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O IMPÉRIO BABILÔNICO
(612 - 538 a.C. - 2Rs 18-25; Jr 52, Lm)
1. Judá sob o domínio egípcio
Voltando da incursão contra a Assíria, o faraó Necao depõe o rei Joacaz e coloca em seu lugar Eliacim, mudando-lhe o nome para Joaquim. Desse modo, Judá se tornava vassalo do Egito, e o faraó garantia para si um aliado estratégico. Jeremias critica violentamente essa política pró-Egito, e Habacuc levanta a questão sobre essa interminável sucessão de dominações.
2. Fim do Reino de Judá
Em 605 a.C. Nabucodonosor, rei da Babilônia, derrota o exército egípcio em Carquêmis e torna Judá um estado vassalo. Joaquim paga tributo durante três anos, mas devido a uma derrota dos babilônios contra o Egito, o rei de Judá se alia novamente aos egípcios.
Em 598 a.C. Nabucodonosor entra em Jerusalém e mata Joaquim. O filho deste, Joaquin, é posto no trono. Mas após três meses, os babilônios conquistam Jerusalém, depõem Joaquim e, em seu lugar, colocam Matanias, mudando-lhe o nome para Sedecias. Acontece então a primeira deportação.
Entre os deportados estava o profeta Ezequiel. Instigado pelo partido pró-Egito, Sedecias tenta se livrar da Babilônia e cessa de pagar tributo.
Em 587 a.C. Nabucodonosor cerca Jerusalém durante um ano. A cidade vive uma situação desesperadora por causa da fome. Em julho de 586 a.C. Jerusálem é invadida. Sedecias tenta fugir, mas é preso, torturado e exilado na Babilônia. Um mês depois a cidade é incendiada, juntamente com o Templo. A população da cidade é levada para a Babilônia (segunda deportação). Na terra ficam apenas os camponeses, que forneciam gêneros “in natura” para os dominadores.
3. O exílio
Na Babilônia, os judeus deportados viviam em comunidades. De início tinham esperança de que o rei Joaquin voltasse ao trono, mas aos poucos foram se desligando da pátria e assimilando a cultura babilônica.
Os jardins suspensos da Babilônia, imaginados por Martin Heemskerck.
Nesse tempo temos a atividade do profeta Ezequiel, que procura refazer o ideal pátrio, projetando a reconstrução futura da cidade de Jerusalém e do Templo.
É no ambiente do exílio que surgem as sinagogas, na tentativa de preservar a identidade cultural do povo. Dentro deste clima, a escola deuteronômica, fundada no tempo de Josias, prossegue seus trabalhos, reeditando o Deuteronômio, publicando mais textos proféticos e organizando a grande história que abraça os livros de Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis.
Ao lado disso temos também uma grande atividade dos sacerdotes exilados, que prosseguirá no pós-exílio, procurando manter a identidade judaica através da elaboração legislativa e cultural.
Nem todos, porém, foram levados para a Babilônia. Muitos fugiram para o Egito e se fixaram provavelmente na cidade de Elefantina, para onde foi levado o profeta Jeremias.
4. Decadência da Babilônia
A decadência da Babilônia começou com a ascenção de Nabônides ao poder. De origem discutida, esse rei quis substituir Marduc, deus principal dos babilônios, pelo deus da Lua, e centralizou o culto na capital. Essa atitude provocou frustração e revolta entre os Babilônios. Abônides se retira da capital e vai viver em Tema, na Arábia, por dez anos, deixando Baltazar seu filho, como governador da Babilônia.
Sítio arqueológico da cidade da Babilônia (Wikipédia)
5. Fim do Império Babilônico
É nessa época que Ciro consegue unir os reinos da Pérsia e da Média e começa a avançar para o ocidente. Um profeta desconhecido, chamado Segundo-Isaías (Is 40-55), celebra no avanço de Ciro a libertação dos exilados, cantando a volta para a pátria como um novo êxodo.
Em 539 a. C. Ciro entra na Babilônia, aclamado pela própria população, e se torna “rei da Babilônia e reis dos países”. Termina, assim, o domínio babilônico no Oriente Médio, que durou aproximadamente um século.
6. Bibliografia
BRIGHT, J., História de Israel, pp. 436-487.
CAZELLES, H., História política de Israel, pp. 187-210.
HARRINGTON, W. J., Chaves para a Bíblia, pp. 131-137.
Fonte: Guia de leitura dos Mapas da Bíblia, Euclides Martins Balancin, Ivo Storniolo e José Bortolini – São Paulo: Paulus, 2002.
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DANIEL
Daniel (heb., juiz de Deus; isto é aquele que julga em nome de Deus), cerca de 603 a 534 a.C., em Ezequiel, juntamente com os nomes de Noé e Jó, menciona-se o de Daniel como modelo de sabedoria e justiça (Ez 14:20 e 28:3).
O livro de Daniel afirma que, durante o cativeiro babilônico, ele ocupava uma posição de responsabilidade nas cortes de Nabucodonosor, Dario e Ciro, apesar de todas as tramas de seus rivais. O livro foi escrito, em parte, no hebraico e, em parte no aramaico e coloca-se, tanto na nossa Bíblia como também na LXX e na Vulgata, depois do livro de Ezequiel; enquanto no Cânone Hebraico, não aparece entre os profetas mas nos Hagióprafo.
A primeira parte é uma narrativa e a segunda consiste de visões apocalípticas dos impérios dos babilônios, dos medos, dos persas e dos gregos, sucedidos pelo reino do povo do altíssimo.
Muitos críticos opinam que o livro, na sua forma atual, pertence ao período da perseguição de Antíoco Epifânio, cerca de 167-165 a.C.. Entretanto, a matéria da narrativa é duma era mais remota, e muitos detalhes tem sido confirmados de modo notável, pela evidência de monumentos recentemente descobertos.
Fonte: Conciso Dicionário Bíblico, D. Ana e Dr. S. L. Watson, 12ª Edição, 1983, Imprensa Bíblica Brasileira.
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