sábado, 29 de dezembro de 2012

ENCONTRO DE JOVENS DA CIÊNCIA CRISTÃ: BLUMENAU, 1992/1993

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MEMÓRIA:

 

Encontro de Jovens da Ciência Cristã

Encontro de Jovens CS_ Blumenau_Edésio Ferreira Filho_ 31

Blumenau- Santa Catarina, Brasil

 29 de dezembro de 1992  à  02 de janeiro de 1993

 

 

Tema:

“Alegra-te jovem, na tua mocidade, e recreie-se o teu coração nos dias de tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam ao teus olhos;  sabe,  porém, que  todas  estas  cousas,  Deus  te  pedirá  conta.

Afasta, pois do teu coração o desgosto e remove da tua carne a dor, porque a juventude e a primavera da vida são vaidade.”  Eclesiastes 11:9, 10

 

 

Comissão organizadora:

Encontro de Jovens CS_ Blumenau_Edésio Ferreira Filho_01

  Eduardo K. de Almeida, Charles Henry Muller, Charles Ringenberg   entre outros.

Evento organizado por jovens membros da Primeira Igreja de Cristo, Cientista de Blumenau, SC, Brasil. Iniciativa particular, não patrocinado pela Primeira Igreja de Cristo, Cientista, em Boston – MA, A Igreja Mãe.

 

Local:

 

Encontro de Jovens CS _ Blumenau 1992_1993 -RODEIO SC_ Brasil

Encontro de Jovens CS _ Blumenau 1992_1993 I

 

Hotel:

Encontro de Jovens CS _ Blumenau 1992_1993 III

 

Encontro de Jovens CS _ Blumenau 1992_1993 V

Encontro de Jovens CS _ Blumenau 1992_1993 - II

Encontro de Jovens CS _ Blumenau 1992_1993  IV

 

Encontro de Jovens CS_ Blumenau_Edésio Ferreira Filho_ 17

Encontro de Jovens CS_ Blumenau_Edésio Ferreira Filho_ 16

 

 

Programação:

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 Blumenau, SC – Brasil.

Encontro de Jovens CS_ Blumenau_Edésio Ferreira Filho_01 (2)

Participantes   visitam o centro de Blumenau

 

Dia 29 de dezembro

08h: Recepção aos participantes e saída da rodoviária de   Blumenau

09h: Chegada e Rodeio, SC

09h às 10h: Acomodação e Reconhecimento

10h às 12h: Boas vindas; Apresentações; Entrega de Materiais; Definição de Objetivos e Esclarecimentos Gerais.

12h às 13h:  Almoço

13h às 14h: Livre

Encontro de Jovens CS_ Blumenau_Edésio Ferreira Filho_ 19

 

14h às 15h30min: Leitura da Lição Sermão (Lição Bíblica)

15h30min às 16h: Livre

16h às 17h30min:  Palestra: “O que é Ciência Cristã” – Sra. Elda Alice M. Toccetto

BLOG_TEO LIBERT_ 01175

17h30min às 18h:  Lanche

18h às 19h:  Jogo em Grupo – Sra. Alessandra Colombini

19h às 20h: Vídeo Comentado

20h às 20h30min: Livre

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20h30min às 21h30min: Jantar

 

Dia 30 de dezembro

06h: Alvorada

06h às 07h: Arrumação

07h às 08h: Café

08h às 09h: Leitura da Lição Sermão

09h às 10h30min: Palestra: “Matrimônio” – Sra. Rita Klintwort de Almeida

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10h30min às 11h30min: Lançamento da Gincana Bíblica – Sr. M. Wilson de Almeida

11h30min às 12h: Livre

12h às 13h: Almoço

13h às 13h30min: Livre

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    Na foto acima, a direita,  o Professor Orlando Trentini   tenta subir a cachoeira.

 

13h30min: Saída para Blumenau

14h30min: Chegada em Blumenau

14h30min às 18h30min: Visita à Blumenau

 18h30min: Saída para a Igreja da Ciência Cristã de Blumenau

18h45min: Chegada à Igreja

18h45min às 21h: Recepção na Igreja – Organização para o serviço – Reunião de Testemunhos

Encontro de Jovens CS_ Blumenau_Edésio Ferreira Filho_06

 

21h: Volta para Rodeio

22h: Chegada em Rodeio: Livre

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Dia 31 de dezembro 

07h: Alvorada

07h às 07h30min: Arrumação

07h30min às 08h30min: Café da manhã

08h30min às 09h30min: Leitura da Lição Sermão

09h30min às 11h: Palestra: Mary Baker Eddy” – Sra. Alessandra Colombini, CS (hoje CSB)

12h30min às 13h: Almoço

16h30min às 18h: Palestra: “O Estudo da Lição Sermão” – Úrsula Dengler

18h30min às 19h30min: Vídeo comentado

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20h às 21h: Jantar

22h30min: Confraternização

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Dia 01 de janeiro

07h: Alvorada

07h às 07h30min: Arrumação

07h30min às 8h30min: Café da manhã

08h30min às 09h30min: Leitura da Lição Sermão

09h30min às 11h30min:  Palestra: “Religião e Cidadania” – Sr. Orlando Trentini, CSB

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12h às 13h: Almoço

13h às 17h: Passeio a Fazenda

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18h30min às 21h: Apresentação das Tarefas da Gincana Bíblica

21h às 22h: Jantar

 

Dia 02 de janeiro

07h: Alvorada

07h às 07h30min: Arrumação

07h30min às 08h30min: Café da manhã

08h30min às 09h30min: Leitura da Lição Sermão

09h30min às 11h: Palestra: “ Espiritualidade Versus Materialidade” – Orlando Trentini, CSB

11h às 12h30min: Avaliação Geral do Encontro

12h30min  às 13h30min: Almoço

13h30min às 14h30min: Livre – Arrumação das malas

14h30min às 16h: Resumo; Definição do local do próximo Encontro; Despedidas.

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16h: saída de Rodeio

17h: Chegada em  Blumenau

 

ATENÇÃO: as fotos utilizadas nesta postagem  foram “scaneadas” a partir de fotos impressas em papel. A ordem de apresentação das mesmas  pode não corresponder, corretamente,  com o dia e hora  da  atividade ilustrada.

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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

A ESTRELA QUE GUIOU OS MAGOS

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Bom Natal!

A estrela Guia_ original pintada com a boca_KYRIACOS KYRIACOU

“A estrela guia” – original pintado com a boca por Kyriacos Kyriacou 

 

“A estrela de Belém é a estrela de todas as épocas, a luz do Amor […].”

 Mary Baker Eddy

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A estrela que guiou os magos

 

Celebração do Natal

Não se conhece a data exata do começo da celebração do Natal. Costuma-se afirmar que o Papa Silvestre I (314-337) foi o primeiro a incentivar a celebração do Natal. Há textos que falam de comemoração do Natal no fim  do pontificado desse Papa, em 336. Parece ter sido o Papa Júlio I (341-352) quem tornou oficial essa festa. Como se pode perceber, tudo leva a crer que a celebração do Natal, surgida em Roma, logo se espalhou pelo mundo. Em Constantinopla, é celebrada pela primeira vez no ano 379; em Antioquia, em 388.

 

 Origem da festa de Natal

No hemisfério Norte, o inverno coincide com o nosso verão (dezembro a março). Aqui, no começo do verão (dezembro), temos os dias com mais horas de sol. Amanhece cedo e anoitece tarde.

No hemisfério Norte é o contrário sol amanhece tarde e escurece cedo. Eles tem, portanto, poucas horas de sol. Mas nos primeiros dias de inverno, o sol vai ganhando preciosos minutos de escuridão. É como se o sol chegasse à fraqueza extrema e começasse a recuperar o terreno perdido, conquistando mais tempo a cada dia.

Adoração do Menino_Domenico Ghirlandaio

Adoração do Menino de Domenico Ghirlandaio

 

Na Roma antiga celebrava-se essa “recuperação” do sol que vai vencendo aos poucos as trevas. Era a festa do Sol Invencível. Os cristãos “batizaram” essa festa, pois para ele o Sol que vence as trevas é o Senhor Jesus, que fez brilhar sua luz na noite escura, conforme relata Lucas 2:8-9.

“Naquela região havia pastores, que passavam a noite nos campos, tomando conta do rebanho. Um anjo do Senhor apareceu aos pastores; a glória do Senhor os envolveu em luz, e eles ficaram com muito medo.”

Eles se lembravam também que os profetas haviam anunciado o surgimento desse Sol. Por exemplo, Malaquias 3: 20a: “…para vocês que temem a Javé brilhará o sol da justiça, que cura com seus raios”. O próprio evangelho de Lucas proclama Jesus como luz: “Luz para iluminar as nações e glória do teu povo, Israel” (2:23).

Nessa data (25 de dezembro) celebra-se também a festa de uma divindade pagã, o deus Mitra.

                                          Escultura de Mitra e o touro no Museu Britânico

 

Era uma divindade dos persas, protetora dos soldados, introduzida posteriormente em Roma, antes do nascimento de Jesus. O culto ao deus Mitra tinha semelhança com a religião cristã, por exemplo, o batismo. Outros sacramentos cristãos tinham aspectos semelhantes nos rituais de Mitra. 

 

Jesus é visitado pelos magos?

Os evangelhos que narram o nascimento de Jesus são Mateus e Lucas (1-2). Lucas  é o mais rico em detalhes acerca do nascimento. Mateus (1-2) tem textos próprios, que naram acontecimentos posteriores ao nascimento, como a visita dos magos, a fuga para o Egito e o retorno da Sagrada Família, estabelecendo-se em Nazaré. [Sobre este tema  consulte o texto  “Natal” na postagem “Reflexões sobre os festejos do Natal” de 20 de dezembro de 2011, neste blog].

A caminho de Nazaré_ original pintado com a boca_ FRANCIS CAMILLERIA caminho de Nazaré: original pintado com a boca por FRANCIS CAMILLERI

 

O episódio dos Magos só se encontra no evangelho de Mateus (2:1-12). A tradição popular os classifica, como reis, diz que são três, lhes dá nomes - Baltazar,  Melquior e Gaspar, e diz que estariam sepultados (em Colônia, na Alemanha).

Na verdade, se existiam não eram magos, mas astrólogos, não eram reis nem três, e não se sabe onde foram enterrados. O número 3 foi deduzido dos presentes dados ao Menino: ouro incenso e mirra.

 

Durante a Idade Média começa a devoção dos Reis Magos (e que são "baptizados"), tendo as suas relíquias sido transladadas no séc. VI desde Constantinopla (Istambul) até Milão.   Em 1164, com os três já  serem venerados como santos, estas foram colocadas na catedral de Colônia, (Alemanha), onde ainda se encontram.

                           Relicário do Reis Magos – catedral de Colônia

 

Em várias partes do mundo, há festas e celebrações em honra aos Magos. Com o nome de Festa de Santos Reis  há importantes manifestações culturais e folclóricas no Brasil.

Devemos aos Magos a tradição de trocar presentes no Natal.  Dos seus presentes dos Magos surgiu essa tradição em celebração do nascimento de Jesus. Em diversos países, como por exemplo os de língua espanhola, a principal troca de presentes é feita não no Natal, mas no dia 6 de janeiro, e os pais muitas vezes se fantasiam de reis magos. No Brasil e em Portugal, o evento é conhecido como Dia de Reis ou Epifania. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. [ Leia mais em  “Festejos de Reis” postado  em 03 de janeiro de 2012]

 

Catedral de Colônia

Fotocromo da Catedral de Colônia, tirada em 1890, dez anos após sua conclusão
Fonte: Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos

 

Alguns especulam acerca da estrela, como se seu aparecimento fosse fato real. E chegam à conclusão de que a estrela pudesse ter sido a conjunção de Júpiter e Saturno (7 a.C.), ou de Júpiter e Vênus (6 a.C.). Real ou simbólica? Eis a questão.

Pode ter sido  histórico constatável, mas quando o episódio foi registrados a estrela vem carregada de fé e de simbolismo das comunidades ligadas a Mateus. [Amplie seus conhecimentos lendo  “As três gerações do Cristianismo primitivo” e “O Evangelho Segundo Mateus” da postagem  “Festejos de Reis”   de  03  de  janeiro de 2012]

 

De fato, podemos descobrir nesta história uma porção de citações do Antigo Testamento, que fazem do relato uma colcha de retalhos ou, como quer alguém, um álbum de fotos antigas.

Em primeiro lugar, deve-se ter presente que naquelas regiões, a descoberta ou surgimento de uma nova estrela significava o nascimento de um rei. Isso coincide com Números 24: 17 Eu o vejo, mas não é agora; eu o contemplo, mas não de perto: uma estrela avança de Jacó, um cetro se levanta de Israel…”.

O tema do cetro – bastão de  comando do rei – traz a recordação de Gênesis 49:10 “O cetro não se afastará de Judá, nem o bastão de comando do meio de seus pés, até que o tributo lhe seja trazido e os povos lhe obedeçam” (compare com 2 Samuel 7:14). É preciso recordar que Jesus nasceu em Belém de Judá.

A expressão “até que o tributo lhe seja trazido” lembra  os presentes trazidos pelos reis dos judeus, em sintonia com Salmos 72: 10-11, 15 “Que os reis de Társis e das ilhas lhe paguem tributos. Que todos os reis de Sabá e Seba lhe ofereçam seus dons. Que todos os reis se prostrem diante dele, e as nações todas o sirvam! …Que ele viva, e lhe tragam o ouro de Sabá! Que por ele orem continuamente, e o bendigam o dia todo!”.

A expressão “povos lhe obedeçam” faz pensar nos “magos”  que se prostram diante do Menino Rei, e recorda Isaías 49:23  “Os reis serão para você tutores e as princesas serão amas-de-leite. Com o rosto por terra, prestarão homenagem a você, lamberão a poeira de seus pés, e você ficará sabendo que eu sou Javé, aquele que nunca decepciona quem nele confia” .  Compare essa citação com a do Salmo 72:11.

Agora compare tudo isso com este texto que Isaías (60:1-6) dirigiu à cidade de Jerusalém:

 “Levante-se  Jerusalém, pois chegou a sua luz, a glória de Javé brilha sobre você.

Sim, a treva cobre a terra, névoas espessas envolvem os povos, mas sobre você brilha Javé, e sua glória a ilumina.

Sob a luz de você caminharão os povos, e os reis andarão ao brilho do seu esplendor. Lance um olhar em volta e observe: todos esses que aí se reúnem vieram procurá-la. Seus filhos vêm de longe, suas filhas vêm carregadas no colo.

Então, bastará ver, e seu rosto se iluminará, seu coração parecerá explodir de emoção, porque estarão trazendo tesouros de além-mar, estarão chegando a você as riquezas das nações.

Uma grande multidão de camelos a invade, camelos de Madiã e Efa; de Sabá vem todo mundo, ouro e incenso é o que eles trazem, e vêm anunciando os louvores de Javé”.

Além disso, não podemos esquecer o texto de Miqueias 5: 2-4a, acerca do lugar em que nasceria o Rei descendente de Davi:

“Mas você, Belém de Éfrata, tão pequena entre as principais cidades de Judá! É de você que sairá para mim aquele que há de ser o chefe de Israel!

A origem dele é antiga, desde tempos remotos.  Pois Deus os entrega só até que a mãe dê à luz, e o resto dos irmãos volte aos israelitas. 

De  pé, ele governará com a própria força de Javé, com a majestade do nome de Javé, seu Deus. E habitarão tranquilos, pois ele estenderá o seu poder até as extremidades da terra. Ele próprio será a paz”.

Sem a pretensão de esgotar o assunto, notemos o seguinte:  quando os “magos” entram na casa, veem primeiro o Menino, e depois sua mãe. Não se fala de José. O segundo livros dos Reis, ao apresentar os reis de Judá – antepassados de  Jesus conforme a genealogia de Mateus – os cita e apresenta sempre junto com a mãe. Isso não nos sugere algo? [Saiba mais lendo  “Quem visitou Jesus primeiro? Os pastores ou os magos?” e “Magos em Belém: culturas diferentes à busca de Deus (Mt 2:1-12)”,  postado em Festejos de Reis neste blog, no dia 03 de janeiro de 2012 ]

 Finalmente, é interessante comparar o comportamento dos “magos” – que não se deixaram enganar ou cooptar por Herodes –  como comportamento do profeta do Sul diante do rei do Norte, Jeroboão, em 1º Reis 13:1-10. [Conheça este contexto histórico em  “Joás rei de Judá: uma contextualização histórica e geográfica”, postado em 03 de setembro de 2012]

E então, não é melhor entender simbolicamente o episódio?

 

Fonte: o texto  foi escrito por José Bortolini, publicado pela  Editora Paulus,  no livreto  Advento e Natal: 54 perguntas e respostas sobre o ciclo do Natal, 5ª edição – 2010.

 Nota: A estrela que guiou os magos” não representa necessariamente a opinião deste blog ou do Movimento da Ciência Cristã (A Igreja Mãe em Boston ou qualquer de suas filiais, sociedades ou grupos informais de estudos, existentes em diferentes países do mundo), foi publicado para refletirmos sobre a importância do estudo da Bíblia no contexto histórico, nas dimensões política, social, cultural e econômica em que seus relatos foram escritos. Conforme recentes descobertas sobre fatos nela registrados e a opinião de estudiosos do texto bíblico, como objetivo de alcançarmos o significado espiritual das Escrituras.

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PARA REFLETIR:

O pastor vigilante avista os primeiros tênues clarões da aurora, antes de surgir a plena radiação do novo dia.

Foi assim que a pálida estrela brilhou aos pastores-profetas; e assim atravessou a noite e chegou onde na obscuridade do berço, estava o menino de Belém, o arauto humano do Cristo, a Verdade, que iria esclarecer à compreensão toldada o caminho da salvação por Cristo Jesus, até que, através da noite do erro, despontasse a aurora e brilhasse a estrela-d’alva da Ciência divina, que ilumina o caminho da harmonia eterna.

Os Magos foram levados a ver e a seguir essa estrela-d’alva da Ciência divina, que ilumina o caminho da harmonia eterna.”  CS vii: 2-12

 

“Guiados por uma estrela solitária através das trevas, os Magos de outrora predisseram o messianato da Verdade. Acredita-se porventura no sábio de hoje, quando ele avista a luz que anuncia a aurora eterna do Cristo e lhe descreve o fulgor?” CS 95: 25

CRISTO. A divina manifestação de Deus, que vem à carne para destruir o erro encarnado.” CS 583: 12-13 

 

“Aquele que estão instruídos em Ciência Cristã alcançaram a gloriosa percepção de que Deus é o único autor do homem. A Virgem-mãe concebeu essa ideia de Deus, e deu a seu ideal o nome de Jesus – isto é, Josué, ou Salvador.” CS 29 : 14

DEUS. O grande Eu Sou; Aquele que tudo sabe, que tudo vê, que é todo-atuante, todo-sábio, a tudo ama, e que é eterno; Princípio; Mente; Alma; Espírito; Vida; Verdade; Amor; toda a substância; inteligência. CS 587: 6-9

 

 

“Por ter Jesus nascido duma mulher, seu advento na carne participou até certo ponto das condições terrenas de Maria, embora Jesus fosse, em   medida ilimitada, dotado do Cristo, o Espírito Santo. …Se sua origem e seu nascimento tivessem sido inteiramente diferentes da norma dos mortais, Jesus não poderia ter sido percebido pela mente mortal como “o caminho”.” CS 30: 5-8, 11  CS = Ciência e Saúde com Chave das Escrituras de Mary Baker Eddy

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c c-cover

Cristo e o Natal, poema da reverenda Mary Baker Eddy [ autor ] e James F. Gilman [ ilustrador ]. Boston: Edward N. Pearson,1ª  Impressão 1893. 11 ilustrações. A Cruz e Coroa e assinatura da Sra. Eddy são marcas registradas do Conselho de Administração da Ciência Cristã.  7ª  Edição Revidada de 1906.

 

Cristo e o Natal 03_ 1897Cristo e o Natal 02_1897Poema Cristo e o Natal   [verso nº 01 - 7ª Edição Revidada de 1906 ] de Mary Baker Eddy, ilustração  Estrela da Belém de James F. Gilman.

 

“A estrela de Belém é a estrela de todas as épocas, a luz do Amor que batiza hoje a religião imaculada, a Ciência divina, dando-lhe um novo homem e a pedra branca como sinal de pureza e permanência.”  Escritos Misceláneos 320:29-32  [tradução livre do espanhol]  Mary Baker Eddy

 

 

Christ and  Christmas_Capa livo_1897

Estrela da Manhã, ilustração [James F. Gilman]  da capa do livro Cristo e o Natal de

 Mary Baker Eddy, edição de 1897.

 

“Ao que vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações […]  E dar-lhe-ei a estrela da manhã” Apocalipse 2: 26, 2

“Na Ciência divina, que é o selo da Divindade e leva a marca do céu, Deus se revela como luz infinita. Na Mente eterna não há noite. [Trevas dissipadas] CS 12: 1-3

CÉU. Harmonia; o reino do Espírito; governo pelo Princípio divino; espiritualidade; felicidade; a atmosfera da Alma. CS 587: 26

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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

BARTIMEU, O CEGO DE JERICÓ, DISCÍPULO MODELO PARA NÓS

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BARTIMEU, O CEGO DE JERICÓ, DISCÍPULO
 MODELO PARA TODOS NÓS

Marcos 10: 46-52
 


COMENTANDO

Finalmente, após longa travessia, chegam a Jericó, última parada antes da subida para Jerusalém. O cego Bartimeu está sentado à beira da estrada. Não pode participar da procissão que acompanha Jesus. Mas ele grita, invocando a ajuda de Jesus: "Filho de Davi! Tem dó de mim!" O grito do pobre incomoda.

Os que vão à procissão tentam abafá-lo. Mas "ele gritava mais ainda!" E Jesus, o que faz? Ele escuta o grito, para e manda chamá-lo! Os que queriam abafar o grito incômodo do pobre, agora, a pedido de Jesus, são obrigados a ajudar o pobre a chegar até Jesus.

Bartimeu larga tudo e vai até Jesus. Não tem muito. Apenas um manto. Mas era o que tinha para cobrir o seu corpo (cf. Ex 22,25-26). Era a sua segurança, o seu chão! Jesus pergunta: "O que você quer que eu faça?" Não basta gritar. Tem que saber por que grita! "Mestre, que eu possa ver novamente!" Bartimeu tinha invocado Jesus com ideias não inteiramente corretas, pois o título "Filho de Davi" não era muito bom.
milagro091Bartimeu


O próprio Jesus o tinha criticado (Mc 12,35-37). Mas Bartimeu teve mais fé em Jesus do que nas suas ideias sobre Jesus. Assinou em branco. Não fez exigências como Pedro. Soube entregar sua vida aceitando Jesus sem impor condições. Jesus lhe disse: "'Tua fé te curou!' No mesmo instante, o cego recuperou a vista". Largou tudo e seguiu Jesus no caminho para o Calvário (10,52).
 
 Sua cura é fruto da sua fé em Jesus (Mc 10,46-52). Curado, Bartimeu segue Jesus e sobe com ele para Jerusalém. Tornou-se discípulo modelo para Pedro e para todos os que queremos "seguir Jesus no caminho" em direção a Jerusalém: acreditar mais em Jesus do que nas nossas ideias sobre Jesus!

Nesta decisão de caminhar com Jesus estão a fonte da coragem e a semente da vitória sobre a cruz. Pois a cruz não é uma fatalidade, nem uma exigência de Deus. Ela é a consequência do compromisso assumido com Deus de servir aos irmãos e de recusar o privilégio.
 
ALARGANDO

A fé é uma força que transforma as pessoas

A Boa Nova do Reino anunciada por Jesus era como um fertilizante. Fazia crescer a semente da vida que estava escondida no povo, escondida como fogo em brasa debaixo das cinzas das observâncias sem vida. Jesus soprou nas cinzas e o fogo acendeu, o Reino desabrochou e o povo se alegrou. A condição era sempre a mesma: crer em Jesus.

A cura de Bartimeu (Mc 10,46-52) esclarece um aspecto muito importante da longa instrução de Jesus aos discípulos. Bartimeu tinha invocado Jesus com o título messiânico "Filho de Davi" (Mc 10,47). Jesus não gostava deste título (Mc 12,35-37). Porém, mesmo invocando Jesus com ideias não inteiramente corretas, Bartimeu teve fé e foi curado.

Diferentemente de Pedro (Mc 8,32-33), acreditou mais em Jesus do que nas ideias que tinha sobre Jesus. Converteu-se, largou tudo e seguiu Jesus no caminho para o Calvário (Mc 10,52). A compreensão plena do seguimento de Jesus não se obtém pela instrução teórica, mas sim pelo compromisso prático, caminhando com ele no caminho do serviço, desde a Galileia até Jerusalém.

Quem insiste em manter a ideia de Pedro, isto é, do Messias glorioso sem a cruz, nada vai entender de Jesus e nunca chegará a tomar a atitude do verdadeiro discípulo. Quem souber crer em Jesus e fazer a "entrega de si" (Mc 8,35), aceitar "ser o último" (Mc 9,35), "beber o cálice e carregar sua cruz" (Mc 10,38), este, como Bartimeu, mesmo tendo ideias não inteiramente corretas, conseguirá enxergar e "seguirá Jesus no caminho" (Mc 10,52). Nesta certeza de caminhar com Jesus estão a fonte da coragem e a semente da vitória sobre a cruz.

Fonte: Texto extraído do livro ''CAMINHANDO COM JESUS'' - Círculos Bíblicos do Evangelho de Marcos - Coleção A Palavra na Vida 184/185. CEBI Publicações.

Nota:   BARTIMEU, O CEGO DE JERICÓ, DISCÍPULO MODELO PARA TODOS NÓS não representa necessariamente a opinião deste blog ou do Movimento da Ciência Cristã (A Igreja Mãe em Boston ou qualquer de suas filiais, sociedades ou grupos informais de estudos, existentes em diferentes países do mundo), foi publicado para refletirmos sobre a importância do estudo da Bíblia no contexto histórico, nas dimensões política, social, cultural e econômica em que seus relatos foram escritos. Conforme recentes descobertas sobre fatos nela registrados e a opinião de estudiosos do texto bíblico, como objetivo de alcançarmos o significado espiritual das Escrituras.
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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

ELISEU SEGUE OS PASSOS DE ELIAS

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Eliseu segue os passos de Elias

 

 

O movimento de Elias

A adoção do culto cananeu e da incorporação da forma Cananéia de administrar o Estado de Israel,  pela dinastia de Amri trouxe, entre outras, duas consequências  para o povo:

- Apagou, aos poucos, a fé no Deus que quer vida e liberdade para seu povo;

- Aumentou a opressão  e a violência sobre o campesinato.

Contra este desmandos, levantou-se em Israel um imenso movimento profético, uma forte oposição dos círculos fiéis a YHWH. O profeta Elias foi líder dessa resistência. Sua ação em defesa dos pobres marcou profundamente a vida do povo em Israel. Possivelmente, as narrativas sobre Elias já tiveram uma primeira redação no final do século 9 a.C. Posteriormente, foram enriquecidos com acréscimo e inseridos na obra deuteronomista (Js, Jz, 1º e 2º Sm e 1ºe 2º Rs).

Podemos dividir os textos referentes a Elias da seguinte forma:

- 1Rs 17-18; 2Rs1: a defesa da fé do povo de YHWH;

- 1RS 19: a mística do êxodo reanima o profeta perseguido;

- 1Rs 21: a defesa do campesinato violentado e empobrecido;

- 2Rs 2: 1-8: a passagem da missão de Elias para Eliseu. 

 

“YHWH é Deus, YHWH é que é Deus!  [1Rs 18:39]

Antes de mais nada, leia 1Rs 17-18!

Você pode perceber que o início dessas narrativas que você leu (17:1) e o final (18: 41-46). A questão é: Qual é o Deus que envia a chuva? É Baal ou YHWH? Para Jezabel e seus profetas, Baal tem esse poder.

Para os círculos fiéis ao Deus do êxodo, YHWH é o doador também da chuva e da fertilidade do solo. Um século mais tarde, o profeta Oséias se mostra discípulo fiel de Elias nessa mesma luta (Os 2:10-11,17 – Almeida  2:8-9; 15).

Todas as narrativas populares sobre a ação de Elias em defesa da fé no Deus do êxodo contidas nesses dois capítulos indicam na mesma direção: “YHWH é Deus, YHWH é que é Deus!” (1Rs 18:39). O próprio nome de Elias, quer dizer “meu Deus é YHWH”, define o programa do profeta. Vamos por partes.

O episódio junto ao córrego de Carit (Almeida = Querite) mostra que é YHWH quem sustenta os seus fieis, tal como na caminhada do êxodo. E Ele e não Baal quem controla a chuva, provocando  seca(1Rs 17: 2-7).

 

Na narrativa sobre a fome da viúva de Serepta  e do seu filho aprofunda a mesma questão. Serepta está situada entre as cidades fenícias de Tiro e Sidônia. Como se acreditava, aquela região estava sob o domínio de Baal. Nem na região da sua influência ele foi capaz de fazer chover para acabar com a seca. E o interessante é notar que foi lá que YHWH, o Deus de Israel, exerceu seu poder, tornando-se solidário com os mais pobres na pessoa do profeta Elias. E na solidariedade dos pobres, no  pouco que tinham, o pão não faltou em suas mesas (1Rs 17:8-16).

A cena em que Elias fez a criança voltar à vida (1Rs 17:17-24) também reforça a ação de YHWH, diferentemente da dinastia de Amri que promoveu a morte(1Rs 21). Nessa prática de Elias, a viúva reconheceu nele um profeta, “um homem de Deus”.

1º Reis 18:1-46 nos mostra o confronto entre dois projetos: o que traz fome e o sofrimento ao povo e o que promove a partilha e recupera a sua vida. A dinastia de Amri adotava a religião e os costume fenícios. A corte de Samaria legitimava seus sistema de morte com a religião de Baal. Para matar no povo o desejo de liberdade, foi necessário banir a fé em YHWH.

 

mt-carmel-elijah

Por isso, [Elias] enfrenteou o poder político, especialmente naquilo que lhe dava sustentação ideológica, isto é, a religião de Baal. Dessa forma, contraria os interesses da corte. E não foi por acaso que Acab e a rainha Jezabel o perseguiram, matando muitos profetas de YHWH.

Em 18:12 se diz que o espírito de YHWH conduzia o profeta de forma imprevisível. Você pode ler ainda a respeito em 2Rs 2:11-12;16. Veja também em Ez 3:12;8:3; 11:1 e At 8:39! Ao assim se referir  aos profetas e ao diácono Filipe, os autores querem dizer que esses mensageiros de Deus estavam totalmente disponíveis para cumprir sua vontade. Onde quer que Ele os quisesse, eles estavam a seu serviço.

 

A mística do êxodo reanima o profeta perseguido

Por  desmascarar a prática idolátrica da corte de Samaria, a vida de Elias correu perigo da mesma forma como seus companheiros de profecia. para salvá-la, ele fugiu. Estava desanimado. Muitos profetas de YHWH já tinham sido mortos pelo mesmo motivo . Elias se sentiu só. Perdeu as referências e perdeu seus companheiros.

elijah_corvo                                         Elias é alimentado pelos corvos

 

Da mesma forma como Moisés se dirigiu ao monte Horeb (Ex 3:1), onde tomou consciência de sua missão libertadora junto aos hebreus no Egito (Ex 3:7-11), também Elias se dirigiu à montanha, à mesma gruta (Ex 33:22). Foi, portanto, beber da fonte em que Moises bebeu.

E essa fonte tem nome. Chama-se YHWH, aquele que está junto para libertar. É o Deus da Aliança, que quer uma sociedade justa solidária. Essa mística da profecia de ontem e de hoje. Não é assim também em sua vida?

Mas há algo de novo na experiência de Deus que Elias fez. Não foi mais nos sinais simbólicos tradicionais que o profeta percebeu a presença de Deus em sua vida.

Moisés fez referência à sua intimidade com Deus, dizendo que a ação de YHWH foi uma experiência marcante, como se passassem por sua vida um vento forte (Ex 14:21; 15:10; Nm 11:31, um terremoto (Ex 19:19) e um fogo ardente(Ex 32; 19:16, 18).

Elias não sentiu mais a presença de Deus nesses sinais. A razão provável é porque os teólogos do templo de Jerusalém, e possivelmente a corte real instalada em Samaria, apresenta o Deus da tradição com aquela linguagem. Em vez de fazer memória do Deus do êxodo para promover a liberdade, a dinastia de Davi domesticou a religião de YHWH para justificar o seu poder.

Elias fala de sua intimidade com Deus de um jeito novo (1Rs 19:12-13). Mas é o mesmo Deus que continua solidário com seus profetas e que renova sua vocação em crise. A forma é que é diferente.

Ainda hoje o mesmo Deus continua se revelando na vida e na história de diferentes e sempre renovadas formas.

 

Elias e a defesa do campesinato violentado

Antes de mais nada, leia 1Rs 21 e procure perceber:

- Os interesses do rei Acab, os seus planos em relação à terra do campesinato;

                                         O rei inveja a vinha de Nabot

 

- A posição de Nabot em relação à herança. Compare com Lv 25:23 e Nn 27:1-11; 36:1-12;

- A forma como a rainha Jezabel usou o poder régio para assassinar Nabot. Compare com o envolvimento Herodíades na morte de João Batista em Mc 6:17-29;

- A defesa que o profeta Elias faz de Nabot, bem como as ameaças que faz a Acab.

Como vimos acima, no caso de Nabot, o assassinato dele e o se deus filhos (2Rs 9:26), ilustra bem a relação entre Baal e a opressão. Aparentemente, o conflito entre os profetas de YHWH era uma disputa religiosa.

                                             Assassinato de Nabot

Mas, o fundo social do conflito entre YHWH e Baal era, na verdade, conflito por causa da terra do campesinato que era cobiçada pela corte e pelos amigos do rei.

 

Elias não estava sozinho

Você já leu que junto com Elias havia muitas pessoas que também profetizavam em nome de YHWH (1Rs 18:4). Em 1Rs 20:35ss, vocês podem acompanhar a ação de mais de um deles. Já no tempo do Profeta Samuel havia  comunidades proféticas.

elijah_corvo                                         Elias é alimentado pelos corvos

 

Havia também os profetas da corte que, para garantir seu ganha-pão profetizavam o que agradava ao rei, tornando-se coniventes com suas decisões.

Leia 1Rs 22:1-28 e perceba como entre esses profetas também havia os que se posicionavam de forma realista. Por isso, eram mal vistos na corte e sofriam perseguição. É o casa do profeta Miquéias (Almeida = Micaias), filho de Jemla, que apanhou de um colega profeta e foi preso a mando do rei Acab (1Rs 22:24-28). Os relatos do Livro de Miquéias se referem a outro profeta.

O profeta Eliseu também foi líder de uma comunidade de profetas. É o que você pode ler em 2Rs 2:1-18. Veja também 2Rs 4:1.30!  Eles podiam ser encontrados em Guilgal – 2Rs 2:1, Betel (2Rs 2:2-3), Jericó (2Rs 2:4-5.18), no Jordão (2Rs 2:6-7) e no monte Carmelo (2Rs 2:25).

 

Eliseu segue os passos de Elias

Antes de continuar seu estudo procure perceber como aparecem nas relações do profeta pessoas com fome, doentes , escravas, endividadas, especialmente mulheres e crianças.

Perceba também como há referências a situações do cotidiano, tais como: a casa, a comida, a água, utensílios de cozinha e instrumentos de trabalho, além é claro, do envolvimento do profeta na conspiração contra a dinastia de Amri [leia neste blog a postagem Joás rei de Judá: uma contextualização histórica e geográfica]

Possivelmente, as narrativas sobre Eliseu foram escritas no século 8 a.C. Como o ciclo de Elias, também as tradições sobre Eliseu foram escritas, com acréscimo, na obra deuteronomista.

Não deixe de ler:

▪ 1Rs 19: 19-21   vocação de Eliseu;

▪  2Rs 2-8 Eliseu e a luta pela vida cotidiana;

2Rs 9-10 apoio de Eliseu ao golpe que Jeú deu no rei Jorão;

2Rs 13:14-21 morte do profeta.  

 

Eliseu e suas comunidades proféticas continuaram a missão de Elias na defesa da fé do povo em YHWH e na luta contra os desmandos e as injustiças da estrutura monárquica.

Ao lançar sobre Eliseu o seu manto, Elias não só lhe transferiu sua missão, mas também adquiriu direito sobre ele, tornando-o participante de sua personalidade, uma vez que a roupa faz parte da pessoa (1Rs 19:19; 2Rs2:8-13-14. Veja casos semelhantes em 1Sm 18:4; 24:5-7!). O fato de Eliseu destruir seu arado e seu arado e seus bois confirma essa mudança em sua vida, pois significa sua renuncia à situação que vivia anteriormente (1Rs 19:20-21).

 

Da mesma forma como Elias, Eliseu também se ocupou com a vida cotidiana do povo e se envolveu profundamente na política. Acompanhe o quadro a seguir e veja como Eliseu está em continuidade e confirmação da ação profética dos oráculos de Elias.   

 

Passagem da missão e personalidade de Elias para Eliseu [Elias 1Rs 19:19 / Eliseu 2:8.14.19-22].

Ambos multiplicaram azeite  para viúvas [Elias 1Rs 17:14-16 / Eliseu 2Rs 4:1-7].

A intervenção de ambos trouxe água [Elias 1Rs 18:21-46 / Eliseu 2Rs 3:9-20].

Os dois fizeram meninos voltar à vida [Elias 1Rs 17:17-24 / 2Rs 4:18-37].

Ambos multiplicaram farinha/pão [Elias1Rs 17: 14-16/ Eliseu 2R 4: 42-44].

Elias criticou um rei de Israel que buscou sua cura num deus  estrangeiro [2Rs 1].

Eliseu curou um estrangeiro que buscou sua cura no Deus de Israel [2Rs 5:1-19].

Elias recebeu a missão de ungir Hazael, rei arameu Elias[1Rs 19:15 ]; mas foi Eliseu quem anunciou que Hazael seria rei [2Rs 8:11-13].

Elias recebeu a missão de ungir Jeú [1Rs 19:16]; mas foi Eliseu quem enviou seu discípulo para ungí-lo [2Rs 9:1-3].

Ambos conspiraram contra a dinastia de Amri e sua idolatria [1Rs 18:21 / Eliseu 2Rs 9 -10].

Ambos foram ameaçados de morte [Elias 19: 1-2 / Eliseu 2Rs 6: 31].

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Fonte: Uma introdução à Bíblia: Reino Dividido, organizado por Ildo Bohn Gass, CEBI - Editora Paulus, 4ª Edição, 2007.

Nota: Eliseu segue os passos de Elias  foi publicado para refletirmos sobre a importância do estudo da Bíblia no contexto histórico, nas dimensões política, social, cultural e econômica em que seus relatos foram escritos. Conforme recentes descobertas sobre fatos nela registrados e a opinião de estudiosos do texto bíblico, como objetivo de alcançarmos o significado espiritual das Escrituras.

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PARA REFLETIR:

Elias. Profecia; evidência espiritual oposta ao sentido material; a Ciência Cristã, pela qual se pode discernir o fato espiritual referente a tudo o que os sentidos materiais percebem; a base da imortalidade.

“De fato Elias virá e restaurará todas as coisas.” (Mateus 17:11.) CS 585: 9 

 Profeta. Um vidente espiritual; desaparecimento do sentido material ante a consciência dos fatos da verdade espiritual. CS 593:24

Milagre.  Aquilo que é divinamente natural, mas tem que ser apreendido humanamente; um fenômeno da Ciência. CS 591:23

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