é um evangelho, não ‘segundo Marcos ou Mateus ou João', mas segundo pessoas comuns que não escrevem livros, mas expressam sentimentos por meio da arte e da criatividade.
A Virgem, o Menino Jesus e Santa Ana - Leonardo da Vinci
Nas catacumbas do século III já podemos contemplar as primeiras imagens do nascimento de Jesus: os magos do oriente, o menino Jesus nos braços de sua mãe, os pastores. Na idade média surgiu, não se sabe quando nem como (alguns dizem que é uma idéia de São Francisco), a cena completa: o presépio, o boi e o burrinho, os pastores, os anjos, os magos, os presentes (ouro, incenso e mirra), a estrela, os inocentes. São criações da imaginação e da emoção de sucessivas gerações cristãs, e não de teologia erudita ou de orientações pastorais.
Representação de Maria, século II d.C, nas catacumbas de Priscilla
Adoração dos Magos de Bartolomé Esteban Murillo
Como festejar o Natal? O importante consiste em captar o espírito de Jesus, que transparece nas imagens do presépio e também nas informações históricas: a sensibilidade pela vida pobre, condição da maioria da humanidade; a ternura (Maria e José); a presença de marginalizados (os pastores formavam uma classe marginal na Palestina); o nascimento inacreditável de um ‘rei' num presépio e não em berço de ouro; a procura intensa e crítica da verdade (os magos); a abertura ecológica (o boi e o burro). Tudo isso está na cena do presépio. É de se admirar que o espírito do povo comum consiga expressar com tanta singeleza, sem pronunciar uma só palavra, o essencial do cristianismo.
Eduardo Hoonaert é Padre, belga, com mais de 50 anos de Brasil, historiador e teólogo, mais de 20 livros publicados. Mora em Salvador. Dedica-se agora ao estudo das origens do cristianismo.
Nota: O texto Natal foi publicado com o objetivo de refletirmos sobre a importância do estudo da Bíblia em seu contexto histórico, nas dimensões política, social, cultural e econômica, conforme recentes descobertas sobre este relato bíblico, para alcançarmos o significado espiritual das Escrituras.
_________________________________________
Artigo título desta página:
Reflexões
sobre os festejos do Natal:
Precisamos manter o foco
Originalmente publicado em
http://www.cienciaesaude.com.br
04/12/2009
Marcia Machado da Luz
Recentemente assisti o filme “O Estranho Mundo de Jack” do cineasta Tim Burton. O filme relata a história de Jack Skelligton, o rei da Cidade do Halloween, que comanda o dia das bruxas.
Na história, após anos e anos de macabros eventos, Jack estava entediado e depressivo. Andando sem rumo, saiu de sua cidade e foi parar na Cidade do Natal. Lá ficou encantado com tudo o que viu e ouviu – as luzes, as cores, os presentes, os enfeites, os doces com sua beleza e perfumes, as canções natalinas e a alegria das pessoas. O rei do terror teve, então, uma idéia – iria pegar para si o Natal e faria uma grande e bela festa de Natal com a ajuda dos habitantes de sua cidade. Voltou para lá, convocou todo mundo para ajudar e os preparativos para o Natal começaram. Jack pesquisou sobre o Natal em livros, desmontou presentes para ver como eram por dentro e até mandou seqüestrar Papai Noel para tomar seu lugar
Todos trabalhavam e se empenhavam, mas o resultado foi um grande desastre. Por não conhecerem o Natal, sua alegria, beleza e bondade, os habitantes transformaram tudo em um grande horror. Os presentes eram coisas horripilantes, as renas de Papai Noel eram esqueletos, o trenó um caixão. Com os pensamentos próprios do dia das Bruxas, o Natal saiu grotesco e os presentes distribuídos assustaram e até atacaram os presenteados.
Essa história mostra claramente que reproduzimos em nossas experiências aquilo que pensamos. Como só conheciam o que assusta e amedronta, os habitantes da Cidade das Bruxas não puderam fazer algo belo e agradável.
É muito importante cuidarmos de nossos pensamentos a fim de não reproduzirmos em nossas experiências o que não é bom. Mary Baker Eddy, no livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, refere-se a isso no seguinte trecho: “Todos nós somos escultores, que trabalhamos em formas variadas, modelando e cinzelando o pensamento. Qual é o modelo que está diante da mente mortal? Será a imperfeição, a alegria, a tristeza, o pecado, o sofrimento? Aceitaste o modelo mortal? Acaso o estás reproduzindo? Então és perseguido em teu trabalho por escultores viciosos e formas hediondas . Não ouves todo mundo falar do modelo imperfeito? O mundo põe-no diante de teus olhos. O resultado é que ficas propenso a seguir esses padrões inferiores, a limitar a obra de tua vida e a adotar na tua experiência o contorno anguloso e a deformidade dos modelos da matéria”(p.248)
Isso fez pensar no Natal e como esta festa praticamente se transformou em um evento comercial. Não vejo nada de errado em presentear as pessoas que amamos, em recompensar aqueles que nos ajudaram durante o ano, em enfeitar nossas casas, reunir as pessoas amadas, mas fazê-lo e dizer que é a comemoração do nascimento de Jesus e colocar como figura central desta comemoração o Papai Noel, é um total equívoco.
Devemos ensinar nossas crianças, filhos, netos e alunos da escola dominical, a discernirem os fatos. Papai Noel, brinquedos, presentes, são tradições que com o passar do tempo foram tomando lugar do verdadeiro sentido do Natal. E se não mantivermos o pensamento correto, corremos o risco de perder a mensagem verdadeira do Natal www.marybakereddylibrary.org
Em um artigo intitulado: Natal para crianças (The First Church of Christ, Scientist and Miscellany - p. 261) a Sra. Eddy nos fala o seguinte: “Parece-me que amorosos pais e tutores de jovens muitas vezes perguntam: Como podemos alegrar o Natal das crianças e também beneficiá-las com isso? A sabedoria de seus responsáveis que procuram conhecer Deus parece amplamente preparada para isto, conforme o costume dos tempos e para suprir completamente a alegria juvenil. Deixem que isto continue assim, mas com uma exceção: não se deveria ensinar às crianças a acreditarem que Papai Noel tem algo a ver com esse passatempo. Um engano ou mentira nunca é sábio. Nunca se fará demais para bem proteger e guiar a germinação e o poder do pensamento infantil.”
O nascimento de Jesus, sua missão, seus ensinamentos e curas, devem ser relembrados e celebrados no Natal e os festejos devem expressar os motivos sinceros de amor, bondade, compaixão, paz e a espiritualidade inerentes ao Cristo. Caso contrário, reproduziremos algo grotesco, ditado pelo materialismo, cheio de motivos egoístas, ciúmes, invejas e ganância. E, tal como o Natal de Jack Skelligton, essa festa não preencherá seu objetivo. Em vez de trazer alegria e paz, trará insatisfação.
Todos que amam o Natal certamente estão atentos para ouvirem os anjos do Amor divino, que dirige os passos da humanidade rumo ao Cristo, que ficou tão evidente na vinda de Jesus.
Marcia Machado da Luz, CS
Praticista da Ciência Cristã
__________________________
Manhã de Natal, ilustração de James F. Gilman
para o poema Cristo e o Natal de Mary Baker Eddy
Manhã de Natal
Mary Baker Eddy
Manhã bendita de Natal
Em luz raiou.
Nem nuvem má, nem temporal
Teu céu toldou.
Amado Cristo, eternal,
Em teu surgir
Nem dor, nem canto
maternal,
Se fez sentir.
O que em Belém se viu
nascer
E amamos nós,
Da idéia viva, vero ser,
Foi sombra só.
Suave luz de paz, Amor,
Não és mortal.
Verdade, Vida, teu valor
Desfaz o mal.
O credo atroz, a corrupção.
Vens nos guiar,
Perene apoio, proteção,
Aqui, nos dar.
Hinário da Ciência Cristã
The Christian Science Board of Directors
Todos os direitos reservados.
Estrela de Belém, ilustração de James F. Gilman
para o poema Cristo e o Natal de Mary Baker Eddy
_____________________________