terça-feira, 28 de janeiro de 2014

O TRIUNFO DO PODER ESPIRITUAL

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O triunfo do poder espiritual

 

George Zucker

 

Vivemos em um mundo em que as coisas podem ser pequenas demais para serem vistas, numerosas demais para serem contadas e estar longe demais para serem medidas. Preocupamo-nos com os trilhões de dólares em déficits orçamentais. Deslumbramo-nos com as fotos que o telescópio Hubble tirou do espaço sideral, de um universo que brilha com biliões de estrelas e planetas a anos-luz de distância. [Imagem: Hubble visto de dentro do ônibus espacial Atlantis]

                                                                     hubble-2_Hubble visto de dentro do ônibus espacial Atlantis - Cópia

 

Não podemos compreender plenamente tal imensidade. Entretanto, sabemos que Deus, que criou tudo e enche todo o espaço, é magnificado por essa vastidão. Somos consolados pela promessa da Bíblia de que Deus conhece cada fio de cabelo da nossa cabeça, controla o voo de cada pardal e derrama bênçãos sobre nós em um número muito maior do que os grãos de areia ver Mateus 10:29,30.

As curas inumeráveis realizadas por Eddy, e as realizadas por seus seguidores, comprovam que a oração inspirada por Deus pode vencer até mesmo os maiores desafios.

Tal como o Salmista, orando maravilhado diante do reino celestial de Deus, perguntamos: “Que é o homem, que dele te lembres”? Salmos 8:4. Homens e mulheres sempre ficaram boquiabertos diante do incompreensível. Imaginem a admiração que o homem primitivo sentia ao contemplar o esplendor do firmamento estrelado. Para compreender a imensidão do mundo, nossos antepassados inventaram um mundo fantástico, repleto de espíritos bons e maus.

A mitologia grega representou deuses imortais brincando com o homem mortal para sua própria diversão; uma raça gigante de Titãs que culparam Pandora, a primeira mulher mortal, por ter aberto uma caixa proibida que infestou o mundo com todo tipo de dificuldades. A literatura clássica vê o homem como uma vítima infeliz do destino, com pouco ou nenhum poder sobre sua própria sorte na vida. O grande poema épico de Homero, a Ilíada, cantava: “Os imortais não têm nenhuma preocupação, porém o destino que eles engendram para o homem é cheio de tristeza”.

Também na peça “Sonho de uma Noite de Verão”, de Shakespeare, somos tentados a concordar com o personagem Puck, quando olha para baixo e declara: “Senhor, mas que tolos são esses mortais”!

Alguns incluíram entre os tolos Mary Baker Eddy, uma escritora e teóloga do século XIX que fundou a Ciência Cristã. Ela foi ridicularizada como uma pregadora da apostasia, quando as mulheres de sua época não podiam sequer votar, muito menos fundar uma religião tão oposta às crenças convencionais.

Eddy ensinava que Deus criou o homem semelhante a Ele, puramente espiritual e eterno como Ele mesmo, não como o produto de macacos ou do pó, nem de um mundo criado em seis dias, nem da evolução Darwiniana ao longo dos milênios. Em sua principal obra, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Eddy escreveu:

“A descrição do homem como puramente físico, ou ao mesmo tempo material e espiritual - mas em ambos os casos dependente do seu organismo físico - é a caixa de Pandora, da qual saíram todos os males, especialmente o desespero”  p. 170.

Eddy, a Descobridora da Ciência do Cristo, ensinou que a alegoria de Adão e Eva não era a verdade com relação à nossa origem real como ideias espirituais, assim como a história de Pandora não era a realidade a respeito da desgraça humana.

Os ensinamentos de Eddy estavam fundamentados no primeiro capítulo do Gênesis, o qual declara que homens e mulheres, criados à imagem e semelhança de Deus, são ideias espirituais e perfeitas, não constituídas de sangue e ossos e, portanto, não poderiam ser menos do que seu Criador, uma vez que não existe nenhum Deus imperfeito que possam refletir.

As curas inumeráveis realizadas por Eddy, e as realizadas por seus seguidores, comprovam que a oração inspirada por Deus pode vencer até mesmo os maiores desafios. Anos mais tarde, quando um de seus alunos perguntou como ele poderia aprender a curar como ela o fazia, Eddy respondeu:

“Quando tu acreditares naquilo que dizes. Eu acredito em cada declaração que faço a respeito da Verdade”  Robert Warneck e Yvonne von Fettweis, “Mary Baker Eddy, Uma Vida Dedicada à Cura, [Edição Ampliada]” p. 101.

O cristianismo foi fundamentado sobre o domínio que Jesus tinha sobre todos os males, incluindo a morte. Entretanto, o Salvador nunca reivindicava nenhum poder pessoal além daquele que todos nós desfrutamos como filhos de Deus. Jesus disse aos seus discípulos:

“Se tiverdes fé e não duvidardes... se a este monte disserdes: Ergue-te e lança-te no mar, tal sucederá; e tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis”  Mateus 21:21, 22.

O mundo da matéria talvez pareça vasto, mas Deus é maior. Nada é difícil demais para Deus ou, por reflexo, para Seus filhos. Com fé e compreensão sobre Deus, todos podemos ter a expectativa de nos maravilharmos diante do triunfo do poder espiritual sobre as condições materiais.

Fonte: The Christian Science Monitor [ www.csmonitor.com ], 02 de maio de 2013.

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domingo, 19 de janeiro de 2014

A VIDA APÓS A MORTE: QUE DIFERENÇA FAZ?

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A vida após a morte: que diferença faz?

 

Michael D. Rissler

 

Os pontos de vista teológicos mudam. A preocupação com a eternidade, especialmente quando associada a um céu ou a um inferno longínquo, é, muitas vezes, minimizada diante dos incríveis prazeres e castigos terrenos.

Entretanto, homens e mulheres estão profundamente influenciados por sua concepção de vida eterna. O ideal de justiça e as considerações sobre o caráter e as decisões da nossa própria vida ainda estão no âmago de nossa luta por um mundo melhor.

Se a vida pudesse ser manipulada de tal modo que o céu e o inferno se tornassem meramente uma reação adiada para atos e omissões terrenas, então, bem poderia ser que consignássemos a preocupação com a vida após a morte para a obscuridade e deixássemos que "as coisas seguissem sua ordem natural".

Porém, se chegarmos a perceber que a vida sobrevive e excede as limitações da matéria, então, começamos a sentir espiritualmente um pouco da natureza divina da Vida, ou Deus. É essa Vida que sustenta a verdadeira habilidade para pensar, amar e agir de modo corajoso. Entender que a Vida divina, nossa Vida verdadeira, não finda, abre nosso pensamento à força espiritual que, antes de mais nada, solapa e finalmente vence o mal.

Certamente podemos ver esse poder em ação nos anais de Cristo Jesus. A Vida divina preservou a vida de Jesus, mesmo quando foi muito odiado e atacado. E a Vida divina deu-lhe poder para curar, até mesmo quando a doença parecia incontestável. Essa Vida divina deve tornar-se reconhecível e exequível para nós, aqui e agora, do contrário não percebemos a realidade divina que é a fonte desse poder. [Ilustração: A incredulidade de Tomé - Caravaggio]

Caravaggio_-_The_Incredulity_of_Saint_Thomas_Cópia                                                                                               

 

Uma epístola de João nos diz: "Deus é amor." Ele é também Vida. Deus é Vida onipresente. A totalidade de Deus é o que dá substância e valor à nossa vida. A Bíblia fala do homem como descendente de Deus, Sua imagem e semelhança espiritual.

No momento em que começamos a sentir a inerência e a premência dessa verdade, algo que já não pode ser impedido, começa a ocorrer em nossa vida diária. Nossa existência torna-se menos finita, nossa visão, menos limitada e, conscientemente, começamos a entrar no reino dos céus, onde as leis divinas governam até mesmo o detalhe externo aparentemente inconsequente das experiências humanas.

Essa ação espiritual transforma-nos. Cristianiza o propósito de nossa vida e mostra que, em última análise, não estamos submersos na matéria, prisioneiros de uma lei brutal e material.

O Apóstolo Paulo foi radicalmente transformado quando irrompeu em seu pensamento a realidade de que Deus era sua Vida. Mais tarde, escreveu: "Transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus."

Essa era sua explicação metafísica para a nova vida que ele estava descobrindo em Cristo. Sua visão espiritual teve consequências práticas em suas atividades e decisões diárias. Disse ele: "O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros.... Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens.... Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem."

Os concisos vinte e um versículos do décimo segundo capítulo dessa carta aos cristãos de Roma são um compêndio sobre a vida eterna, ou seja, a vida após a morte, pois sustam os interesses mundanos aqui e agora.

Para o sentido espiritual, que testifica o valor eterno do homem como filho de Deus, a questão da vida após a morte está no centro de tudo. A forma como reagimos a essa questão configura nossa existência.

A fronteira finita da existência humana, chamada morte, que, para o sentido material, faz pressão para envolver tudo, como uma parede ameaçadora, pode ser transposta com a vida dedicada inteiramente a Deus, a Vida e o Amor divinos.

É a força espiritual dessa maneira de viver que sempre deu ao cristianismo vital a força para prevalecer diante da oposição e da materialidade, que termina em morte. Com essa transposição, surge a vida contida no Cristo, que cura a doença e vence o mal com o poder do bem que se estiver vivendo.

A Ciência do Cristo preserva o conhecimento de que a vida é eterna e que não pode ser destruída. Tal entendimento espiritual desenvolve a mentalidade espiritual que é atraída para as coisas de Deus, vida espiritualmente dedicada, amor altruísta, uma sede de maior compreensão espiritual, um desejo de curar e de servir ao sagrado propósito de Deus.

Ciência e Saúde, de autoria da Sra. Eddy, explica as consequências práticas decorrentes do apegar-se à vida imorredoura: "Um momento de consciência divina, ou compreensão espiritual da Vida e do Amor, é um antegozo da eternidade.”

Essa visão sublime, que se obtém e retém quando a Ciência do ser é compreendida, preencheria com a vida discernida espiritualmente o intervalo da morte, e o homem estaria na plena consciência de sua imortalidade e harmonia eternas, onde o pecado, a doença e a morte são desconhecidos". 1

Tal verdade faz alguma diferença, aqui e agora? Sim, torna os homens e as mulheres obreiros de Deus aliados da humanidade e revela nossa verdadeira natureza como Sua imagem espiritual, livre para expressar e sentir Sua bondade. Essa vida jamais morre, mas traz renovação de propósitos, de esperança e de saúde aqui na terra - agora.

1 Ciência e Saúde com Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy, p. 598

 

Fonte: O Arauto da Ciência Cristã, edição de abril de 1990, número 04, volume 40. The Christian Science Publishing Society, todos os direitos reservados. 

 

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quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

O SIGNIFICADO DE MANDELA PARA O FUTURO DA HUMANIDADE

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Mensagem para 2014



“Ninguém caminha sem aprender a caminhar,
sem aprender a fazer o caminho caminhando,
refazendo e retocando o sonho
pelo qual se pôs a caminhar”.


Paulo Freire

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“Ao vencedor, que guardar até o fim as minhas obras eu lhe darei a autoridade sobre as nações, [...]
assim como também eu recebi de meu Pai,
dar-lhe-ei a estrela da manhã”


Apocalipse 2: 26, 28

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O significado de Mandela para
o futuro da humanidade


Leonardo Boff

Instituto Humanitas Unisinos (IHU)


Nelson Mandela, com sua morte, mergulhou no inconsciente coletivo da humanidade para nunca mais sair de lá porque se transformou num arquétipo universal, do injustiçado que não guardou rancor, que soube perdoar, reconciliar polos antagônicos e nos transmitir uma inarredável esperança de que o ser humano ainda pode ter jeito.

Depois de passar 27 anos de reclusão e eleito presidente da África do Sul em 1994, se propôs e realizou o grande desafio de transformar uma sociedade estruturada na suprema injustiça do apartheid que desumanizava as grandes maiorias negras do pais condenando-as a não-pessoas, numa sociedade única, unida, sem discriminações, democrática e livre.



E o conseguiu ao escolher o caminho da virtude, do perdão e da reconciliação. Perdoar não é esquecer. As chagas estão ai, muitas delas ainda abertas. Perdoar é não permitir que a amargura e o espírito de vingança tenham a última palavra e determinem o rumo da vida. Perdoar é libertar as pessoas das amarras do passado, é virar a página e começar  a escrever outra a quatro mãos, de negros e de brancos.

A reconciliação só é possível e real quando há a admissão completa dos crimes  por parte de seus autores e o pleno conhecimento dos atos por parte das vítimas. A pena dos criminosos é a condenação moral diante de toda a sociedade. Uma solução dessas, seguramente originalíssima, pressupõe um conceito alheio à nossa cultura individualista: 

o Ubuntu que quer dizer: "eu só posso ser eu através de você e com você". Portanto, sem um laço permanente que liga todos com todos, a sociedade estará, como na nossa, sob risco de dilaceração e de conflitos sem fim.

Deverá figurar nos manuais escolares de todo mundo esta afirmação humaníssima de Mandela: 

"Eu lutei contra a dominação dos brancos e lutei contra a dominação dos negros. Eu cultivei a esperança do ideal de uma sociedade democrática e livre, na qual todas as pessoas vivem juntas e em harmonia e têm oportunidades iguais. É um ideal pelo qual eu espero viver e alcançar. Mas, se preciso for, é um ideal pelo qual estou disposto a morrer".



Por que a vida e a saga de Mandela funda uma esperança no futuro da humanidade e de nossa civilização? Porque chegamos ao núcleo central de uma conjunção de crises que pode ameaçar o nosso futuro como espécie humana.

Estamos em plena sexta grande extinção em massa. Cosmólogos (Brian Swimm) e biólogos (Edward Wilson) nos advertem que, a correrem as coisas como estão, chegaremos por volta do ano 2030 à culminância desse processo  devastador. Isso quer dizer que a crença persistente no mundo inteiro, também no Brasil, de que o crescimento econômico material nos deveria trazer desenvolvimento social, cultural e espiritual é uma ilusão. Estamos vivendo tempos de barbárie e  sem esperança.

Cito o insuspeito Samuel P. Huntington, antigo assessor do Pentágono e um analista perspicaz do processo de globalização no término de seu O choque de civilizações:

"A lei e a ordem são o primeiro pré-requisito da civilização; em grande parte no mundo elas parecem estar evaporando; numa base mundial, a civilização parece, em muitos aspectos, estar cedendo diante da barbárie, gerando a imagem de um fenômeno sem precedentes, uma Idade das Trevas mundial, que se abate sobre a Humanidade"(1997:409-410).

Acrescento a opinião do conhecido filósofo e cientista político Norberto Bobbio que,  como Mandela, acreditava nos direitos humanos e na democracia como valores para equacionar o problema da violência entre os Estados e para uma convivência pacífica. Em sua última entrevista declarou:

"não saberia dizer como será o Terceiro Milênio. Minhas certezas caem e somente um enorme ponto de interrogação agita a minha cabeça: será o milênio da guerra de extermínio ou o da concórdia entre os seres humanos? Não tenho condições de responder a esta indagação".

Face a estes cenários sombrios Mandela responderia seguramente, fundado em sua experiência política: sim, é possível que o ser humano se reconcilie consigo mesmo, que sobreponha sua dimensão de sapiens à aquela de demens e inaugure uma nova forma de estar juntos na mesma Casa.

Talvez valham as palavras de seu grande amigo, o arcebispo Desmond Tutu que coordenou o processo de Verdade e Reconciliação:

"Tendo encarado a besta do passado olho no olho, tendo pedido e recebido perdão e tendo feito  correções, viremos agora a página - não para esquecer esse passado, mas para não deixar que nos aprisione para sempre. Avancemos em direção a um futuro glorioso de uma nova sociedade em que as pessoas valham não em razão de irrelevâncias biológicas ou de outros estranhos atributos, mas porque são pessoas de valor infinito, criadas à imagem de Deus".

Essa lição de esperança nos deixa Mandela: nós ainda viveremos se sem discriminações concretizarmos de fato o Ubuntu.



Feliz 2014

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