segunda-feira, 24 de setembro de 2012

SURA AL-FATIHA: oração diária dos mulçumanos.

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Um só Deus infinito, o bem, unifica homens e nações; constitui a fraternidade dos homens; põe fim às guerras; cumpre o preceito das Escrituras: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”[…].

Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras de   Mary Baker Eddy

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Sura Al-Fatiha:

oração diária dos mulçumanos

 

Um traço essencial de qualquer religião é o que se pode chamar de “divino”, ou, em outras palavras, uma realidade que é maior do que  o humano. A forma como esta realidade é definida no islamismo e a maneira como Deus é concebido e como seus devotos se aproximam dele nos dão um compreensão mais clara desta tradição.

De acordo com o islamismo, Deus, numa expressão de sua infinita misericórdia e preocupação com a humanidade, revelou no Alcorão (Quram) sua vontade e sua orientação sobre como viver no mundo – é neste texto sagrado que é tornada explícita sua aterradora presença: “Deus é aquele que erigiu os céus sem apoio, como se pode ver, e depois sentou-se em seu trono e sujeitou o sol e a lua à sua vontade. […] Ele regula todos os assuntos” (Sura 13: 2).

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    A primeira Sura do Alcorão

 

O islamismo  concebe Deus como aquela realidade da qual emanam todas as coisas. O termo para designar Deus no Alcorão é Alá (Allah), que significa, simplesmente, “o [único] deus” (al-ilah): “Deus atesta que não há deus senão ele, como o atestam os anjos e os que possuem conhecimento. Ele só age com justiça. Não há deus senão ele, o Todo-poderoso, o Todo sábio” (Sura 3:18).

A relação entre mulçumanos e Deus é animada por três princípios que derivam diretamente do Alcorão. O primeiro princípio, tawhid,   poderia ser traduzido simplesmente como “unidade de Deus”.

Segundo esta ideia islâmica central,   ele é absoluta e inevitavelmente Um, uma unidade perfeita, único em si mesmo. Mas uma tradução mais exata seria “afirmação da unidade divina”, o que engloba a responsabilidade crucial dos mulçumanos de impregnar sua fé (iman) e sua prática (islam) com sua crença na terrível justiça e unidade do divino. Assim, a tawhid (“unidade divina”) torna-se um chamamento a uma vida solícita e piedosa.  […]

Fonte: Conhecendo o Islamismo: origens, crenças, práticas, textos sagrados, lugares sagrados de Matthew Gordon, Editora Vozes, 2009.

 

A primeira Sura do Alcorão

A Sura Al-Fatiha "A Abertura" (em árabe: الفاتحة), é o primeiro capítulo do livro sagrado dos muçulmanos, o Alcorão. Seus sete versos são uma oração por orientação divina e um louvor ao senhorio e a misericórdia de Deus. Este capítulo tem um papel especial nas tradicionais orações diárias, por ser recitado no início de cada unidade de oração, ou rak'ah.  

 

Sura Al-Fatiha em Alfabeto Árabe

بسم الله الرحمن الرحيم
الحمد لله رب العالمين
الرحمن الرحيم
ملك يوم الدين
اياك نعبد واياك نستعين
اهدنا الصرط المستقيم
صراط الذين انعمت عليهم غير المغضوب عليهم ولا الضالين

 

Só o texto árabe original,  revelado ao profeta  Maomé, é chamado de Alcorão (Corão). As traduções em outros idiomas são tratadas pelos muçulmanos apenas como interpretações, porque não há certeza se o tradutor entendeu direito a Palavra de Deus.

 

Transliteração

Bismillāhi r-rahmāni r-rahīm
Al-hamdu li-llāhi rabbi l-ʿālamīn
Ar-rahmāni r-rahīm
Māliki yawmi d-dīn
Iyyāka naʿbudu wa iyyāka nastaʿīn
Ihdinās ṣirāṭ al-mustaqīm
Ṣirāṭ al-laḏīna anʿamta ʿalayhim ġayril maġdūbi ʿalayhim walā ḍ-ḍāllīn.
 
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

 

Dargah Dastageer Sahab, antiga mesquita de Caxemira - subcontinente indiano hoje dividida entre a Índia e o Paquistão.

 

A Sura Al-Fatiha em português

 

Em nome de Deus, o Misericordioso, o Compassivo,

Louvado seja Deus, o Senhor de todo o ser.

O Misericordioso, o Compassivo.

Soberano do dia do Juízo.

Somente a ti servimos,

Somente a ti imploramos ajuda.

Guia-nos no caminho reto.

O caminho daqueles que abeçoaste.

Não daqueles que desaprovas,

Nem daqueles que se extraviam.

 

Comentário

Declaração sucinta, a sura de abertura do Alcorão comunica ideias da tradição islâmica ”Senhor de todo ser (ou ‘dos mundos’)”, está acima do mundo e é totalmente distinto dele. Neste sentido, os atributos a Ele conferidos só podem dar uma ideia aproximada de suas qualidades de misericórdia, compaixão e poder criador. No entanto, por mais que esteja distante, Ele está sempre presente e atento, e assim a única resposta apropriada é o louvor e e adoração.

A sura deixa claro também que os seres humanos devem assumir a responsabilidade pelas opções a eles apresentadas. Podem optar por adorar a Deus ou, como diz a sura, permanecer “no caminho” e assim receber orientação divina, ou então podem aventurar-se para longe, seja por descuido ou por deliberada recusa a aceitar essa orientação.

Inúmeros versículos do Alcorão associam Deus à orientação que Ele proporciona e muitos insistem na imagem do caminho reto. Assim, essa imagem aparece em toda a literatura islâmica, tanto exegética como de outro tipo. Nas palavras do próprio Alcorão, o Caminho é a senda das trevas para a luz. Em outras passagens é descrito como o caminho pelo qual andarão todos os seres no dia da ressureição.

Neste caso, é descrito como uma ponte estreita como um fio de navalha, estendida sobre as chamas do inferno, que somente os justos podem ter esperança de atravessar sem cair nas profundezas.

A Surat al-Fatiha é comparada muitas vezes, tanto por seu conteúdo quanto pelo uso diário, com a Oração do Senhor (Pai-nosso) na tradição cristã. Texto curto, é facilmente memorizado na infância e depois recitado pelos mulçumanos em todas as fases da vida.      

Neste sentido, é uma das diversas fórmulas verbais e expressões – curtas ou longas – que pontuam a fala dos mulçumanos. Uma expressão comum é al-salamuallaykum ou “paz a ti”, saudação típica usada  apenas entre mulçumanos.

 

Fonte: Conhecendo o Islamismo: origens, crenças, práticas, textos sagrados, lugares sagrados de Matthew Gordon, Editora Vozes, 2009.

Matthew Gordon  é professor associado no Departamento de História da Miami University em Oxford, Ohio.

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