domingo, 7 de julho de 2013

A COMUNHÃO


A comunhão

CRISTINA PAULI TRENTINI

Os cultos de comunhão nas filiais da igreja de Cristo, Cientista, celebram-se duas vezes ao ano (no segundo domingo de janeiro e de julho). Nesses cultos, logo após a leitura da Lição Sermão constante do Livrete Trimestral da Ciência Cristã, o Primeiro Leitor convida a congregação a ajoelhar-se em comunhão silenciosa. Segue-se então a repetição audível da Oração do Senhor; a seguir, a congregação se levanta e canta em conjunto a Doxologia 1 em louvor e gratidão a Deus. Nenhum símbolo material é usado, além do ajoelhar-se em humildade e reverência ao Cristo.
Convém lembrar que o estar em comunhão com Deus independe de lugar ou de hora. Deus é onipresente. Foi num momento de comunhão com Deus que a Sr.a Eddy, essa seguidora fiel dos ensinamentos de Cristo Jesus, restabeleceu-se instantaneamente das conseqüências de um sério acidente. Em sua obra principal, o livro Ciência e Saúde, dedica ela um capítulo inteiro ao tema “Reconciliação e Eucaristia”.
Referindo-se ao sacramento da Eucaristia, diz ela: “Perde-se espiritualmente o verdadeiro significado do sacramento se este se restringir ao uso de pão e vinho.” 2  E mais adiante, no mesmo capítulo, acrescenta: “Nossa Eucaristia é a comunhão espiritual com o único Deus. Nosso pão, «que desce do céu», é a Verdade. Nosso cálice é a cruz. Nosso vinho é a inspiração do Amor, o trago que nosso Mestre bebeu e recomendou a seus seguidores.” 3
Nesse mesmo capítulo, ao explicar a questão da reconciliação, ela expõe claramente qual foi a missão do Mestre. Diz ela: “Jesus ajudou a reconciliar o homem com Deus, dando ao homem um conceito mais verdadeiro do Amor, o Princípio divino dos ensinamentos de Jesus, e esse conceito mais verdadeiro do Amor redime o homem da lei da matéria, do pecado e da morte, pela lei do Espírito — a lei do Amor divino.” 4
O fato de que os ensinamentos de Jesus ainda são aplicáveis hoje em dia, que eles podem trazer cura e redenção ao homem, ficou-me comprovado na seguinte experiência, que considero ter-se tornado meu mais belo momento de comunhão com Deus.

Era domingo, estava na hora de ir à igreja e me sentia indisposta. Havia dias eu vinha lutando com uma forte dor nas costas. Não conseguia sentar-me confortavelmente, nem dormir na posição costumeira. Hesitava em ir à igreja, receosa de não conseguir permanecer lá durante todo o serviço. Por fim decidi-me a ir, mas lá chegando sentei-me de modo a poder sair a qualquer momento sem causar transtornos aos demais presentes na congregação.
Iniciou-se o serviço dominical e chegou o momento da oração silenciosa. Senti o desejo de orar, e orei com altruísmo pelo bem de todos, não buscando obter favores divinos para mim.
O culto prosseguiu na ordem estabelecida para as filiais da Igreja de Cristo, Cientista, e veio o momento em que o Primeiro Leitor passou a ler o segundo hino do dia. Tratava-se de um hino cujo poema original em inglês fora escrito pela Sr.a Eddy, o qual se intitula “O Amor” 5
Na medida em que as palavras eram lidas de púlpito, elas íam se transformando diante de meus olhos em vívidas cenas de afeto, proteção, regozijo, paz e união. Era como se eu estivesse assistindo a um ballet de harmonia, suavidade e bondade, mas não apenas como espectador, e sim como espectador e participante.
A princípio senti-me unida a toda a congregação. Já não havia ali amigos e conhecidos, e desconhecidos. Era como se todos nós fôssemos um só, em perfeita união. Depois um sentimento mais elevado, mais sublime, se apossou de meu pensamento. Aquele sentimento de união entre os homens se transformara em um sentimento de comunhão com Deus. Havia uma só Mente, Deus, e eu não estava separada dessa Mente. Não havia sensação material, mas somente a presença de Deus, o Amor divino, a manifestar-se, e a idéia espiritual, o homem, em perfeita harmonia com a Mente, o Espírito.
Eu havia tido um momento de comunhão com Deus, e estava curada. O ressentimento que eu antes abrigara, a inquietação e a dor que me vinham importunando, haviam  desaparecido por completo.
O modo como essa experiência toda se desenrolou traz ao meu pensamento estas palavras da Primeira Epístola de João: “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus, e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.” 6
Primeiro me fora preciso reconciliar-me com os homens. Só depois é que a unificação com Deus tivera lugar, e ela trouxe consigo uma cura completa.

1 Hinário da Ciência Cristã, n° 1; 2 Ciência e Saúde, p. 32; 3 ibid., p. 35; 4 ibid., p. 19; 5 Hinário, n° 30; 6 1 João 4:7, 8.


Fonte: revista “O Arauto da Ciência Cristã”edição de outubro de 1975. The Christian Science Publishing Society - © 2013, todos os direitos reservados.


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Sobre Comunhão, neste blog, acesse:  COMUNHÃO TOTAL   EUCARISTIA .

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