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Dia Nacional de Ação de Graças
28 de novembro de 2013
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A riqueza não é dividida, a riqueza divide!
Lucas 12: 13-21
Maria Soave
A riqueza não é
dividida, a riqueza divide!
Um homem pede a Jesus para intervir a respeito de uma briga entre ele e
seu irmão sobre a herança. De novo no evangelho tem alguém que chama Jesus para
resolver um conflito. Este alguém não tem nome próprio no texto. Provavelmente
porque cada um, cada uma de nós é chamado a identificar-se com esta personagem.
Na pergunta sobre a divisão da herança aparece uma grande ilusão. A pergunta
ilusória é sobre a divisão da riqueza. Este texto nos diz que a riqueza não é
dividida, a riqueza divide!
Jesus recusa, neste texto, o papel de mediador do conflito. Na
perspectiva da grande ilusão da qual estes dois irmãos são vítimas, a de pensar
que a riqueza que divide e violenta possa ser dividida, Jesus não quer ser
considerado o juiz conciliador, mas o companheiro de caminhada que quer ajudar
a entender e indicar os motivos que determinam o empobrecimento e os conflitos
entre as pessoas. Estes motivos se juntam concretamente ao redor do egoísmo e
da ganância.
São estes os dois sentimentos que habitam os irmãos deste texto do
evangelho e Jesus fala deste sentimento de desejo sem entender o que é
necessário desejar. A ilusão, de quem não conhece o que é verdadeiramente
necessário e por isto pensa de encontrar no possuir a sua segurança.
Qual é nossa necessária necessidade? Esta é uma pergunta de fundo para a
nossa vida.
Desde os tempos antigos da caminhada de libertação no Êxodo, nossos pais
e nossas mães na fé tiveram que responder a esta pergunta. No tempo do deserto,
no tempo da divisão do poder e da profunda defesa da Vida, seguindo o Deus Libertador,
o Povo das tribos no caminho de libertação teve que aprender como dividir algo
que não sabiam nomear e por isto chamaram "maná". Tiveram que
aprender a partilhar "segundo a necessidade".
Lembramos também que, no Primeiro Testamento, uma tribo, a de Levi, a
tribo dos homens e mulheres errantes e mendicantes de tenda em tenda, esta
tribo não recebia nenhuma herança, nenhuma terra, exatamente para poder
testemunhar, na transparência do corpo e das relações, que única herança é Javé
libertador.
Também no Segundo Testamento o contrário da ganância é a plenitude em
Deus. Por isto Paulo, na carta aos Colossenses 3,5, nos diz que a ganância é
idolatria!
A ganância faz o nosso coração se dividir entre diferentes desejos, e um
coração dividido é um coração idólatra, uma alma, transparência de corpo que
perdeu o necessário, o testemunhar em todo o respiro da Vida que única herança
é Javé Libertador!
Os bens não nos
livram da morte
Neste texto do evangelho de Lucas Jesus faz uma afirmação muito séria:
"sua vida não depende de seus bens". Como para dizer que uma pessoa
não é dependendo do que possui. Uma pessoa não é humana por causa de seus bens!
A dignidade das pessoas não tem nada a ver com os bens que possuem! Para Jesus
e seu movimento existe uma condição profundamente humana que é
"outra" em relação ao possuir.
Viver do necessário, a capacidade de dividir para poder multiplicar, ser
transparência comunitária e ecumênica que nossa única herança é Javé libertador
de todos os pequenos e empobrecidos, é o nosso caminhar no seguimento de Jesus!
Para mostrar como a prática da ganância seja negativa, Jesus nos conta
uma parábola. De um rico sem sabedoria, isto é sem a capacidade de olhar com os
olhos do essencial que são os olhos de Deus no meio da História da Humanidade.
Este rico sem sabedoria acredita de estar no seguro por muitos anos
tendo acumulado muitos bens e ao qual na mesma noite é pedida de volta a
própria vida. Nesta parábola a abundância é muito presente. O homem é rico e a
colheita é abundante. O homem rico pensa entre si sobre o que irá fazer da
colheita abundante. Mas só pensar entre si e não partilhar o pensamento leva a
uma decisão egoísta e insensata que faz da bênção da abundancia na colheita uma
maldição. A bênção não pode ser de uso individual!
Uma reflexão individual que não é partilhada em comunidade pode nos
levar, como no caso da parábola, a um programa de vida esvaziado de amor. Os
bens não nos livram da morte e da nossa finitude. Aliás, podem nos impedir de
viver na partilha e na condivisão, de
aprender a viver do necessário para que ninguém passe necessidade.
Os bens podem não permitir que sejamos o que é nossa profunda vocação,
desde os mitos bíblicos de criação da Humanidade... gente nua e sem vergonha
deste "estado" primordial... a nudez... o que nos faz reconhecer o
que gaguejamos com o nome de Deus(...)! Nossa única e
verdadeira riqueza... Amém e amem... isto é: continuemos amando!
Para continuar a oração: Tome em sua Bíblia o salmo 89 (90)
Nota: O comentário bíblico A riqueza não é dividida, a riqueza divide! não representa
necessariamente a opinião deste blog nem das igrejas do Movimento da Ciência
Cristã. Foi publicado para refletirmos sobre a importância do estudo da
Bíblia em seu contexto histórico, nas dimensões política, social, cultural e
econômica. Conforme recentes descobertas sobre fatos nela registrados e opinião de estudiosos do texto
bíblico, como objetivo de alcançarmos o significado espiritual
das escrituras.
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