sábado, 14 de setembro de 2013

A SUBSTÂNCIA EM CONTRASTE COM OS SÍMBOLOS.


________________________________________________________


Ao usarmos símbolos para transmitir conceitos espirituais é importante compreender que não há duas realidades ou substâncias — o símbolo material e a ideia espiritual — mas, apenas uma, a espiritual. Caso contrário, o uso de símbolos poderá conduzir-nos a concepções errôneas a respeito da verdadeira existência.
Por exemplo, ao usar símbolos da natureza para o ensino espiritual deve-se tomar cuidado para não conceder importância imerecida às coisas mundanas. Os pagãos adoradores do sol cometeram esse engano quando não lhes ocorreu olhar além do símbolo, e como consequência não viram a luz espiritual [...]. 

 Continue lendo para saber o que Lowell N. Cannon escreve para "O ARAUTO DA CIÊNCIA CRISTÃ"  sobre este tema.

_________________________________________________________



A substância em contraste com os símbolos


Lowell N. Cannon




No mundo de hoje as posses materiais e a realização humana são amplamente consideradas como sinal de sucesso. São, porém, esses fatores substância de per si? Para responder a essa pergunta precisamos em primeiro lugar compreender a natureza da verdadeira substância.
Compreendemos na Ciência Cristã que substância é aquilo que é indestrutível e eterno. Deus, o Espírito, é substância. A criação espiritual de Deus, o homem e o universo, reflete a substância de Deus, o bem.

A matéria, sendo o oposto ou a contrafação do Espírito, não tem parte em Deus ou em Sua manifestação. As coisas materiais, portanto, por mais importantes ou reais que pareçam ser, não constituem a verdadeira substância. Só é substancial aquilo que é espiritual.
A compreensão de que a substância é espiritual, ao invés de material, não impede o atendimento das necessidades humanas, mas auxilia-nos a satisfazê-las. Por trás de cada necessidade humana legítima há uma idéia espiritual correta, ou seja, a verdadeira substância daquilo que pensamos necessita.

Quando parece que necessitamos de mais dinheiro, de melhor saúde ou de novo emprego, podemos entender que nossa verdadeira necessidade é de maior compreensão a respeito de idéias espirituais. Então, como subproduto dessa compreensão, nossa necessidade humana encontrará sua solução. Disse Cristo Jesus: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino [o reino de Deus] e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas.” 1
Suponhamos que você ou eu necessitemos de moradia. Nossa necessidade primordial será a de compreender melhor o conceito espiritual de lar, que inclui qualidades como beleza, ordem, estabilidade, paz espiritual e amor abnegado.



À medida que permitirmos a essa verdadeira idéia de estabelecer-se em nosso pensamento e governar nossas ações, tal idéia encontrará naturalmente meios de se expressar em nossa vida sob a forma de um lugar adequado para morar, porque nossa experiência manifesta a qualidade de nosso pensamento.
Mesmo que o bem que de momento estejamos usufruindo, tal como saúde ou suprimento, pareça ter sido repentinamente subtraído de nós, não precisamos nos desesperar. A verdadeira substância não se encontra circunscrita a um símbolo material e, como conseqüência, não pode ser perdida, roubada, rompida, nem pode decair.
A expressão humana de alguma idéia vital talvez pareça ter sido destruída, mas a substância espiritual daquela idéia permanece intata na Mente. Compreender esse fato tem como resultado a restauração daquilo que parecia estar perdido, ou a compensação pela perda. O relato bíblico da história de Jó ilustra esse ponto.
Ao ver-se privado de saúde e de bens materiais, Jó procurou conhecer melhor a Deus. Sua busca resultou não só numa compreensão mais elevada de Deus, mas também numa recuperação total da saúde e do suprimento.
A Bíblia relata-nos que Deus lhe deu “o dobro de tudo o que antes possuíra”. Agora Jó tornara-se de fato um homem de bens substanciais. Possuía saúde, suprimento em abundância e, o que é mais importante, uma compreensão da substância que estava por trás desses sinais exteriorizados do amor de Deus. “Assim abençoou o Senhor o último estado de Jó mais do que o primeiro”.2
Embora sejam gratos por todas as expressões visíveis do bem, os Cientistas Cristãos reconhecem que tais símbolos apresentam apenas uma tênue idéia da verdadeira substância. A Sra. Eddy diz-nos: “Nosso mais elevado conceito do bem infinito nesta esfera mortal é apenas o sinal e o símbolo, não a substância do bem.3
Há outro tipo de símbolo que aponta para a realidade espiritual e que nos serve de degrau, conduzindo-nos a uma compreensão mais elevada da substância espiritual.
A Descobridora da Ciência Cristã achou esse último tipo de símbolo particularmente útil quando tentava transmitir verdades espirituais em termos humanamente compreensíveis. “O ensino espiritual”, escreve a Sra. Eddy, “sempre deve ser por meio de símbolos” 4.
Do começo ao fim as Escrituras estão repletas de linguagem simbólica. O Mestre, Cristo Jesus, muitas vezes ensinou por meio de parábolas e analogias, referindo-se a objetos da natureza com que todos estavam familiarizados, para descrever o reino dos céus.
Referências a rocha e areia, pastor e ovelhas, joio e trigo, semente e semeador, fermento e farinha, auxiliavam seus ouvintes a compreender a bondade e a permanência da substância espiritual bem como a insubstancialidade do materialismo e do mal.

Composição de uma supernova

Também a Sra. Eddy faz uso de símbolos da natureza para comunicar ensinamentos da Ciência divina. Refere-se, por exemplo, ao sol como o símbolo do governo da Alma. Algumas vezes usa a palavra “rocha” para indicar a estabilidade e permanência da Verdade. Fala, também, da esfera como representando a bondade da Mente infinita e a Vida eterna, sem começo nem fim.
Ao usarmos símbolos para transmitir conceitos espirituais é importante compreender que não há duas realidades ou substâncias — o símbolo material e a idéia espiritual — mas, apenas uma, a espiritual. Caso contrário, o uso de símbolos poderá conduzir-nos a concepções errôneas a respeito da verdadeira existência.
Por exemplo, ao usar símbolos da natureza para o ensino espiritual deve-se tomar cuidado para não conceder importância imerecida às coisas mundanas. Os pagãos adoradores do sol cometeram esse engano quando não lhes ocorreu olhar além do símbolo, e como consequência não viram a luz espiritual.
S. Paulo nos mostra a maneira cristã de não se absorver “nas cousas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas” 5.
A Ciência Cristã deixa claro que é a substância que está além do símbolo o que tem significado supremo. E à medida que nos elevarmos na compreensão do Espírito, os símbolos materiais naturalmente desvanecer-se-ão da vista até que finalmente seremos capazes de nos desfazer de tudo aquilo que é finito em favor da substância da Mente, indispensável e infinita, a única realidade.
 O poeta Whittier referia-se à natureza fugaz dos símbolos materiais e à eterna substância do Espírito, quando escreveu:


Falha a letra, caem os sistemas,

Todo símbolo fenece:
O Espírito a nos afagar,
Amor eterno, permanece.6


1 Mateus 6:33;  2 Jó 42:10, 12;  3 Unity of Good, p. 61;  4 Ciência e Saúde, p. 575; 5 2 Cor. 4:18;  6 Christian Science Hymnal, n°. 142.

Fonte: revistaO Arauto da Ciência Cristã”, edição de janeiro de 1980. The Christian Science Publishing Society, todos os direitos reservados. 

_______________________________________________