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Reflexões sobre os festejos do Natal:
precisamos manter o foco
Marcia Machado da Luz
Recentemente assisti o filme “O Estranho Mundo de Jack” do cineasta Tim Burton. O filme relata a história de Jack Skelligton, o rei da Cidade do Halloween, que comanda o dia das bruxas.
Na história, após anos e anos de macabros eventos, Jack estava entediado e depressivo. Andando sem rumo, saiu de sua cidade e foi parar na Cidade do Natal. Lá ficou encantado com tudo o que viu e ouviu – as luzes, as cores, os presentes, os enfeites, os doces com sua beleza e perfumes, as canções natalinas e a alegria das pessoas. O rei do terror teve, então, uma idéia – iria pegar para si o Natal e faria uma grande e bela festa de Natal com a ajuda dos habitantes de sua cidade. Voltou para lá, convocou todo mundo para ajudar e os preparativos para o Natal começaram. Jack pesquisou sobre o Natal em livros, desmontou presentes para ver como eram por dentro e até mandou seqüestrar Papai Noel para tomar seu lugar.
Todos trabalhavam e se empenhavam, mas o resultado foi um grande desastre. Por não conhecerem o Natal, sua alegria, beleza e bondade, os habitantes transformaram tudo em um grande horror. Os presentes eram coisas horripilantes, as renas de Papai Noel eram esqueletos, o trenó um caixão. Com os pensamentos próprios do dia das Bruxas, o Natal saiu grotesco e os presentes distribuídos assustaram e até atacaram os presenteados.
Essa história mostra claramente que reproduzimos em nossas experiências aquilo que pensamos. Como só conheciam o que assusta e amedronta, os habitantes da Cidade das Bruxas não puderam fazer algo belo e agradável.
É muito importante cuidarmos de nossos pensamentos a fim de não reproduzirmos em nossas experiências o que não é bom. Mary Baker Eddy, no livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, refere-se a isso no seguinte trecho: “Todos nós somos escultores, que trabalhamos em formas variadas, modelando e cinzelando o pensamento. Qual é o modelo que está diante da mente mortal? Será a imperfeição, a alegria, a tristeza, o pecado, o sofrimento? Aceitaste o modelo mortal? Acaso o estás reproduzindo? Então és perseguido em teu trabalho por escultores viciosos e formas hediondas . Não ouves todo mundo falar do modelo imperfeito? O mundo põe-no diante de teus olhos. O resultado é que ficas propenso a seguir esses padrões inferiores, a limitar a obra de tua vida e a adotar na tua experiência o contorno anguloso e a deformidade dos modelos da matéria”. (p.248)
Isso fez pensar no Natal e como esta festa praticamente se transformou em um evento comercial. Não vejo nada de errado em presentear as pessoas que amamos, em recompensar aqueles que nos ajudaram durante o ano, em enfeitar nossas casas, reunir as pessoas amadas, mas fazê-lo e dizer que é a comemoração do nascimento de Jesus e colocar como figura central desta comemoração o Papai Noel, é um total equívoco.
Devemos ensinar nossas crianças, filhos, netos e alunos da escola dominical, a discernirem os fatos. Papai Noel, brinquedos, presentes, são tradições que com o passar do tempo foram tomando lugar do verdadeiro sentido do Natal. E se não mantivermos o pensamento correto, corremos o risco de perder a mensagem verdadeira do Natal.
Em um artigo intitulado: Natal para crianças (The First Church of Christ, Scientist and Miscellany - p. 261) a Sra. Eddy nos fala o seguinte: “Parece-me que amorosos pais e tutores de jovens muitas vezes perguntam: Como podemos alegrar o Natal das crianças e também beneficiá-las com isso? A sabedoria de seus responsáveis que procuram conhecer Deus parece amplamente preparada para isto, conforme o costume dos tempos e para suprir completamente a alegria juvenil. Deixem que isto continue assim, mas com uma exceção: não se deveria ensinar às crianças a acreditarem que Papai Noel tem algo a ver com esse passatempo. Um engano ou mentira nunca é sábio. Nunca se fará demais para bem proteger e guiar a germinação e o poder do pensamento infantil.”
O nascimento de Jesus, sua missão, seus ensinamentos e curas, devem ser relembrados e celebrados no Natal e os festejos devem expressar os motivos sinceros de amor, bondade, compaixão, paz e a espiritualidade inerentes ao Cristo. Caso contrário, reproduziremos algo grotesco, ditado pelo materialismo, cheio de motivos egoístas, ciúmes, invejas e ganância. E, tal como o Natal de Jack Skelligton, essa festa não preencherá seu objetivo. Em vez de trazer alegria e paz, trará insatisfação.
Todos que amam o Natal certamente estão atentos para ouvirem os anjos do Amor divino, que dirige os passos da humanidade rumo ao Cristo, que ficou tão evidente na vinda de Jesus.
Marcia Machado da Luz, CS - Praticista da Ciência Cristã
Fonte: Reflexões sobre os festejos do Natal: precisamos manter o foco foi publicado originalmente em http://www.cienciaesaude.com.br . Publicado neste blog em dezembro de 2012, juntamente com outro texto sobre o Natal . Republicamos hoje por continuar atual.
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GLOSSÁRIO de Ciência e Saude com a Chave das Escrituras de Mary Baker Eddy:
Anjos. Pensamentos de Deus que vêm ao homem; intuições espirituais, puras e perfeitas; a inspiração do bem, da pureza e da imortalidade, atuando contra todos o mal, toda a sensualidade e toda a mortalidade.
Cristo. A divina manifestação de Deus, que vem à carne para destruir o erro encarnado.
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