quarta-feira, 12 de junho de 2013

É A LUZ QUE DISSIPA AS SOMBRAS


"A revista O Arauto da Ciência Cristã tem se superado a cada mês em beleza e conteúdo. A qualidade dos artigos tem me agradado muito, principalmente os da edição do mês de maio de 2008, pois ensinam como aproveitar melhor o tempo, algo com o qual parece difícil de se lidar quando se está na terceira idade, como eu.
O artigo "É a luz que dissipa as sombras", de Ruth Elizabeth Jenks, aborda muito bem esse assunto e mostra que o tempo não passa de ilusão e de uma limitação que criamos para nós mesmos.
Esse artigo traz uma verdadeira lição que quebra as limitações impostas pela barreira do tempo, as quais parecem se tornar cada vez maiores com o avançar da idade.
Esse texto é maravilhoso e inspirador, pois me abriu a mente e me fortaleceu para combater  todo e qualquer  limite. Agradeço à equipe do Arauto pelo bom trabalho na elaboração da revista e por levar adiante a mensagem sanadora da Ciência Cristã.




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É a luz que dissipa as sombras

Ruth Elizabeth Jenk



O tempo parece desencadear-se naturalmente no escritório onde Betty Jenks  exerce sua prática de cura da Ciência Cristã, em Boston, EUA, à medida que o telefone toca e ela recebe chamados provenientes das vinte e quatro zonas meridionais, as quais dividem o tempo nas vinte e quatro horas do dia, ao redor do mundo. Algumas pessoas telefonam de lugares nos quais ainda  é ontem, outras de onde é hoje e outras de lugares onde já é amanhã.
O que é esse conceito ilusório, comumente conhecido como “daqui para ali?” Recentemente, o The Christian Science Journal publicou o que Betty Jenks pensa sobre algumas idéias  populares a respeito do passar das horas, dos dias, dos anos.
Sem perder tempo, ela considerou cientificamente cada um desses mitos.

Mito: O tempo é um fato da vida. Simplesmente temos de conviver com ele.
Pode ser. Mas, como vamos conviver com ele? Vamos começar com esta pergunta importante: O que é o tempo? Quando ele começa? Em que ele se fundamenta?
A forma pela qual registramos o tempo é através de calendários e relógios, todos com base em dias, anos, horas e minutos. O que dizer a respeito do dia? Uma ilusão. Qualquer coisa que se baseie em uma ilusão, pode ser real ou verdadeira?
A ilusão, naturalmente, é a de que o sol nasce e se põe, a cada 24 horas. Contudo, o sol não nasce nem se põe. O sol não se move, é a terra que faz isso.
Todavia, esse “movimento do sol” é como as primeiras civilizações começaram a marcar o tempo. Então, com o passar do tempo, o mundo aceitou essa estrutura arbitrária, como um modo eficiente de governar nossos dias.
Entretanto, se considerado como o fator governante em nossa vida, a ilusão da teoria de 'dia-e-noite’ nos faz sentir confinados e sujeitos a extremos, desde ao tédio e ao vazio, até a uma pressão dominadora. Mary Baker Eddy expôs esse conceito de tempo como algo a não ser ignorado.
Ao contrário, precisamos despertar para a necessidade de o tempo ser nosso servo ao invés de nosso dono. Ela escreveu: “A organização e o tempo nada têm a ver com a Vida” (Ciência e Saúde, p. 249).
Ela também nos oferece a definição espiritual de tempo  no Glossário de  Ciência e Saúde: “Medidas mortais; limites, dentro dos quais estão reunidos todos os atos, pensamentos, crenças, opiniões e conhecimentos humanos...” (p. 595). É essa ideia de estarmos limitados que nos submete à pressão, ao medo e à frustração.
Não somos vítimas de limitações. Pelo contrário, Ciência e Saúde explica: “Os objetos do tempo e dos sentidos desaparecem na iluminação da compreensão espiritual, e a Mente mede o tempo de acordo com o bem que se desdobra” (p. 584).
Ao adquirirmos uma perspectiva iluminada a respeito do tempo, como não tendo começo nem fim e, portanto, sem medidas, podemos de fato “conviver com ele” e transcendê-lo, mesmo sob essa assim chamada perspectiva limitada.

Mito: Considerar o tempo como irreal não é prático.
Na verdade, podemos ser muito mais práticos trabalhando no infinito! Se tentarmos ser organizados, estaremos conjeturando que isso levará 20 minutos, três dias ou dois anos. Se formos espiritualmente metódicos, estaremos ouvindo a Deus, e a ideia do que for necessário fazer virá naquele exato momento, de forma espontânea, pois se trata de revelação.
Aí pensamos: “Como foi que fiz isso”? Essa abordagem é muito mais poderosa do que a tradicional: “Começarei aqui e, possivelmente, terminarei ali”.
Considerar o tempo como uma ilusão é, de fato, a única abordagem prática para a vida. Essa compreensão realmente nos capacita a controlar nossos dias com um enfoque disciplinado. Percebemos a natureza ilusória de tentar manipular nossa experiência dentro de um período que fica delimitado entre a vida e a morte.
Dessa maneira, descobrimos que podemos nos libertar do mito que diz que começamos com o nascimento e imediatamente temos de tentar evitar a morte. A palavra mortalidade provém da raiz latina “mort”, que significa morte.
Contudo, como cristãos, na verdade compreendemos, por meio da Bíblia e pela ressurreição e ascensão de Jesus, que a vida é eterna e que, portanto, ela não existe na mortalidade. Tendo Deus como nossa única origem, a Vida é expressa em alegria, atividade, equilíbrio, controle, propósito.
Não existe nenhuma conjetura envolvida aqui. Quando compreendemos esses fatos espirituais, ficamos livres de dúvidas e medos, e não nos sentimos dependentes de situações negativas, que parecem estar além da nossa capacidade de fazer algo a respeito.
Portanto, quando o tempo é visto a partir dessa perspectiva espiritual, ele é um fato da vida com o qual podemos conviver.

Mito: Não há horas suficientes no dia.
Não há nenhuma dúvida de que, quando alguém tem de trabalhar 14, 15 horas por dia e depois ir para casa, preparar refeições e tomar conta de crianças, isso pode impor uma grande sensação de estresse, quase de injustiça.
O que podemos fazer a respeito? Em francês, a palavra retidāo é traduzida em uma única palavra: “justiça”. A Bíblia diz: “O efeito da justiça será paz, e o fruto da justiça, repouso e segurança, para sempre” (Isaías 32:17). Então, com esse conceito em mente, não pensaremos: “Ah, trabalhei 14 horas hoje e agora tenho de ir para casa para fazer isso e aquilo”.
Percebemos que podemos fazer do tempo um pequeno deus, curvamo-nos diante dele e o adoramos, como se disséssemos ao tempo: “você está contra mim e me ameaçando”. Tudo bem, talvez tenha sido um longo dia, mas não precisamos sofrer por causa disso.
Quando nunca temos tempo para nós mesmos ou mesmo para um descanso decente, precisamos compreender que todos os dias têm o mesmo número de horas; a diferença consiste no que fazemos com elas! É muito mais fácil nos livrar do fardo da “injustiça” e aceitar cada hora como completa, repleta de alegria, do necessário vigor e de gratidão.
Quando nos sentimos sobrecarregados com a falta de tempo, esse é o exato momento de desafiar o mito de sermos escravos de relógios e calendários.
Nosso direito inato é sermos os filhos de Deus, o Amor divino, e, quando começamos com essa premissa, provamos em nossa vida diária estas palavras de conforto de Mary Baker Eddy: “Por meio do Amor divino chegasse a um governo mais semelhante ao correto, o caminho fica claro, o progresso procede mais rapidamente, e alcança-se a alegria do consenso harmonioso” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo Cientista e Vários Escritos], p. 292).
Ora, esse é o verdadeiro uso para o tempo! Quando submetemos nossos dias ao governo de Deus, o caminho é delineado, o processo é abreviado e a alegria da realização está exatamente aqui.

Mito: A aposentadoria envolve tempo demais e propósito  de menos.
Os anos de aposentadoria talvez nos presenteiem com a antiga e venerável sugestão de que o corpo começa a diminuir a atividade ou mesmo a se deteriorar, e que nossas faculdades mentais também estão sujeitas a esse declínio. Dificilmente uma perspectiva feliz.
Tal expectativa invalida o pensamento ativo e nos deixa em um estado de autopiedade, de devaneios, de procrastinaçāo, de tédio, e tudo isso nos enche de medo e dúvida. Até mesmo começamos a achar que é hora de desistir. Por quê?
Tudo por causa da opinião mortal. Gosto da definição de opinião no Oxford English Dictionary [Dicionário Inglês de Oxford]. Ela diz, em parte: “uma crença suficientemente forte para causar impressão, mas não forte o suficiente para ser verdade”.
A impressão talvez possa ser forte, mas ela só se concretizará se consentirmos nela. Quando tinha 19 anos, dei meu consentimento às opiniões sobre envelhecimento, sem que me apercebesse. Foi um ano péssimo, porque todas as minhas amigas tinham ido para a faculdade, eu estava sem dinheiro e presa a um emprego sem perspectivas em uma fábrica.
Não via nenhum futuro, nenhuma esperança ou propósito, apenas uma vida solitária pela frente e carregada de autopiedade. Quando fiz vinte anos, várias idéias e oportunidades começaram a surgir inesperadamente. Daí em diante, sabia que havia superado e contestado esse momento de “velhice” e nunca mais tive de passar novamente por isso!
Essa experiência me ensinou que nem o tempo, nem a idade precisam ser um fator em nossa perspectiva. Ninguém pode negar que, quando estamos solitários, existe a tentação de nos sentirmos condenados por aquilo que parece ter nos separado dos amigos, da família ou de nossas atividades, ou então de sentir que não temos mais nenhum propósito.
Contudo, a maioria de nós pensa em encontrar um “propósito”, como sendo “uma razão para viver”. Isso é ridículo! Ter um propósito é se dedicar a uma constante descoberta de nosso desejo inato e contínuo de abençoar a nós mesmos, ao abençoarmos os outros.
Desde a mais tenra infância, a alegria de descobrir e desejar compartilhar essas descobertas com os outros é muito natural. Entretanto, ficamos entediados à medida que progredimos nessa assim chamada estrutura “tempo” e, freqüentemente, ficamos sensíveis a qualquer rejeição que signifique algum fracasso de nossa parte.
Preservar nossa expectativa e inocência infantil nos capacita a continuar em nosso propósito de compartilhar com os outros o bem que percebemos e sentimos. De fato, a aposentadoria deve ser um período de maturidade espiritual em nossa vida, o qual nos proporciona um sentido mais amplo de tranqüilidade e realização, que jamais conhecemos.
No entanto, como chegar a isso? Recebi um telefonema de uma senhora que não é Cientista Cristã, mas que é ávida leitora do jornal The Christian Science Monitor. Ela chegara àquela fase da vida, sobre a qual muito está sendo escrito. Ela faz parte da chamada geração dos “boomers” (pessoas nascidas no pós-guerra, entre 1945 e 1947), que agora enfrentam a aposentadoria.
Ela ligou para me contar como estava empolgada com o editorial que aparecera na edição daquele dia, chamando atenção a respeito do crescente interesse dos “boomers” em procurar abençoar os outros, e das inúmeros oportunidades que surgiam para isso. Ela estava muito inspirada e animada com um interesse renovado em não ceder nem desistir, mas, ao contrário, com um interesse em dar de si.
A cada dia, os noticiários nos proporcionam inúmeros motivos para que cada um de nós permaneça, em espírito de oração, conectado a toda a humanidade, a família de Deus. Esse propósito individual inclui compartilharmos o progresso, as realizações, as necessidades, as tristezas, as secas, as guerras, os sucessos econômicos e as derrotas de nossa família mundial. Aposentar-se? Do quê? Um novo começo está à mão, livre de todas as opiniões relativas ao tempo.

Quando nos sentimos sobrecarregados com a falta de tempo, esse é o exato momento de desafiar o mito de sermos escravos de relógios e calendários.

                    
Mito: Uma doença é mais difícil de curar, quando está se manifestando há muito tempo.
Os Cientistas Cristãos são modestos em suas pretensões, mas seguros de que a persistência e a constância têm sua recompensa. Mais cedo ou mais tarde, todos chegarão a compreender que “a paciência realiza sua obra perfeita” (Ciência e Saúde, p. 454).
Quando compreendermos que Deus é a fonte primária de poder, o tempo não terá nenhuma importância. Precisamos encontrar essa convicção e, para mim, é exatamente o que significa a palavra paciência. 
Se eu estiver preparando um bolo de carne e estiver faminta, eu o levo ao forno e penso: “Ah, mas estou com fome agora”. Contudo, se eu quiser tirá-lo do forno em dez minutos, hum, terei de comê-lo cru! Ter convicção é saber que, quando eu voltar à cozinha, em 45 minutos, a refeição estará pronta.
A expectativa de seu cozimento está lá porque a ideia já estava completa antes de eu ter colocado o bolo de carne no forno. Na verdade, o mesmo acontece com a cura física, isto é, a cura está completa antes de o indivíduo sequer começar a orar.
A ideia de esperar fica entranhada no conceito de tempo, em vez de no âmbito do pensamento. Entretanto, quando temos a liberdade em nosso pensamento, porque o próprio pensamento é por si mesmo livre e não pode ser limitado por nada, nos elevamos acima das restrições do conceito de tempo ou, até mesmo, da história.
Portanto, como podemos dizer: “Faz dois anos que tenho esta doença”. Como dois anos? A doença jamais continua, porque nunca começou. Uma vez que a doença é uma ilusão, ela não tem nenhuma substância real, é uma mentira. Tudo bem, você orou durante dois anos, contudo o problema não foi vencido.
As pessoas tendem a se sentir desafiadas por isso, mas que ótima oportunidade para uma oração constante para desafiar essa mentira! Quando somos crianças e vamos à escola, somos motivados a pensar, a descobrir.
Talvez vacilemos um pouco ao separar as respostas certas das erradas, mas, no momento em que percebemos que 2+2=4, nunca mais aceitaremos qualquer outra conclusão, porque provamos o que é verdadeiro.
O tempo nunca é um fator na cura, porque, em realidade, não existe nenhum passado e nenhum futuro. Isso é verdadeiro a despeito de como consideramos o conceito de tempo. Não podemos recuperar um único momento do passado e o amanhã está sempre fora do nosso alcance. Não podemos alcançá-lo antes que ele chegue. Só vivemos e podemos vivenciar o agora. 
Essa compreensão dissipa o medo. Sendo eu uma pessoa que suportou três diferentes curas que exigiram “tempo”, a última durante dois anos, posso de fato dizer, parafraseando os comentários do Apóstolo Paulo, que eu, também, pude me regozijar na aflição. Isso porque cresci em minha convicção da certeza confortante de Jesus, de que: “...para Deus tudo é possível” (Mateus 19:26); não é uma promessa vazia.

Mito: Não temos tempo suficiente para orar.
Mas, será que temos confiança suficiente para deixar nossas decisões aos cuidados de Deus? Freqüentemente, não é melhor seguir em frente e fazer o que tem de ser feito? Deus nos deterá se o que fizermos não for o correto. Ao orar, não perguntamos: “Será que esta é uma decisão correta”?
Se confiamos em Deus, você não acha que Ele nos deterá se não for a idéia correta? Algumas vezes, somos tentados a permitir que a indecisão e a confusão do: “Não sei o que fazer” fique se arrastando.
Então, procrastinamos, justificando nossa demora, dizendo: “Vou orar especificamente para isso”! Eu digo: “vá, faça!” Saiba quem você é! A Sra. Eddy diz: “Há uma só maneira de fazer o bem, e essa é fazê-lo! Há uma só maneira de ser bom, e essa é ser bom”! (Retrospecção e Introspecção, p. 86).
Não oramos dizendo: “Serei bom e farei o que é bom”! A oração não se refere ao tempo. Ela é açāo!  Orar não é tomar um tempinho do nosso dia para fazer algo. Claro, naturalmente, todos precisamos parar e orar, da mesma forma que mal conseguimos viver sem comer.
Todos precisamos do nosso alimento espiritual. Contudo, não estamos orando por “coisas”, o que significa que sequer estamos orando para tomar decisões. Oramos para compreender que já estamos habitando no bem que nos é divinamente concedido.
A semente é completa, uma ideia completa dentro de si mesma, tal como uma cenoura. Ela começa como uma sementinha marrom, mas quando a plantamos, não dizemos: “Vou arranjar um pouco de tinta laranja e um pouco de tinta verde. Vejamos, a cor laranja vem primeiro e depois a verde fica na ponta de cima”.
A semente já tem as cores dentro de si mesma, dentro da sementinha marrom. Ela só precisa ser cultivada e cuidada. É assim que cada ideia correta vem a nós e, em seguida, vem a fruição.

Mito: Algumas pessoas têm morte prematura.
O que é morte prematura? Quando é “oportuno" permitir que a morte assuma o comando? É aos 80, 90 ou mesmo aos 100 anos? Se concordarmos com um tempo determinado, e vivermos além desse prazo, teremos morte inoportuna, porque passamos do tempo estabelecido para a morte oportuna. Tudo isso está sustentado pela crença de que a morte é um processo ou um acontecimento.
O medo da morte desafia todas as coisas “vivas” com uma luta para preservar aquilo que parece ser a “vida” dessas coisas. Até mesmo o bulbo de uma tulipa se retrai quando uma geada está iminente ou um animal foge quando sente o perigo mesmo antes que a ameaça se torne evidente.
Entretanto, a declaração de Jesus de que ele veio para que tenhamos vida e a tenhamos mais abundantemente (ver João 10:10) de modo algum indica que precisamos ter morte oportuna ou inoportuna. Ele venceu completamente a morte, não apenas para os outros, mas para si mesmo. Seu exemplo ao vencer o túmulo baniu para sempre o conceito de que a morte é uma realidade.
É o medo de morrer, o veneno da existência mortal, que nos impede de sequer vislumbrar o fato de que a continuidade de nosso ser está assegurada, por ser ininterrupta.
A mensagem de Jesus é clara: Agora é o tempo em que cada um de nós pode se libertar de qualquer crença na morte ou experiência da morte como sendo oportuna ou inoportuna. Em realidade, nenhum poder chamado “morte” pode jamais ameaçar nossa capacidade de viver abundantemente agora.
Com todos esses mitos, uma coisa sobressai para mim. Cada um deles se baseia em uma ilusão. Embora todos nós nos lembremos do nosso passado e curiosamente especulemos a respeito do nosso futuro, tentar consertar esse passado ou delinear o futuro é ignorar a realidade. A vida é sempre o agora.
Para mim, isso tudo é semelhante a ser enganado por uma sombra. Digamos que você acabou de pintar a parede de sua sala de visitas, com uma bela cor amarela, alegre e aveludada. À noite, você põe de volta todos os móveis em seus devidos lugares e vai para a cama, com um extraordinário senso de satisfação.
Na manhã seguinte, você vai admirar seu trabalho e descobre uma longa faixa cinzenta em um dos lados da estante, exatamente acima dela. Você fica arrasado. Seu primeiro impulso é pegar a lata de tinta e pintar aquele pedaço novamente. Mas, em seguida, se a tinta for lavável, você decide que talvez você possa pegar um balde com sabão neutro e lavar aquela faixa.
Você se aproxima para examinar aquela faixa cinzenta mais de perto e, de repente, constata algo: é apenas uma sombra e nunca tocou a parede. A sombra não tem nenhuma substância, muito embora pareça que tenha. Você se sente um pouco tolo, mas muito aliviado. A sombra não tinha nenhum poder para fazer nada, nem estragar ou arruinar qualquer coisa. Existe uma maneira e somente uma única maneira dela ser removida, com mais luz, uma vez que em plena luz, não existe nenhuma sombra.
Portanto, o que destrói qualquer mito? Um pensamento mais iluminado. Não faz nenhuma diferença se o mito é chamado de idade, medo de alguma doença, um passado acorrentado ou um futuro limitado.
Todas essas ameaças à nossa paz e estabilidade ainda assim são apenas sombras, sem nenhum começo no tempo e sem nenhum tempo necessário para sua restauração e cura. Mais luz dissipará essas sombras, revelando a realidade, ou seja, aquilo que existe agora e que sempre existiu.

Ruth Elizabeth Jenks: membro do Conselho de Conferências da Ciência Cristã, dedicou seu tempo integral ao ministério de cura da Ciência Cristã desde 1959, tendo sido  professora de Ciência Cristã desde 1970.

Fonte: O Arauto da Ciência Cristã, edição de maio de 2008  -  © 2013 The Christian Science Publishing Society. Todos os direitos reservados.