terça-feira, 21 de agosto de 2012

A CIÊNCIA CRISTÃ NA RÚSSIA

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São Petersburgo

 

A Ciência Cristã na Rússia

A cura espiritual na era stalinista

 

1901 - Leo Tolstoy acusa o recebimento do exemplar de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras de Mary Baker Eddy.

 1906 -  O marido de Lille  Wallich (Inglaterra) é contratado para trabalhar na Rússia.  

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1907 - Lille Wallich chega a São Petersburgo.

Saída do requinte da Inglaterra, Lillie Wallich, praticista da Ciência Cristã, foi ter a um país agitado por problemas políticos e sociais que desembocariam, por fim, na destituição do czar e na instauração da era comunista.

  Algumas semanas após sua chegada, a Sra. Wallich estava curando pessoas de tuberculose, convulsões, e problemas de negócios. Esse trabalho de cura atraiu um grupo dedicados de estudantes.

Alguns, a princípio, estavam tão inseguros e temerosos, pela total novidade da Ciência Cristã, e só assistiam aos cultos da soleira da porta do apartamento dela.  Entre eles havia pessoas que acabariam presas nos gulags, por fidelidade à nova religião.

1910  - Bicknell Young profere uma conferência da Ciência Cristã na sala do apartamento  da Sra. Wallich.

Bicknell Young com sua esposa, à direita, e uma mulher que pode ter sido sua secretária.

 

1911 - A Sala de Leitura da Ciência Cristã fica aberta das 16 às 18 horas.

25 de 0utubro de 1917 - Revolução bolchevique

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 Lenin

 

1918 - Em meio as mudanças que varriam a Rússia  Olga Alexandrovna Barteneva começa a estudar a Ciência Cristã, que lhe seria uma rocha e um esteio para enfrentar o ateísmo estatal e o terror stalinista.

29 de 0utubro de 1917O  grupo de estudantes de Ciência Cristã passa a ser reconhecido como Sociedade de Ciência Cristã.

A máquina de repressão  do governo soviético ainda não estava completamente   aparelhada, por isso mesmo em um clima de crescente opressão religiosa, o grupo de Cientistas Cristãos conseguiu se registrar junto às autoridades, em 1921, e manter legalmente cultos públicos até 1928.

Neste período, apesar das dificuldades para obter passaporte  Olga Alexandrovna Barteneva  conseguiu ir a Londres para obter instrução em Classe Primária (curso básico) de Ciência Cristã.

Berteneva, enfermeira diplomada e professora de línguas, exerceu diversos cargos na Sociedade de Ciência Cristã,  através dos anos: secretária, membro da diretoria, superintendente da Escola Dominical e Leitora.

31 de 0utubro de 1917 - A Sociedade de Ciência Cristã se dissolve.

Abril de 1923 - Nova lei exige que os grupos religiosos tenham 50 membros para serem reconhecidos.

1924 - Falecimento de Lenin. Stalin assume o Poder.

 

A cura espiritual na era stalinista    

“Quero que o mundo conheça Olga Barteneva” 

 

1924 -  A Igreja Mãe novamente reconhece a Sociedade de Ciência Cristã de  Leningrado (São Petersburgo).

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5 de abril de 1925 - A Sociedade abre uma Escola Dominical.

20 de novembro de 1925 -  Uma Cientista Cristã cede seu apartamento para que nele se realize cultos.

24 de julho de 1926 - As autoridades informam a Sociedade de que religião só se pode ensinar em casa.

1927 - Pequenos grupos estudam a Ciência Cristã em Moscou, Kiev e Vladivostock.

26 de março de 1928 - As autoridades fecham a Sociedade de Ciência Cristã, mas muitos continuam a reunir-se informalmente.

1º de novembro de 1928 - O governo confisca o apartamento onde a  Sociedade de Ciência Cristã realizava os cultos.

2 de novembro de 1928 - A Sociedade entra com recurso contra o confisco, através de Olga Alexandrovna Barteneva. 

13 de fevereiro de 1929 - A Sociedade de Ciência Cristã ainda existe e busca um local para se reunir. Documentos de seu próprio punho de Barteneva  mostram como foi  intrépido este grupo de Cientistas Cristãos.

Os Cientistas Cristãos obedeciam conscienciosamente às exigências das autoridades ao notificarem a realização de cada culto e todas as decisões tomadas nas reuniões de diretoria.

Neste período Barteneva também  negociou com os burocratas a permissão para receber, através da alfândega russa, um exemplar de cada periódico da Ciência Cristã.

Com isso, a Sociedade de Ciência Cristã na Rússia, forneceu as autoridades documentos, mantidos na KGB no “Arquivo Secreto” Nº   384”, que foram usados posteriormente para acusar de “espionagem” tanto Barteneva como os outros membros, por serem filiados a uma religião que tinha bases no exterior.

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Olga Alexandrovna Barteneva – foto de Tatyana Sokolava

 

“Olga Alexandrovna Barteneva

 não tinha medo de absolutamente nada”.

 

28 de março de 1929 - A Sociedade de Ciência de Ciência Cristã é forçada a fechar.

O grupo de Cientistas Cristãos é obrigado a se esconder e Barteneva enviada pelas autoridades para trabalhar em Moscou.  

30 de outubro de 1930 – Em Moscou, Olga Alexandrovna Barteneva é  capturada, acusada de espionagem,  depois de realizar um culto dominical com um punhado de Cientistas Cristãos. Foi sentenciada a dez anos no campo de concentração de Ukhta, no extremo norte da Rússia. 

20 de dezembro de 1940 - Olga Alexandrovna Barteneva  é mandada ao exílio dentro do território nacional na Bashkiria, na região dos Monte Urais, onde trabalhou como governanta na casa de um ministro do governo regional. Ali, através de uma cura, trouxe para a Ciência Cristã a esposa do ministro.

1943 - Como exilada, Barteneva não tinha permissão de viajar. Porém, muitas vezes ia secretamente a Moscou, onde conseguia literatura da Ciência Cristã contrabandeada.

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Numa dessas viagens conheceu Tatyana Sokolova, uma editora de música que sofria de tuberculose. Sokolova, que ficou impressionada pela atitude amorosa e destemida de Barteneva, foi mais tarde curada da tuberculose, através da Ciência Cristã.  

Acredita-se que Barteneva tenha sido a única Cientista Cristã, entre os que foram presos por “espionagem” no início dos anos 30, a sobreviver no gulag soviético.

 

15 de dezembro de 1956 -  Olga Alexandrovna Barteneva é reabilitada e regressa a Leningrado, onde designaram um quarto em um apartamento onde moravam mais oito famílias.

Depois disso, buscou estabelecer contato com a comunidade de Cientista Cristã do passado. Foi até o endereço onde, antes da revolução, funcionava a Sociedade de Ciência Cristã de Tallin, na Estônia. O zelador do prédio disse que uma Cientista Cristã de Vilnius, na Lituânia, também estivera lá com a mesma intenção e deixara seu endereço.

O contato de Vilnius, cidade mais próxima e mais aberta ao ocidente, ajudou Barteneva a receber mais literatura da Ciência Cristã.

Em Moscou, Barteneva se encontrava com Tatyana Sokolava e muitas vezes ia ao apartamento de Lina Prokofiev, esposa do falecido compositor Serguei Prokofiev. A Sra. Prokofiev era estudante da Ciência Cristã e aproveitava sua posição para a distribuição da literatura da Ciência Cristã contrabandeada.

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1961 - Publica-se a tradução russa de Ciência e Saúde com Chave das Escrituras de Mary Baker Eddy.

1963 - O concertista americano Malcolm Fraser  por ocasião de sua turnê de concertos pela União Soviética, juntamente com sua esposa  Morag Fraser encontram-se secretamente com Barteneva. Sobre este encontro, a senhora Fraser faz o seguinte comentário a respeito de Barteneva: “É preciso um senso de amor profundo, para se libertar de uma injustiça como essa, que sua cura extraordinária me impressiona até agora”.  

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Malcolm  e  Morag Frager

 

           1º de Maio, Praça Vermelha, Moscou, 1969

 

1974 - Em entrevista realizada em julho de 1997 Tatyana Sokolova com o rosto que se abria num sorriso, misto de humor e grato apreço,  conta que  as visitas secretas de Barteneva eram ocasiões de grande energia espiritual, nas quais as conversas   sobe teologia perigavam explodir em debates, ainda em meia voz. Coisas perigosas na era stalinista, em que as paredes tinham ouvidos e o ateísmo era a religião do estado.

O que mais impressionou aqueles que a conheceram antes de falecer, em 1974, foi o fato de que não guardava nenhum rancor por tudo o que havia passado.

Fragmentos da história de Barteneva, constantes dos arquivos d’A Igreja Mãe, ou colhidos de documentos recentemente obtidos dos arquivos da KGB, a polícia da época, bem como de conversas com aqueles que a conheceram, trazem detalhes  interessantes de sua odisseia espiritual.  

Os que conheceram Olga Alexandrovna Barteneva  em seus últimos anos, ficaram impressionados por seu notável  espírito de liberdade. Apesar de sua vista falhar e não obstante os entraves a prática da religião, ela viajava sozinha, literalmente atravessando o país até Moscou, numa missão da qual não se desviava.

As fichas da polícia secreta, relativa aos Cientistas Cristãos, dizem que ela era membro da antiga “nobreza”, filha de um general do exército czarista.

Por isso, ela havia recebido uma instrução (falava quatro idiomas) que lhe proporcionavam aquela confiança necessária para forçar e esticar os limites da burocracia do novo estado soviético, em benefício  dos direitos do grupo de Ciência Cristã.

Sokolova falou do amor profundo que Barteneva tinha pela Ciência Cristã  declarando com firmeza: Quero que o mundo conheça Olga Barteneva”.  

 

1990 - Inicia-se a irradiação do O Arauto da Ciência Cristã em russo, por ondas curtas. 

1996 - A Igreja Mãe reconhece a Sociedade de Ciência Cristã de São Petersburgo.

 

A  linha do tempo  sobre a Ciência Cristã na Rússia foi organizada a partir dos artigos  escritos por Clara Germani: “A primeira pioneira” “A cura espiritual na era stalinista”. Editados na revista  O Arauto da Ciência Cristã de novembro de 1998, volume 48, número 11 -  The Christian Science Publishing Society. Todos os direitos reservados.

 

Clara Germani foi correspondente do jornal Baltimore Sun de 1995 a 1997. Em 1998 era redatora de uma página do Christian Science Monitor, sendo correspondente desse jornal na América do Sul e em Washington, D.C.

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Gulag

Gulag (em russo: ГУЛаг de Главное управление исправительно-трудовых лагерей и колоний, translit: Glavnoye upravleniye ispravitelno-trudovykh lagerey i kolonij; em português: Administração Geral dos Campos de Trabalho Correcional e Colônias) era um sistema de campos de trabalho forçados para criminoso, presos políticos e qualquer cidadão em geral que se opusesse ao regime da União Soviética, sendo porém que a grande maioria era de preso político, no campo Gulag de Kengir, em junho de 1954, existiam 650 presos comuns e 5200 presos políticos.

Este sistema funcionou de 25 de abril de 1930 até 1960 foram aprisionadas milhões de pessoas, muitas delas vítimas das perseguições de Stalin, as consideradas "pessoas infames", para a chamada "Pátria Mãe" (a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), e que deveriam passar por "trabalhos forçados educacionais" e merecerem viver na chamada "Pátria Mãe".

O Gulag tornou-se um símbolo da repressão da ditadura de Stalin. Na verdade, as condições de trabalho nos campos eram bastante penosas e incluíam fome, frio, trabalho intensivo de características próprias da escravatura (por exemplo, horário de trabalho excessivo) e guardiões desumanos. Floresceram durante o regime chamados pelos historiadores de stalinistas da URSS, estendendo-se a regiões como a Sibéria e a Ucrânia, por exemplo, e destinavam-se, na verdade, a silenciar e torturar opositores ao regime.

Embora muitas vezes comparado aos campos de concentração nazistas, os motivos que presidiram à construção de ambos são bastante diferentes: para os gulags, as motivações eram tanto a punição por crimes comuns e não de guerra, como ideologias contrárias ao comunismo, delitos de opinião, roubo, estrupo, imoralidade, vadiagem, etc., como também aos adversários políticos do comunismo, enquanto para os campos de concentração a motivação era predominantemente racial (bastante controvertido entre os historiadores, pois o "racial" tinha conotação de ideologia.

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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image                            O Arauto da Ciência Cristã – edição russa.

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