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Chegada a Belém, original pintado com a boca por Francis Camilleri
“A estrela de Belém é a estrela de todas as épocas, a luz do Amor [...].”
Mary Baker Eddy
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Reis Magos ontem e hoje
Leonardo Boff
No Segundo Testamento1 há duas versões do
nascimento de Jesus. Uma do evangelho de Lucas que culmina com a adoração dos
pastores. A outra, do evangelho de Mateus, que se concentra na adoração dos
três reis magos. A lição é: judeus e pagãos, cada um a seu modo, encontram
Jesus.
A estrela-guia, original pintado com a boca
por Michael Vassalo
A estrela-guia, original pintado com a boca
por Michael Vassalo
As Escrituras judaico-cristãs deixam claro que Deus não se revelou apenas aos judeus. Antes de surgir o povo de Israel com Abraão, revelou-se a Enoque, a Noé, a Melquisedeque, depois a Balaão e ao rei Ciro. Os reis magos pertencem a este grupo. Quem eram eles?
Eram astrólogos vindos provavelmente da Babilônia.
Naquele tempo astronomia e astrologia caminhavam juntas. Certo dia, estes
sábios descobriram uma estranha conjunção de Júpiter com Saturno que os
aproximou de tal forma que pareciam uma única grande estrela, na constelação de
Peixes.
Desde o tempo de Kepler (+1630) os cálculos
astronômicos mostraram efetivamente que no ano 6 antes de Cristo (data do
nascimento de Cristo pelo calendário corrigido) ocorreu tal conjunção. Para os
sábios, este fato possuía grande significação. Júpiter, na leitura astronômica
da época, era o símbolo do Senhor do mundo.
Saturno era a estrela do povo judeu. E a
constelação de Peixes era o sinal do fim dos tempos. Os sábios babilônicos
assim interpretaram: no povo judeu (Saturno) nascerá o Senhor do mundo
(Júpiter) sinalizando o fim dos tempos (Peixes).
Então se puseram a caminho para prestar-lhe
homenagem. Sempre houve na história dos povos, pessoas simples ou sábios que se
puseram a caminho em busca de salvação, quer dizer, de uma totalidade
integradora. Deus foi a seu encontro nos seus modos de ser e de pensar.
Mas por que foram encontrar Jesus? Porque, segundo
a compreensão dos cristãos, Jesus é um princípio de ordem e de criação de uma
grande síntese humana, divina e cósmica. Quando dão o título de Cristo a Jesus
querem expressar esta convicção.
Esta síntese se encontra também em outras religiões
sob outros nomes: Sabedoria, Logos, Iluminação, Buda, Tao. Estes são os
"ungidos e consagrados" (significado de Cristo) para serem um centro atrator e unificador de tudo o que há no céu e na
terra. Mudam os nomes, mas o sentido é sempre o mesmo.
Nossa realidade, entretanto, é contraditória. É
feita de elementos sim-bólicos e dia-bólicos, de verdade e de falsidade, de
bondade e de maldade. Como podemos distinguir um do outro? Como criar uma ordem
superior que ultrapasse essas contradições? Precisamos de um Centro ordenador e
animador de uma síntese pessoal, social e também cósmica.
Os evangelistas usaram o fenômeno astronômico para
apresentar Jesus como aquele Senhor do Universo que vem sob a forma de uma
criança para unificar tudo. Essa Energia é divina mas não exclusiva. Ela se
expressa sob muitas formas históricas. Em Jesus, o Cristo, ganhou uma
concretização que mobilizou outras culturas com seus sábios vindos do Oriente.
Todos os caminhos levam a Deus e Deus visita os
seus em suas próprias histórias. Todos estão em busca daquela Energia que se
esconde no significado da palavra Cristo.
Esse encontro com a Estrela produz hoje, como
produziu ontem, alegria e sentimento de integração. Haverá sempre uma Estrela
no caminho de quem busca. Importa, pois, buscar com a mente sempre desperta aos
sinais como os reis magos.
1 Alguns usam o termo "O Segundo Testamento" no lugar de "O Novo Testamento" principalmente por respeito aos nossos irmãos que abraçam a religião judaica.
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“Reis Magos ontem e hoje” foi publicado para refletirmos sobre a importância do estudo
da Bíblia em seu contexto histórico, nas dimensões política, social, cultural e
econômica em que seus relatos foram escritos. Conforme recentes descobertas
sobre fatos nela registrados e a opinião de estudiosos do texto bíblico. Com o objetivo de alcançarmos o significado espiritual das Escrituras.
O texto não representa necessariamente a opinião deste blog ou do Movimento da
Ciência Cristã – A Primeira Igreja de Cristo Cientista, em Boston, ou qualquer
de suas filiais, sociedades ou grupos informais de estudos, existentes em
diferentes países do mundo.
LEIA: A
ESTRELA QUE GUIOU OS MAGOS, publicado em 24 de dezembro de 2012.
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